Campanha Sinal Vermelho: empresa doa batons para salvar vidas

A iniciativa do órgão da Justiça em parceria com a Associação Brasileira de Magistrados (AMB) é uma forma de ajudar mulheres que estão em sofrimento sem conseguir pedir ajuda

Regina Bandeira Agência CNJ de Notícias/Foto: Divulgação
Publicada em 02 de dezembro de 2021 às 14:46
Campanha Sinal Vermelho: empresa doa batons para salvar vidas

No Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, comemorado em 25 de novembro, a supervisora das ações de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Maria Cristiana Ziouva, participou de ação de divulgação da Campanha Sinal Vermelho. A iniciativa do órgão da Justiça em parceria com a Associação Brasileira de Magistrados (AMB) é uma forma de ajudar mulheres que estão em sofrimento sem conseguir pedir ajuda.

O evento ocorreu no shopping Ibirapuera, em São mPaulo (SP), com a distribuição de kits de batons vermelhos fornecidos pela empresa de cosméticos Mary Kay. Segundo a empresa, serão doados para a campanha 7 mil batons.  O Sinal Vermelho se caracteriza por ser uma campanha silenciosa: com apenas um símbolo – o X feito nas palmas das mãos com batom ou caneta – a mulher em situação de risco pode se fazer entender e ser socorrida.

A ação se soma a outros movimentos de fortalecimento da campanha que começou nas farmácias do Brasil. Em novembro, a indústria da beleza reforçou o apoio com adesões formalizadas durante o evento “Beauty Fair 2021”, também em São Paulo. Já em Porto Alegre (RS), durante a feira Sul Beleza 2021, mais setores aderiram à campanha, ampliando a mobilização para cerca de 1,6 milhão de estabelecimentos e aproximadamente dois milhões de profissionais.

Para Ziouva, que já foi conselheira do CNJ e é procuradora da República em São Paulo, a ação ajuda a visibilizar o tema e a abrir os olhos da população feminina em relação ao que deve ser feito em casos de violência: a denúncia. Ela aproveitou a ocasião para reforçar a importância de não deixar esses crimes entre quatro paredes.

“A denúncia é fundamental, pois permite que o Estado tome conhecimento de um crime que boa parte das vezes é invisível, já que é cometido dentro do lar. Muitas vezes, a mulher sofre calada por não saber como agir ou mesmo por medo de que aquelas agressões piorem com a denúncia. E não é isso que, em geral, acontece. Pelo contrário. A violência, quando denunciada, tende a ser refreada pelo próprio autor”, explica.

Na pandemia da Covid-19, com as restrições de circulação, órgãos de segurança verificaram aumento no número de casos de violência doméstica. De acordo com o Fórum Nacional de Violência Pública, em média, no Brasil, uma mulher tem sido agredida a cada dois minutos. Apesar de contar com uma das melhores leis na temática de violência do mundo (Lei Maria da Penha), o Brasil segue como um dos piores países para uma mulher viver: é o 5º país com maior índice de feminicídio do mundo, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU).

Em julho deste ano, a campanha Sinal Vermelho se tornou lei federal. Para Ziouva, contar com a ajuda do próximo, de uma pessoa de uma loja, de uma farmácia, “pode sim fazer a diferença em momentos tão angustiantes”.

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