Cirurgias de Lábio Leporino começam a ser realizadas em Rondônia; HB promove seminário sobre procedimentos

“Fazer essas cirurgias em Porto Velho é muito melhor, antes essas mães tinham que ir até Bauru, em São Paulo, com bastantes dificuldades, ou então esperar a Operação Sorriso no final do ano para fazer o primeiro procedimento.

Sângela Oliveira/Fotos: Ítalo Ricardo e Sângela Oliveira
Publicada em 26 de março de 2019 às 14:35
Cirurgias de Lábio Leporino começam a ser realizadas em Rondônia; HB promove seminário sobre procedimentos

Seminário debate casos e procedimentos no HB

Cirurgias que antes eram feitas fora do Estado, agora podem ser feitas no Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro em Porto Velho. Crianças que nascem com má formação decorrente da não junção entre a parte esquerda do lábio, conhecido como lábio leporino, tinham que ir até Bauru em São Paulo, para fazer o primeiro procedimento cirúrgico.

Desde fevereiro deste ano que a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) tem colocado em prática estratégias para que essas crianças permaneçam na capital, fazendo o tratamento sem que tenham que se deslocar para outro estado via Tratamento Fora de Domicilio (TFD).

A primeira medida foi montar um Núcleo para acolher essas crianças e mães para a realização dessas cirurgias em Porto Velho, uma equipe multidisciplinar foi montada para a realização dessas cirurgias menos complexas e, no final do ano, a equipe da Operação Sorriso fará as mais complexas caso haja necessidade.

Em 2014, a Operação Sorriso começou a vir em Porto Velho uma vez por ano, em dezembro, fazendo um mutirão, para tentar amenizar o sofrimento dessas crianças e familiares a convite de uma enfermeira da capital rondoniense, que identificou na região uma grande carência de especialistas em fissura labiopalatina e uma demanda reprimida.

“Fazer essas cirurgias em Porto Velho é muito melhor, antes essas mães tinham que ir até Bauru, em São Paulo, com bastantes dificuldades, ou então esperar a Operação Sorriso no final do ano para fazer o primeiro procedimento. Agora, essas cirurgias estão sendo feitas continuamente, no Hospital de Base, por uma equipe de cirurgiões altamente qualificada, além de outros profissionais. Temos que nos atentar que existe um tempo ideal para que se faça essa correção, como a equipe da operação sorriso vem só em dezembro, as crianças que nascem em janeiro, fevereiro, tinham que esperar quase o ano inteiro. Isso é ruim porque as vezes perde o tempo ideal, podendo deixar a criança sequelada. Agora, estamos operando o ano todo, fazendo aproximadamente 12 a 13 cirurgias por mês”, ressaltou o secretário estadual de Saúde, Fernando Máximo.

Secretário monta estratégia para crianças serem operadas na capital

E com objetivo de preparar ainda mais os profissionais da saúde, como médicos, enfermeiros, nutricionista, fonoaudiólogo, entre outros, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), em parceria com a Operação Sorriso, realizou um treinamento para capacitar e orientar os servidores e voluntários sobre Fissura Labiopalatina e Sequencia de Pierre Robbin para maiores cuidados inicial, administração alimentar e cuidados pós-operatório.

De acordo com coordenadora de Programa do Brasil, Fernanda Carbonari, o interesse em oferecer esse treinamento para os profissionais locais, quanto à Operação Sorriso, é transmitir o conhecimento de como tratar as fissuras pros profissionais de Rondônia podendo, assim, dar continuidade ao tratamento do paciente.

“A Sesau tem dado todo apoio a esse grupo, a essa equipe, tantos os profissionais que vem de fora do estado voluntariamente, assim como o pessoal daqui, o secretário estadual de saúde Fernando Máximo tem se colocado à disposição pra que possamos incrementar essas ações, e mais crianças possam ser operadas e terem realmente um sorriso no rosto”, disse a coordenadora do Núcleo de Fissurados de Rondônia (NUFIS), Maria José Micheletti.

O curso aconteceu no auditório do Hospital de Base em Porto Velho, durante um dia e meio. O tema foi “Multidisciplinar na Reabilitação Pediátrica a Portadores de Fenda Palatina e Labiolepurino”. O publico alvo foi médicos (pediatras, Cirurgião Plástico), Enfermeiros, Técnico de Enfermagem, Fonoaudiólogos, Fisioterapeutas, Odontólogos e acadêmicos da área da saúde.  Ao todo 140 profissionais participaram do evento.

O curso foi ministrado pelos facilitadores, Enf. Isabel Lisboa, enfermeira do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRCA/Centrinho) de Bauru (SP) e voluntária da Operação Sorriso, Fga. Regianne Weitzberg, Fonoaudióloga do Hospital Municipal Infantil Menino Jesus (SP) e voluntaria da Operação Sorriso, Drª Tatiane Selbach, pediatra do Centrinho de Joinville (SC) e voluntária da Operação Sorriso.

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