Bolsonaro soube em outubro de irregularidades envolvendo o servidor Roberto Dias, que cobrou propina por vacinas
Dias também esteve à frente da negociação denunciada por superfaturamento da vacina indiana Covaxin, em um contrato de R$ 1,6 bilhão
247 - Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello sabiam de irregularidades envolvendo o servidor Roberto Ferreira Dias pelo menos desde outubro de 2020.
A Diretoria de Integridade da pasta chegou a informar o Tribunal de Contas da União (TCU) sobre suspeita de vícios no contrato, assinado por Dias, de R$ 133,2 milhões com a empresa Life Technologies Brasil para a compra de 10 milhões de kits de insumos para testes da Covid-19, reporta a coluna de Chico Alves, no UOL.
Diante da denúncia, Bolsonaro, que havia indicado Dias para o cargo de diretor da Anvisa em outubro de 2020, voltou atrás. O cargo no Ministério da Saúde, no entanto, foi mantido.
Segundo o depoimento do chefe de importação do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, Dias era um dos servidores que exerciam pressão para a liberação da importação de vacinas com notas fiscais internacionais ilegais.
Reportagem da jornalista Constança Rezende, na Folha de S. Paulo, denunciou que o chefe de logística do Ministério da Saúde pediu propina de US$ 1 por dose de vacinas da AstraZeneca que seriam vendidas por sua empresa.
Dias também esteve à frente da negociação denunciada por superfaturamento da vacina indiana Covaxin, em um contrato de R$ 1,6 bilhão.
O servidor tem ligação estreita com o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). O jornalista Rodrigo Vianna, do Brasil 247, recebeu de uma fonte no Paraná registros da nomeação de Roberto Dias para cargo comissionado na Secretaria de Infraestrutura e Logística (SEIL), em 24 de abril de 2018. Na época, Cida Borghetti, esposa de Barros, governava o estado.
Dias foi exonerado na noite desta terça-feira (29).
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