Cármen Lúcia confronta Bolsonaro e diz que 'sociedade não pode viver com essa audição permanente de xingamentos'
A ministra do STF Cármen Lúcia também criticou "afrontas, desatendimento à harmonia que é exigência constitucional"
Ministra Cármen Lúcia (Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF)
247 - A ministra do Supremo Tribunal Federal Cármen Lúcia criticou as ameaças de Jair Bolsonaro à democracia e destacou que "a sociedade não pode viver com essa audição permanente de xingamentos, de afrontas, de desatendimento à harmonia que é exigência constitucional". Em entrevista à jornalista Miriam Leitão, a juíza disse que as Forças Armadas não são um "poder moderador", como Bolsonaro tem dito. "Não existe quarto poder", acrescentou.
A avaliação da magistrada vem em contexto de ameaça de golpe feita pelo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, o general Augusto Heleno. O militar disse que, se existe o artigo 142 "no texto constitucional, é sinal de que pode ser usado".
As ameaças de Bolsonaro à democracia estão sendo feitas tendo como ponto de partida as urnas eletrônicas. Ele tem criticado a segurança do sistema eleitoral brasileiro, com o intuito justificar uma possível derrota em 2022 e dar um golpe no país.
Uma dos objetivos de Bolsonaro seria o uso das Forças Armadas. No último dia 10, tanques desfilaram na Esplanada dos Ministérios, uma ocasião em ele demonstraria ter apoio dos militares, mas o evento foi um fiasco. De acordo com levantamento da Quaest Pesquisa, 93% das postagens nas redes sociais foram negativas.
A instituição militar também resolveu cancelar o desfile que aconteceria no próximo 7 de setembro, dia em que foi declarada a independência do Brasil, em 1822.
Ao colocar em dúvida a confiabilidade das urnas, Bolsonaro tem aproveitado para ofender ministros do STF.
No dia 6 deste mês, Bolsonaro chamou Luís Roberto Barroso de "filho da puta" e, no dia 9 de julho, disse que o ministro é "imbecil" e "idiota".
No dia 5 de agosto, Bolsonaro ameaçou Moraes ao dizer que "a hora dele vai chegar". O motivo foi a decisão do ministro pela inclusão de Bolsonaro no inquérito fake news por causa dos ataques sem provas à confiabilidade das urnas eletrônicas.
Bolsonaro estaria pretendendo entregar ao Senado pedidos de impeachment dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes.
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No caso em análise, a ministra verificou que não houve trânsito em julgado da sentença de partilha, mas somente a prolação de decisões sobre a concorrência hereditária de um bem específico
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