Com o tema 'Hanseníase: precisamos falar e agir', Prefeitura abre a campanha Janeiro Roxo
Objetivo da estratégia é conscientizar a população sobre a doença
Coordenadora Sheila Arruda frisa que é preciso da colaboração da população
A Prefeitura de Porto Velho, através da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), realizou a abertura oficial da campanha Janeiro Roxo “Hanseníase: Precisamos falar e agir”. A solenidade aconteceu na Unidade de Saúde da Família Castanheiras, na zona Sul da capital.
“O nosso objetivo é zerar o número de casos de hanseníase na sociedade, então durante todo o mês nós estaremos convidando a população para que façam os testes nas unidades de saúde. Esse mês é de conscientização, então queremos relembrar todas as pessoas para que elas saibam quais são os sinais e, se forem diagnosticadas com a doença, possam se tratar”, destacou a secretária da Semusa, Eliana Pasini.
Dados parciais do Departamento de Vigilância em Saúde (DVS), do município, apontam 54 novos casos da doença em 2023 em Porto Velho. Já em 2022, o número era maior, com 75 registros durante todo o ano.
“O resultado do ano passado está mais abaixo, mas ainda assim não é momento de relaxar. Nós precisamos da colaboração da população. Se você perceber algum sinal diferente na pele ou algum sintoma, procure a unidade de saúde mais próxima de sua residência e seja examinado pela equipe médica”, frisa Sheila Arruda, coordenadora da hanseníase em Porto Velho.
Isa Elaine destacou que a atividade colaborou com o conhecimento sobre o tema
Para o médico especialista em tratamento de hanseníase, Thiago Barnabé, a campanha serve como estímulo ao autocuidado. “O tabu existe e, por isso, todos os anos a Semusa realiza essa campanha para conscientizar a população que o que a gente precisa mesmo é de conhecimento. Saber identificar os sinais é muito importante para o diagnóstico, tratamento e cura da hanseníase”, relata.
Isa Eliane foi uma das cidadãs que participou da palestra de abertura oficial da campanha. Para ela, a atividade colaborou com o conhecimento.
“Eu vim aqui na unidade apenas para vacinar meu sobrinho, mas quando cheguei encontrei os profissionais de saúde falando sobre a hanseníase e eu achei muito importante e fundamental, pois muita gente não sabe quais os sintomas e sinais, então levar esse serviço para a população é muito plausível”, destacou.
Hanseníase
A hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa, que afeta os nervos e a pele e é causada por um bacilo chamado Mycobacterium leprae.
Ela é transmitida quando a pessoa, na forma infectante da doença, sem tratamento, elimina o bacilo para o meio exterior, infectando outras pessoas suscetíveis, ou seja, com maior probabilidade de adoecer. Essa doença é transmitida através das vias aéreas (secreções nasais, gotículas da fala, tosse, espirro) de pacientes sem tratamento.
Medico Thiago Barnabé explicou que o diagnóstico precoce da doença é fundamental para eliminar a enfermidade
Os principais sintomas e sinais são sensação de formigamento, fisgadas ou dormência nas extremidades; manchas brancas ou avermelhadas, em muitos casos com perda da sensibilidade ao calor, frio, dor e tato; caroços e placas em qualquer local do corpo; diminuição da força muscular, entre outros.
Onde buscar atendimento?
Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, a hanseníase tem cura e o tratamento é oferecido gratuitamente nas unidades de saúde do município.
Ainda segundo o médico dermatologista que atua no setor de hanseníase, Thiago Barnabé, o diagnóstico precoce da doença é fundamental para eliminar a enfermidade.
“Quanto mais rápido as pessoas procurarem o atendimento médico, maior é a chance de cura. Muita gente pensa que essa doença não tem cura, mas ela tem sim, o que nós recomendamos é que a pessoa conheça seu corpo e saiba identificar os sintomas e sinais”, explica o médico.
Para ter acesso ao serviço de hanseníase, basta procurar as unidades de saúde da família de Porto Velho com cartão do SUS e documento com foto.
PROGRAMAÇÃO
Com o objetivo de intensificar a campanha durante o mês alusivo, a Semusa realiza na próxima quinta-feira (11), uma capacitação com os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) para atualização da política de tratamento e prevenção à hanseníase.
No dia 23, um encontro com o grupo de autocuidado em hanseníase, da Policlínica Rafael Vaz e Silva também será realizado para falar sobre o tema.
Já no dia 30 de janeiro, a Semusa em parceria com o Governo do Estado, realiza uma capacitação de hanseníase para as referências em tratamento da doença
Policlínica Rafael Vaz e Silva e Policlínica Oswaldo Cruz.
A programação encerra no dia 31 do mesmo mês com uma outra capacitação, desta vez com as equipes multidisciplinares de estratégia da família, marca o encerramento da Campanha Janeiro Roxo.
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