Clima de São João anima acolhidos da Unidade de Atendimento
Pessoas em situação de vulnerabilidade e risco social recebem o atendimento psicossocial na unidade
Decoração lembra o clima de festas juninas
A Unidade de Acolhimento Institucional para Adultos e Famílias realiza, a partir das 15h desta quinta-feira (24), a comemoração de São João, exclusiva para quem recebe atendimento no local. A ação terá direito a comidas típicas e decoração junina.
“Será nosso primeiro arraial. É mais uma oportunidade de interação com eles. Atividades como esta não acontecem há algum tempo”, conta a coordenadora da unidade, Flávia Morais.
A Unidade de Acolhimento é administrada pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Família (Semasf) e faz diariamente o acolhimento de pessoas em estado de vulnerabilidade social. São oferecidos atendimento socioassistencial e proteção a indivíduos ou famílias que estão em situação de abandono, ameaça ou violação dos direitos.
No local também são recebidos os que estão temporariamente afastados do ambiente familiar ou comunitário de origem.
FORMAÇÃO
Jaqueline Vieira, coordenadora do serviço de acolhimento
“Recebemos pessoas que têm boa formação cultural, profissionais que vivem na rua porque não conseguem se desprender da dependência de estar na rua. Elas recebem o atendimento e depois retornam”, diz a coordenadora do serviço de acolhimento, Jaqueline Vieira.
De acordo com a equipe técnica da unidade de acolhimento, aproximadamente 50 pessoas recebem os serviços, que vão do acompanhamento psicológico até a reinserção do acolhido ao núcleo social.
Parte dos indivíduos que recebem atendimento não é dependente químico. Eles trazem histórico de perda do emprego e falta de moradia. Alguns sofrem rejeição familiar e social ou são pessoas que simplesmente não conseguem avançar no tratamento e retornam às ruas.
“As pessoas em geral não compõem um grupo heterogêneo. A grande maioria dos grupos é formada por homens com histórico de desvinculação familiar, que adquirem processo de dependência na rua. Nem todos vão parar na rua por dependência química”, explica o psicólogo da unidade, Elliton Fellini Pereira.
Elliton Fellini Pereira, psicólogo
Os atendimentos ocorrem de duas formas. Uma é quando a pessoa em estado de vulnerabilidade é encaminhada pelo Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas). A outra, é quando as equipes realizam a busca ativa fazendo a abordagem social diretamente nas ruas.
Além do acolhimento, a Unidade Frei Damião oferece atendimento individual e em grupo, oficina de terapia ocupacional, capacitação profissional, abordagem social e atendimentos específicos, que são direcionados aos pacientes soropositivos.
Todos os atendimentos são realizados por profissionais que seguem à risca as diretrizes do Ministério da Cidadania (MC) e da Semasf. Conforme orientações do MC, as unidades de acolhimento devem respeitar a privacidade das pessoas acolhidas, seus costumes e tradições, fase da vida em que a pessoa se encontra, a religião, o gênero e a orientação sexual, a raça e a etnia de cada um.
Texto: Carlos Sabino
Fotos: Saul Ribeiro
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