Censo aponta que 29 dos 52 municípios de Rondônia diminuíram em número de habitantes. Ministro Andreazza encolheu 38 por cento

Rondônia começa, infelizmente, a apresentar doenças sociais que outros Estados mais antigos já apresentam há longos anos

Sérgio Pires
Publicada em 09 de janeiro de 2023 às 19:57
Censo aponta que 29 dos 52 municípios de Rondônia diminuíram em número de habitantes. Ministro Andreazza encolheu 38 por cento

Acima de 55 por cento de todos os 52 municípios rondonienses, perderam parte de sua população, nos últimos 12 anos.  Um deles, Ministro Andreazza, tem hoje 38 por cento a menos de moradores que tinha em 2010. Eram 10.352 e hoje são 6.440: 3.912 a menos, no maior esvaziamento de uma das comunidades rondonienses. Algumas cidades mais desenvolvidas e outras mais próximas a Porto Velho, contudo, aumentaram suas populações. Ao que parece, quanto mais distante e com menores condições de oferecer uma qualidade de vida melhor, mais os moradores da localidade migram para outros lugares. É o caso também de Novo Horizonte, que em 12 anos perdeu um quarto da sua população: de 10.240 habitantes tem somente 7.653, menos 2.587  ou 25,2 por cento do que o censo do IBGE de 2010 registrou. Cidades médias, mesmo progressistas, até com qualidade melhor de vida e boas possibilidades de trabalho, também perderam parte de sua gente. Pode-se dar como exemplo Ouro Preto do Oeste, que em 12 anos perdeu 3 por cento do total de moradores. Eram 37.928 há 12 anos e agora são 36.753. Ou seja, são 1.175 pessoas a menos. A menor população do Estado, em Pimenteiras, que, aliás, tem um total de moradores muito menor do que pelo menos dez distritos de cidades rondonienses, está entre as que encolheram, neste período. O IBGE encontrou 2.315 almas em 2010 e, agora, menos 135. Pimenteiras perdeu 5,8 por cento do seu povo e tem apenas 2.180 moradores. Se somarmos todos os 29 municípios que perderam percentual da sua população, dos maiores índices aos menores, teremos um número surpreendente: 40.525 habitantes a menos, nestas comunidades, num prazo de apenas pouco mais de uma década.

As maiores cidades rondonienses cresceram, algumas mais, outras menos. O maior crescimento percentual foi na maior comunidade do Cone Sul do Estado.  Vilhena, que tinha 76.202 pessoas no censo anterior, agora soma exatos 95.699, num aumento de 24,5 por cento. Significa que em 12 anos, a população do município aumentou em um quarto, o que é surpreendente para um Estado onde o índice de aumento populacional, na maioria das cidades, foi pífio. Cacoal também teve aumento: de 78.574 em 2010 para 92.202 agora. Foi um dos maiores aumentos populacionais do Estado, com um índice acima de 18 por cento. Ariquemes também melhorou neste quesito, em cerca de 10 mil novos habitantes. Rolim de Moura cresceu bastante, proporcionalmente, passando de pouco mais de 50 mil para 57.180. Pimenta Bueno também cresceu: de 33.822 para 37.464 habitantes. Jaru ficou praticamente igual, na faixa das 52 mil pessoas. O resumo da ópera: quem não está deixando o Estado, tem mudado de pequenas comunidades para cidades maiores, atrás de uma vida menos dura. Sem programas para fixas as famílias no campo, a situação só tende a piorar. Rondônia começa, infelizmente, a apresentar doenças sociais que outros Estados mais antigos já apresentam há longos anos. A vantagem é que nós ainda temos tempo para mudar esta situação. 

SAIBA QUAIS AS CINCO CIDADES QUE TIVERAM MAIOR REDUÇÃO DE MORADORES NOS ÚLTIMOS 12 ANOS

Há pouco mais de duas décadas atrás, pelo censo do ano 2.000, o município de Ministro Andreazza, situada a 477 quilômetros de Porto Velho, tinha exatos 11.342 habitantes. Dez anos depois, também em números oficiais do IBGE, já eram 10.354, ou seja 988 pessoas a menos. O pior, contudo, ocorreu na última dúzia de anos. Agora os moradores da cidade e da zona rural são apenas 6.440. Menos 4.902 pessoas a menos do que há 22 anos atrás (em percentual, quase 43 por cento a menos). Comparando-se com 2010, são 37,8 por cento a menos. Médici, é portanto, a comunidade rondoniense que mais perdeu sua gente, desde o início deste século. Novo Horizonte ficou em segundo, neste contexto. Tinha 12.376 habitantes no ano 2.000; caiu para 10.240 em 2010 e agora tem somente 7.653. Perdeu 4.823 moradores em 22 anos. Nos últimos 12 anos, 2.587 a menos, ou um quarto de toda a sua população. O terceiro que mais perdeu foi Mirante da Serra. Tinha 13.154 em 2.000; 11.878 em 2010 e agora apenas 9.200. Menos 3.954 em 22 anos. Depois vem Vale do Paraíso, com os seguinte números: tinha 9.863 em 2.000; caiu para 8.210 em 2010 e agora caiu de novo para 6.487. Nos últimos 12 anos, o município perdeu 1.723 moradores ou seja, 21 por cento de toda a sua população. Em quinto, entre as cidades que mais perderam moradores, está Cabixi. Tinha 7.519 habitantes pelo censo de 2.000; caiu para 6.313 em 2010 e agora já está com apenas 5.107, 19,1 menos do que tinha há 12 anos.

PSD ESTÁ DE OLHO NO BOLSONARISTA JAIME BAGATTOLI. PRIMEIROS CONTATOS JÁ TERIAM OCORRIDO

Será que é só conversa de bastidores, sem chance que se concretize? Ou não? Quando se trata de política, nada mais surpreende. O resumo da ópera: o PSD, partido que em Rondônia é presidida pelo deputado federal Expedito Netto (será ministro adjunto da Pesca, é o que se ouve pelos corredores) e tem como um dos seus mais destacados nomes o seu pai, Expedito Júnior, batalha para formar a maior bancada no Senado Federal. Netto tem trabalhado intensamente em Brasília, mas também no seu Estado, para cooptar lideranças. Já conseguiu com que o senador em exercício, Samuel Araújo, suplente de Marcos Rogério, trocasse o PL pelo PSD. Uma conquista e tanto. Totalmente inesperada. Agora, vem a bomba, embora sem confirmação oficial, mas apenas pelo que se tem ouvido aqui e ali, do esforço da dupla de Expeditos, em fortalecer cada vez mais a sigla. Os dois, junto com outras lideranças e amigos comuns, estariam rondando o novo senador rondoniense Jaime Bagattoli, para que aceitasse o convite do presidente nacional, Gilberto Kassab, de integrar o PSB, tornando-o a grande bancada, maior e mais poderosa, no Senado da República. Bagattoli já teria sido sondado, mas, ao menos por enquanto, o político, que se elegeu como um dos mais fiéis seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro, não teria topado. Será verdade? Pode ser ou não, mas, como se sabe, o velho ditado, para a política, vale muito mais: onde há fumaça, há fogo!

VÂNDALOS IDIOTAS DERAM TODA A MUNIÇÃO PARA QUE MOVIMENTO DE PROTESTO PASSE A SER TRATADO COMO CRIMINOSO

Perderam a razão os que, pacificamente, protestavam contra o resultado das eleições e se postavam na frente dos quartéis, país afora. Quando um grupo deles decidiu invadir prédios públicos, destruindo tudo o que viam pela frente, se tornaram iguais aos que tanto contestam, a quem chamam de baderneiros da esquerda, quando estes praticavam atos de violência, fechamento de rodovias e destruição do patrimônio público e alheio. Não há mais como separar um grupo do outro. Não há como dizer que uns são patriotas apenas e os seus adversários não o são. Não há como dizer que em 2017, quando membros dos movimentos ligados aos sem terra, destruíram parte do patrimônio da Câmara Federal, eram atos semelhantes ao terrorismo, já que os praticados neste domingo foram muito piores. Agora aparecem desculpas de que o vandalismo criminoso foi praticado por infiltrados. Conversa mole, claro! A destruição feita no Congresso, no Planalto e na sede do STF foram ataques inomináveis, criticados tanto dentro quanto fora do país. E deram munição inesgotável para que o novo governo os marque como grupos antidemocráticos, porque agora tem prova real, que antes não tinha, do que está dizendo. Deu ainda munição para o ministro Alexandre de Moraes manter seus arroubos ditatoriais, inclusive cassando provisoriamente um governador, o de Brasília, legitimamente eleito e ameaçando outros. Quando mais nos aproximarmos da ditadura, mais culpa poderemos colocar nos vândalos idiotas que fizeram o que fizeram, em Brasília, no triste domingo!

EXÉRCITO E PM NEGOCIARAM E ÚTIMOS MANIFESTANTES DEIXAM A FRENTE DO QUARTEL, NO CENTRO DE PORTO VELHO

Sob ameaça! O governador Marcos Rocha é um dos mandatários brasileiros que poderia ser  ameaçado pelo ministro Alexandre de Moraes, de sofrer represálias, caso não mandasse desocupar a área em frente ao Exército. Na Capital rondoniense, ainda havia manifestantes na manhã desta segunda-feira, mas no final dfa tarde, com muita conversa e bom senso de todos os lados, os últimos ocupantes desmontaram suas barracas. O risco de problemas atingiu todos os governadores. Ao afastar o governador de Brasília, em mais um ato surpreendente e que se questiona sobre a constitucionalidade, Moraes avisou a todos, que eles teriam 24 horas para desocupar as áreas onde manifestantes se mantém, em alguns casos, há mais de 40 dias, mesmo que tais movimentos, ao memos até agora e na área sob risco, tenham sido totalmente pacíficos. No meio disso tudo, o governador Marcos Rocha não foi a Brasília na segunda-feira, para participar da reunião convocada pelo presidente Lula, porque já havia assumido vários compromissos inadiáveis e, ainda, porque não haveria tempo hábil para chegar no final da tarde, quando a reunião aconteceria. Enquanto isso, o Ministério Público Federal em Rondônia, está pedindo apoio da população para ajudar a identificar rondonienses que tenha participado dos “atos criminosos”, segundo o MPF. As denúncias podem ser feitas pela página saladocidadão.mpf.mp.br.

OUTRO FINAL DE SEMANA DE VIOLÊNCIA NA CAPITAL: ASSALTANTES MATAM UM E TRÂNSITO FAZ DUAS VÍTIMAS FATAIS

Mais um final de semana violento em Porto Velho, não só pela brutalidade de assaltantes quanto pelo trânsito, que matou duas pessoas. O crime foi praticado numa residência, quando dois bandidos armados invadiram o local e anunciaram um assalto. O homem reagiu e foi morto a tiros e facadas, na zona leste. Já o trânsito matou uma oficial da Policia Militar, que morreu numa colisão no bairro Tancredo Neves. Mais outra vida, muito jovem, também foi ceifada. Um motociclista, de apenas 23 anos, bateu num poste, perto do Cemetron e acabou morrendo, tal a violência do impacto. O número de assaltos tem caído na cidade, mas a violência com que eles são praticados, aumenta cada vez mais. Quando a vítima comete o erro fatal de reagir, ainda mais contra bandidos armados, que pouco têm a perder, é sempre mais uma morte para as estatísticas. O mesmo se pode dizer do trânsito. Mesmo com todos os alertas, mesmo com tudo o que se sabe das tragédias que se avolumam nas rodovias federais, estaduais e nas ruas da Capital e de outras cidades rondonienses, os cuidados são sempre menores do que o necessário. Ainda há outra questão que só depende dos motoristas para resolver, já que a fiscalização inexiste: a alta velocidade, até em ruas secundárias, continua sendo perigo constante para o trânsito mortal que temos.

LAERTE GOMES, JESUALDO E ISAÚ: JI-PARANÁ COMEÇA A PENSAR NO SEU FUTURO PREFEITO, MESMO DOIS ANOS ANTES

Não há dúvida de que Laerte Gomes é, hoje, uma liderança política importante no cenário rondoniense. Já na eleição passada, seu nome chegou a ser cogitado para o Governo do Estado. Sua passagem como presidente da Assembleia, com resultado altamente positivo, o tornou personagem conhecido e respeitado em várias regiões. Não é por acaso que Laerte, o deputado mais votado para a Assembleia Legislativa, tem sido citado constantemente como um dos nomes mais fortes na corrida pela Prefeitura de Ji-Paraná, embora tudo vá se definir muito mais lá na frente. Já há nomes importantes na relação dos que podem buscar a cadeira de Prefeito da segunda maior cidade do Estado. Um deles é o ex-prefeito Jesualdo Pires, que, mesmo afastado há algum tempo do poder, é nome lembrado constante, pelo sucesso dos seus dois mandatos à frente do seu município. Claro que outro personagem quente neste contexto é o atual Prefeito Isaú Fonseca, que, mesmo com forte oposição, tem conseguido avanços para sua comunidade. Há outros personagens na política da cidade que ainda podem surgir como pretendentes à cadeira de Isaú, mas, ao menos até agora, este trio é o mais quente entre os que podem chegar ao comando da segunda maior cidade do Estado, hoje beirando os 138 mil habitantes, cerca de três vezes e meia a menos do que a Capital.

DILMA ESTÁ DE OLHO NOS MINISTROS DE LULA QUE VOTARAM PELO IMPEACHMENT. SIMONE TEBET A ACUSOU DE CAUSAR “GRANDE MAL AOS BRASILEIROS”

Não é fácil compor um Ministério com 37 pastas, sem haver problemas, contestações, confrontos. Há vários casos de conflitos que o presidente Lula terá que administrar. Um deles: pelo menos três ministros e um adjunto de Ministério votaram pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff.  Ela foi cassada em 2016, depois de uma autorização da Câmara Federal (367 votos a favor da cassação, 137 contra) e depois a decisão referendada pelo Senado, por 61 votos a 20. Os três ministros atuais que discursaram pelo impeachment e comemoraram depois do resultado final foram André Carlos Paula Filho, que ocupa o Ministério da Pesca. Seu adjunto será o rondoniense Expedito Netto, ambos do PSD, que também votou contra Dilma. Outro: Juscelino Filho, do União Brasil, ministro das Comunicações, área vital do novo governo do petista. Outro personagem que não só votou a favor do fim do governo de Dilma Rousseff, como também comemorou seu voto, foi a nova ministra do Planejamento. Ela mesmo, a polêmica Simone Tebet, aquele que se queixou, pelas redes sociais, que hoje não se elegeria nem para síndica do seu prédio, em seu Estado. No seu voto, dona Simone afirmou que “pelos crimes cometidas pela senhora Presidente no ano de 2015, mas principalmente pelas consequências nefastas para esta e para as futuras gerações que pagarão a conta”. Foi mais longe: “por todo o mal que ela causou a população brasileira, voto a favor do impeachment”. É por essas e outras que dona Dilma quer distância de Tebet e outros personagens próximos a Lula, que lhe deram a rasteira há seis anos atrás.    

PERGUNTINHA

Você também lamentou a morte do grande Roberto Dinamite, o maior goleador do Brasileirão, cujo feito jamais foi superado, em toda a história do nosso maior campeonato? 

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