Com entrega de secador industrial, Funai apoia produção indígena de castanha em Rondônia
Com apoio de um caminhão da coordenação regional, a Funai providenciou o transporte do secador até a Coocasin
A Coordenação Regional de Cacoal, unidade descentralizada da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Rondônia, realizou o transporte de um secador de castanhas entre as cidades de Toledo (PR) e Ji-Paraná (RO) para a instalação na Cooperativa Extrativista de Castanhas Indígenas (Coocasin). O novo secador industrial deverá auxiliar na secagem da produção de castanha-do-brasil de aproximadamente 400 famílias indígenas que fornecem o produto para a cooperativa. Serão beneficiadas famílias coletoras de castanha das etnias Cinta larga, Gavião e Zoró.
De acordo com o coordenador regional da Funai, Sidcley José Sotele, a Coordenação-Geral de Etnodesenvolvimento (CGETNO) providenciou a entrega do secador industrial adquirido pela Coocasin ao custo de R$ 29,9 mil. Com uma estimativa de produção de 400 toneladas em 2021, a coleta de castanha mobiliza cerca de 1.200 indígenas coletores em castanhais nativos de cinco Terras Indígenas: Igarapé Lourdes, Parque Aripuanã, Rio Branco, Roosevelt e Zoró.
“Como a colheita é sazonal, feita durante quatro meses no ano, o ganho médio por família chega a ser de R$ 4 mil apenas nesses meses de coleta nas Terras Indígenas”, relata Sotele. O coordenador da Funai reforça que o equipamento vai proporcionar mais praticidade e qualidade na produção da castanha indígena. "Com a chegada desse novo secador, a cooperativa poderá triplicar o beneficiamento da produção, pois as castanhas serão secas em um período entre 12 e 16 horas. No processo através de estufa, a secagem levava até 12 dias”, pontua Sotele.
O presidente da Coocasin, João Paulo Cinta Larga, agradeceu a equipe da Funai e ao presidente da fundação, Marcelo Xavier, pelo apoio à instalação do equipamento na sede da cooperativa. “Quero agradecer a todas as pessoas que se empenharam para que hoje a Cooperativa possa ter um secador para acelerar a sua produção e gerar mais emprego para os indígenas”, ressaltou João Paulo Cinta Larga.
Etnodesenvolvimento
Entre a etnia Cinta Larga, a produção da castanha gera emprego para famílias indígenas que garantem sua renda com a comercialização do produto para os estados de São Paulo, Santa Catarina e Goiás, além de municípios vizinhos em Rondônia. Em 2020, os Cinta Larga venderam parte da produção para o Programa Estadual de Aquisição de Alimentos (PAA/RO). “A nossa expectativa para os próximos anos é ampliar ainda mais esse mercado. Nós já estamos com uma conversa bem avançada com os compradores dos Estados Unidos e temos certeza que essa conquista logo vai acontecer”, destaca João Paulo.
Para o presidente da Funai, Marcelo Xavier, o povo Cinta Larga soube desenvolver a atividade extrativista de forma a conciliar o ganho econômico com a preservação da floresta. “É importante reconhecer a integração entre atividade sustentável, geração de emprego e renda e qualidade do produto. A conservação da floresta também agrega valor à castanha, o que confirma a força de projetos sustentáveis realizados pela comunidade indígena”, afirma Xavier.
Nos últimos dois anos, a Funai investiu aproximadamente R$ 30 milhões em projetos voltados para a geração de renda nas aldeias e fortalecimento cultural dos indígenas, atendendo aos preceitos constitucionais de respeito aos usos, costumes e tradições de cada etnia. Os recursos foram destinados para ações que visam a autossuficiência das comunidades indígenas, como a aquisição de materiais de pesca, sementes, mudas, insumos, ferramentas e maquinário agrícola.
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