Bolsonaro aposta na paralisia social
Ou seja, se cala e se humilha, com a ajuda luxuosa de seus jornalistas, enquanto um sociopata destrói o patrimônio nacional e a democracia
"Assim como o filho Eduardo, deputado federal que ressuscitou a ideia de um AI-5 e depois disse que não disse, Bolsonaro aposta na paralisia social imposta pela onda conservadora que o levou ao poder, nas eleições de 2018", escreve Leandro Fortes do Jornalistas pela Democracia
Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)
Imersa em um sentimento cada vez mais profundo de impunidade, a família Bolsonaro decidiu abandonar, por completo, o senso de ridículo e, mais grave, o vínculo com a realidade factual.
Bolsonaro, que declarou publicamente, em entrevista gravada por jornalistas, ter roubado os registros da portaria do Condomínio Vivendas da Barra, agora, nega o que disse. Assim, na cara dura.
O fato de ter confessado um crime de obstrução de justiça referente àinvestigação de um duplo assassinato talvez tenha pesado nesse recuo.
A gravidade não está na covardia do presidente, no entanto, mas na apatia das instituições e da mídia.
Assim como o filho Eduardo, deputado federal que ressuscitou a ideia de um AI-5 e depois disse que não disse, Bolsonaro aposta na paralisia social imposta pela onda conservadora que o levou ao poder, nas eleições de 2018.
Sobrevive, mesmo sendo a pessoa deplorável que é, graças ao veneno do antipetismo inoculado na população pela mesma mídia que, hoje, é sistematicamente desqualificada por ele.
Mídia que aceita todo tipo de abuso para se manter, pelo menos por ora, conectada à agenda econômica de privatizações e retirada de direitos tocada pelo ministro Paulo Guedes.
Ou seja, se cala e se humilha, com a ajuda luxuosa de seus jornalistas, enquanto um sociopata destrói o patrimônio nacional e a democracia.
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