Bolsonaro não é mais aquele
"Se não quiser novas punições, Bolsonaro não poderá ser, daqui até 2030, o radical de direita que teve 49% na última eleição", avalia Solnik
Jair Bolsonaro (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Com todo respeito aos colegas de profissão que tentam, assim como eu, decifrar os enigmas da política brasileira, considero equivocadas as análises sobre o futuro de Bolsonaro e seus supostos aliados. Supostos, porque, na realidade, seus aliados de verdade são apenas sua mulher e seus filhos.
As análises são equivocadas porque partem do pressuposto de que o Bolsonaro depois do 5X2 é o mesmo de 2018 e de 2022. Não é.
Naquelas eleições ele tinha uma robusta máquina de propaganda de desinformação e de calúnias contra adversários funcionando a todo vapor. E sem interferência do TSE. Agora a coisa mudou.
O TSE não vai tolerar mais “gabinetes do ódio”. Todos os disseminadores de mentiras a serviço de Bolsonaro estão sendo calados. Ele mesmo não poderá mais promover ataques às instituições, sob risco de receber novas punições. E esta era a sua principal plataforma, a principal razão para galvanizar eleitores.
Se não quiser novas punições, Bolsonaro não poderá ser, daqui até 2030, o radical de direita que teve 49% na última eleição. Não poderá ser aquele Bolsonaro.
Sem máquina de propaganda e sem espaço para desinformar, distorcer e atacar - vigiado diligentemente pelo TSE - tende a ser um Sansão sem cabeleira ou Popeye sem espinafre.
Bolsonaro não é mais aquele.
Alex Solnik
Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"
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Comentários
Jogado numa lixeira, junto a seus seguidores também sem cabeça...
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