Choque de segurança
Mas o andar nas ruas de Porto Velho sem o medo de ser a próxima vítima da violência é o que há, hoje, de mais importante
A violência em Porto Velho, mais do que preocupante, é assustadora, especialmente pelos níveis de sofisticação que vem alcançando nos últimos tempos. Seria até desnecessário dizer, mas a situação chegou às raias do intolerável, apesar dos esforços de uma ou outra autoridade. Veem-se, de fato, mais carros policiais trafegando em quase todos os bairros da cidade e na área rural, sem que até agora tal procedimento se tenha traduzido na oferta de mais paz e tranquilidade aos moradores.
Finais de semana e feriados são marcados por atos de selvageria. A sociedade, diante de tantas atrocidades, clama por uma ação verdadeiramente decisiva contra o crime, seja quando se manifesta de forma incidental, seja quando se expressa em sua forma organizada. Compreende-se que o problema não pode ser resolvido com ações isoladas e, infelizmente, no curto prazo, como exigem os cidadãos, mas é possível, no mínimo, criar condições no seio da sociedade por meio da garantia de que haverá prevenção e pressão eficientes.
A partir de então, e o mais importante, é necessário trabalhar em cima de projetos amplos que possuem íntima relação com o aperfeiçoamento da cidadania. Não existe nenhuma dúvida de que o crime escolheu Porto Velho como morada. E é preciso que as autoridades redobrem os esforços no sentido de colocá-lo no seu devido lugar o quanto antes, enquadrando com rigor os que insistem em desrespeitar a lei e a ordem, julgando-se acima de tudo e todos, como se vivêssemos nos tempos do faroeste.
Afinal de conta foi para manter-se seguro e para proporcionar o bem coletivo que o homem criou o Estado, e não, evidentemente, para tornar-se refém daqueles que se utilizam da violência para atingir os seus objetivos. O Estado de Rondônia, como de resto todo o país, está precisando de um choque de segurança, entre tantas outras coisas também prioritárias. Mas o andar nas ruas de Porto Velho sem o medo de ser a próxima vítima da violência é o que há, hoje, de mais importante.
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