COVID-19 – Farmacêuticos e farmácias são estratégicos na campanha de vacinação

Eles estão envolvidos na pesquisa de vacinas e de medicamentos; vêm trabalhando dobrado na indústria e na logística para suprir os serviços de saúde

Assessoria
Publicada em 19 de janeiro de 2021 às 16:12
COVID-19 – Farmacêuticos e farmácias são estratégicos na campanha de vacinação

Os estudos científicos sobre as vacinas já têm mais de dois séculos. E elas possuem papel importante para a saúde pública em nosso País e no mundo, sendo extremamente seguras para o uso após validação da Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Foi o que afirmou o presidente do Conselho Regional de Farmácia de Rondônia (CRF-RO), Rogelio Barros, reforçando que a população não precisa ter medo ou qualquer dúvida sobre a qualidade das vacinas, pois a Anvisa tem total capacidade na validação das mesmas. Porém, mesmo com a vacinação, Rogelio Barros observa que não podemos deixar de seguir os protocolos de distanciamento social, uso de máscara e álcool em gel. 

Paralelamente ao início da vacinação contra a Covid-19 no Brasil, os Conselhos de Farmácia e os 230 mil profissionais da área também comemoram o Dia Nacional do Farmacêutico, nesta quarta-feira (20), data instituída para lembrar a importância do trabalho dessa categoria para a saúde, especialmente agora que o País inicia a campanha de vacinação mais desafiadora da sua história. Além de reiterar a mensagem da campanha – “Farmacêuticos são essenciais e merecem nosso reconhecimento”, que incentiva o agradecimento por parte da população – os conselhos aproveitam este momento para reforçar, ao Ministério da Saúde, as sucessivas reivindicações para que os farmacêuticos e as farmácias sejam aliados do Sistema Único de Saúde (SUS) na imunização dos brasileiros. 

Os conselhos ressaltam que tem sido estratégico o papel dos farmacêuticos na pandemia, tanto que o Ministério da Saúde os incluiu no grupo prioritário para receber a vacina na fase 1. Eles estão envolvidos na pesquisa de vacinas e de medicamentos; vêm trabalhando dobrado na indústria e na logística para suprir os serviços de saúde; deram suporte ao funcionamento das 90 mil farmácias, mesmo durante o isolamento social, e realizaram mais de 1,4 milhão de testes de Covid-19 nesses estabelecimentos, além de garantir a realização de exames nos laboratórios de análises clínicas, de apoiar o atendimento nos hospitais e de assegurar a qualidade da assistência à saúde, na vigilância sanitária. Sem contar a sua participação decisiva para a chegada da vacina ao Brasil. 

Os farmacêuticos detêm como atribuição privativa a responsabilidade técnica pela produção desses medicamentos no País, integrando as equipes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto Butantan entre outros centros de pesquisa que atuaram nos estudos clínicos. Também se destacaram no processo de autorização para o uso emergencial pela Anvisa, concluído num tempo recorde de nove dias. Eles também estão a postos para avaliar, certificar e autorizar os próximos lotes seja de forma emergencial ou definitiva.  “Agora, podem e devem ser aliados também na vacinação”, comentou o presidente do CFF, Walter Jorge João.

Em 2014, por força da Lei nº 13.021, farmácias de qualquer natureza foram autorizadas a dispor de soros e vacinas para atendimento imediato à população. E as condições para que a vacinação seja realizada nesses estabelecimentos estão regulamentadas pela Anvisa desde dezembro de 2017, por meio da Resolução nº 197. “Importante lembrar que, antes mesmo da publicação da lei e da norma específicas, as farmácias já eram autorizadas a dispensar medicamentos que exigem condições especiais de conservação e realizar a aplicação de injetáveis”.

Muitas farmácias já se adaptaram para a prestação de serviços de vacinação e dispõem de condições adequadas para o enfrentamento desta crise sanitária. Nas grandes redes, segundo a entidade que congrega os estabelecimentos desse segmento, são 4.573 unidades com salas de imunização e 6.860 farmacêuticos vacinadores, com capacidade de aplicar mais de 2 milhões de doses por semana, seguindo todos os critérios de segurança contra a Covid-19. O número pode ser ainda maior, considerando também as farmácias independentes, e que, em breve, mais farmacêuticos serão preparados para prestar esses serviços, por meio de curso que será oferecido pelo CFF, gratuitamente.

“Em um momento como o atual, em que todos os esforços precisam ser somados para a contenção dessa epidemia, vemos com preocupação a linha de raciocínio de alguns especialistas que insistem em concentrar as vacinas em postos de saúde para, por exemplo, reduzir o esforço logístico”, ponderou o presidente do CFF, completando que a Rede de Atenção Primária é um grande patrimônio da saúde pública no Brasil, mas não tem conseguido absorver a demanda durante as campanhas. “Basta lembrar as enormes filas que se formaram durante a imunização contra a Influenza no ano passado, mesmo em cidades com rede de saúde mais estruturada”.

Para os Conselhos de Farmácia, contribuíram para a disseminação da Covid-19 a aglomeração de idosos e demais integrantes dos grupos prioritários nas portas das unidades de saúde, bem como as constantes idas e vindas aos postos de vacinação por causa dos episódios de desabastecimento que obrigaram repetidos deslocamentos das pessoas. Esses fatos foram amplamente divulgados na imprensa e toda a ajuda para evitá-los somente pode ser considerada bem-vinda. “Distribuir as vacinas para que farmácias espalhadas pelo Brasil apliquem em quem estiver na ordem para tomá-las naquele momento é uma iniciativa fantástica”, argumentam.

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