Bolsonaro, o imbecil

E imaginar que esse minúsculo já ocupou a cadeira mais importante da República. Uma lástima! Que venha logo a cadeia!

Fonte: Marcelo Uchôa - Publicada em 11 de junho de 2025 às 16:08

Bolsonaro, o imbecil

Jar Bolsonaro é interrogado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes durante oitiva sobre trama golpista (Foto: Fellipe Sampaio/STF)

Ainda no início da gestão Bolsonaro, quando ele já não escondia seu franco desequilíbrio para presidir o país, pelas bobagens que dizia internamente e pelos conflitos desnecessários que criava unilateralmente no cenário internacional, escrevi um texto de muita circulação no país intitulado “Interdição, já!”

Estava na cara que o Brasil era um navio à deriva, a ponto de afundar. Depois do texto vieram um sujeito fantasiado de Bolsonaro jogando bananas para os jornalistas no cercadinho do Palácio da Alvorada, a desastrosa reunião ministerial onde cada subordinado dizia os impropérios que queria dizer, a crise política aberta com a debandada do Moro e as fortes denúncias de tentativa de aparelhamento da Polícia Federal, a pandemia e suas centenas de milhares de mortes. Por fim, as ameaças golpistas, as tumultuadas eleições de 2022 e a tentativa frustrada de se manter no poder à força.

Alguém que não é da área jurídica e que assistiu a oitiva do ex-presidente ontem, no Supremo Tribunal Federal, deve ter se impressionado com a covardia, a voz trêmula, o gaguejar. Sem dúvida alguma, espantou-se com a inexistência do outrora super-herói, autovangloriado “imorrível, imbroxável e incomível”.

Eu, que sou do meio jurídico, vi um pouco mais. Vi um imbecil. Um sujeito a tal ponto desqualificado, que foi incapaz de entender que ali estava havendo um dos mais solenes e importantes atos processuais de sua própria ação. Um desconhecedor inequívoco da liturgia judiciária.

Imaginando ser muito engraçado (e desconsiderando a inelegibilidade já consumada) realizou a proeza de convidar o juiz relator para ser seu vice em 2026. O soco veio seco: - declino. Com um cérebro não maior do que um caroço de azeitona, disse, com a audácia de achar que alguém se sensibilizaria, que aos 70 anos já estava, segundo alertado pelo médico, no “bico do urubu”. Justificou que falava palavrões, porque era típico de seu linguajar, mas que vinha tentando melhorar, tarefa complicada, posto que, com 70 anos (novamente a desculpa da idade), era “difícil mudar tanta coisa”.

Para completar o show de horrores, chamou seu público presente no quebra-quebra do 8 de janeiro, em Brasília, de malucos e ainda fez piadinha sem graça com os recursos de 17 milhões de reais que lhes foram doados via Pix, acrescidos de um “pingado” de 1 milhão, que ele, novamente às gargalhadas, comentou que gastava e ainda ajudava a manter a vida do filhote mimado nos Estados Unidos. Pasmem, não é mentira. Soltou a pérola: “nem eu esperava que ia me eleger presidente, tendo em vista quem eu era”.

Pois bem. Minha análise é de que ontem vimos não apenas um covarde mentindo descaradamente, jogando para os outros a responsabilidade de sua própria culpa, mas um elemento imaturo, de cognição limitada, infantilizada, emocionalmente instável, sem qualquer compostura para sentar sequer num banco de réu... E imaginar que esse minúsculo já ocupou a cadeira mais importante da República. Uma lástima! Que venha logo a cadeia para aliviar um pouco a consciência coletiva.

Marcelo Uchôa

Advogado. Membro da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) e do Grupo Prerrogativas. Doutor em Direito Constitucional com estudos de Pós-Doutorado em Direitos Humanos. E-mail: marceloruchoa@gmail.com

Marcelo Uchôa

Advogado e professor de Direito

128 artigos

Bolsonaro, o imbecil

E imaginar que esse minúsculo já ocupou a cadeira mais importante da República. Uma lástima! Que venha logo a cadeia!

Marcelo Uchôa
Publicada em 11 de junho de 2025 às 16:08
Bolsonaro, o imbecil

Jar Bolsonaro é interrogado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes durante oitiva sobre trama golpista (Foto: Fellipe Sampaio/STF)

Ainda no início da gestão Bolsonaro, quando ele já não escondia seu franco desequilíbrio para presidir o país, pelas bobagens que dizia internamente e pelos conflitos desnecessários que criava unilateralmente no cenário internacional, escrevi um texto de muita circulação no país intitulado “Interdição, já!”

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Estava na cara que o Brasil era um navio à deriva, a ponto de afundar. Depois do texto vieram um sujeito fantasiado de Bolsonaro jogando bananas para os jornalistas no cercadinho do Palácio da Alvorada, a desastrosa reunião ministerial onde cada subordinado dizia os impropérios que queria dizer, a crise política aberta com a debandada do Moro e as fortes denúncias de tentativa de aparelhamento da Polícia Federal, a pandemia e suas centenas de milhares de mortes. Por fim, as ameaças golpistas, as tumultuadas eleições de 2022 e a tentativa frustrada de se manter no poder à força.

Alguém que não é da área jurídica e que assistiu a oitiva do ex-presidente ontem, no Supremo Tribunal Federal, deve ter se impressionado com a covardia, a voz trêmula, o gaguejar. Sem dúvida alguma, espantou-se com a inexistência do outrora super-herói, autovangloriado “imorrível, imbroxável e incomível”.

Eu, que sou do meio jurídico, vi um pouco mais. Vi um imbecil. Um sujeito a tal ponto desqualificado, que foi incapaz de entender que ali estava havendo um dos mais solenes e importantes atos processuais de sua própria ação. Um desconhecedor inequívoco da liturgia judiciária.

Imaginando ser muito engraçado (e desconsiderando a inelegibilidade já consumada) realizou a proeza de convidar o juiz relator para ser seu vice em 2026. O soco veio seco: - declino. Com um cérebro não maior do que um caroço de azeitona, disse, com a audácia de achar que alguém se sensibilizaria, que aos 70 anos já estava, segundo alertado pelo médico, no “bico do urubu”. Justificou que falava palavrões, porque era típico de seu linguajar, mas que vinha tentando melhorar, tarefa complicada, posto que, com 70 anos (novamente a desculpa da idade), era “difícil mudar tanta coisa”.

Para completar o show de horrores, chamou seu público presente no quebra-quebra do 8 de janeiro, em Brasília, de malucos e ainda fez piadinha sem graça com os recursos de 17 milhões de reais que lhes foram doados via Pix, acrescidos de um “pingado” de 1 milhão, que ele, novamente às gargalhadas, comentou que gastava e ainda ajudava a manter a vida do filhote mimado nos Estados Unidos. Pasmem, não é mentira. Soltou a pérola: “nem eu esperava que ia me eleger presidente, tendo em vista quem eu era”.

Pois bem. Minha análise é de que ontem vimos não apenas um covarde mentindo descaradamente, jogando para os outros a responsabilidade de sua própria culpa, mas um elemento imaturo, de cognição limitada, infantilizada, emocionalmente instável, sem qualquer compostura para sentar sequer num banco de réu... E imaginar que esse minúsculo já ocupou a cadeira mais importante da República. Uma lástima! Que venha logo a cadeia para aliviar um pouco a consciência coletiva.

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Advogado. Membro da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) e do Grupo Prerrogativas. Doutor em Direito Constitucional com estudos de Pós-Doutorado em Direitos Humanos. E-mail: marceloruchoa@gmail.com

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Comentários

  • 1
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    Nereu 12/06/2025

    Petezada do inferno que apoia ladrão. Bolsonaro foi o melhor presidente.

  • 2
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    edgard alves feitosa 12/06/2025

    Qual a novidade???? Qual o espanto????? Ficará para sempre registrado na História que o Brasil teve um Presidente Luiz Inácio Lula da Silva CONDENADO EM TRES INSTANCIAS POR CORRUPÇÃO......Uma PRESIDENTA Dilma que teve IMPEACHMENT ........Lula em viagem à Russia em total subserviência a Putin, em ato ANTIDEMOCRATICO, pois estava em SELETO GRUPO DE DITADORES.....Lula na França lambendo as bol....s de Putin, em defesa da agressão Russa, levou retumbante comida de rab....do Macron.....Lula em pirotecnia verborrágica falou que Israel havia matado 12,3 MILHOES DE CRIANÇAS em Gaza.....TAMANHA MENTIRA foi ululantemente aplaudida pelos áulicos...... e ainda existe os que se intitulam "juristas pela democracia".....são CAOLHOS IDEOLÓGICOS.....

  • 3
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    Pedro Figueiredo Lopes 12/06/2025

    O título do texto já resume tudo. Jair Bolsonaro é (e sempre foi) um completo iMBECIL. Igual aos seus eleitores, ainda em grande número mugindo pelas quebradas... Ótimo texto !

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