Covid-19 no sistema prisional: taxa de crescimento de mortes é duas vezes a de novos casos
Em estabelecimentos do sistema socioeducativo foram registrados 9.997 casos (2.432 entre internos e 7.565 entre os profissionais). O número de óbitos é de 91, todos entre servidores
Presídio Central de Porto Alegre - Foto: Luiz Silveira/ Agência CNJ
Os óbitos por Covid-19 em unidades de privação de liberdade, considerando internos e servidores, têm aumentado em uma proporção superior ao número de novos registros da doença. No sistema prisional, o índice de novas mortes nos últimos 30 dias foi de 16,7%, mais que o dobro da taxa de novas contaminações (8,1%). No sistema socioeducativo, os números apresentam cenário semelhante: enquanto o total de mortes subiu 13,8% no último mês, a taxa de novos casos foi de 7,7%.
Segundo o monitoramento realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) são 85.453 os registros de Covid-19 em unidades do sistema prisional desde o início da pandemia, sendo 61.641 entre pessoas privadas de liberdade e 28.812 entre servidores. Em estabelecimentos do sistema socioeducativo foram registrados 9.997 casos (2.432 entre internos e 7.565 entre os profissionais). O número de óbitos é de 91, todos entre servidores.
Veja o boletim de contaminações e óbitos nos sistemas prisional e socioeducativo
O levantamento sobre óbitos e casos de Covid-19 no sistema prisional é realizado pelo Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas do (DMF/CNJ), a partir de dados disponibilizados pelas autoridades locais. O acompanhamento conta com o auxílio do programa Fazendo Justiça, parceria do CNJ com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), e apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, para a superação de desafios estruturais nos sistemas de privação de liberdade.
Nesta quarta-feira (16/6), o Conselho Nacional de Justiça também atualizou informações levantadas pelos Grupos de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (GMF) de Tribunais de Justiça em todo o país. Nesta edição, 15 tribunais estaduais disponibilizaram a seus GMFs informações atualizadas sobre a situação da pandemia no contexto local. O boletim também mantém informações anteriores enviadas por outras 12 unidades federativas, assim como pelos Tribunais Regionais Federais da 2ª Região (TRF2), da 3ª Região (TRF3) e da 4ª Região (TRF4).
Vacinação e testes
Entre as informações monitoradas pelos GMFs está a aplicação de vacinas nos estabelecimentos de privação de liberdade. Até o momento, 18 estados informaram o status: Acre, Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.
Segundo os dados, 1,5% das pessoas presas receberam a primeira dose da imunização e 0,172% também a segunda – entre os servidores as proporções verificadas são de 38,9% e 27,2%, respectivamente. No socioeducativo, 52,9% dos funcionários receberam a primeira dose e 14,0% também a segunda etapa. Entre os adolescentes, 0,3% foram vacinados com a primeira dose e 0,012% com as duas – ressaltando que a imunização está autorizada a partir dos 18 anos. O plano nacional de vacinação contra a Covid-19 do governo federal reconhece a vulnerabilidade da população privada de liberdade e estabelece pessoas presas na 17ª posição do grupo prioritário, seguida por servidores na 18ª posição.
O boletim também atualiza informações quanto à testagem para identificação da doença: desde o início da pandemia, 326.471 exames foram aplicados em pessoas presas e 74.659 entre servidores. Há ainda 21.774 testes realizados em estabelecimentos penais no estado do Ceará, que não distinguiu a que segmento foram destinados. No sistema socioeducativo, 33.027 adolescentes foram testados, além de 28.712 servidores.
O levantamento mostra que ao longo da última quinzena houve variações pontuais na aplicação da testagem – como crescimento na oferta de exames entre pessoas presas no estado do Paraná (89%), e entre internos do socioeducativo de Goiás (27%) e de Mato Grosso (13,7%).
Ações de prevenção e enfrentamento
Ainda de acordo com o monitoramento dos GMFs, 22 unidades federativas informaram atividades realizadas por seus comitês de acompanhamento e combate à propagação da doença que têm o Judiciário em sua composição. A regularidade de envio de informações e de funcionamento dos comitês tem variado ao longo do tempo.
No que se refere à destinação de verbas de penas pecuniárias para o combate à pandemia, são 25 os estados que comunicaram estarem adotando a medida, além do TRF da 3ª Região. O montante totaliza R$ 107,7 milhões, entre recursos estaduais e federais. Também houve repasse de outras fontes para ações de enfrentamento à Covid-19 nesses estabelecimentos, com R$ 14 milhões destinados a dez diferentes estados.
O boletim também detalha informações qualitativas sobre o enfrentamento à pandemia em aspectos como disponibilização de equipamentos de proteção individual (EPIs), alimentação, fornecimento de água e material de higiene e limpeza, além de medicamentos e equipes de saúde. Há dados sobre unidades prisionais de competência estadual e federal, assim como de estabelecimentos do sistema socioeducativo.
Dia da Amiloidose Hereditária marca dificuldade de acesso a novas terapias
Pacientes seguem desassistidos, sem terapias eficientes para estágios mais avançados da doença
ANEEL apresenta na Câmara dos Deputados ações para garantir segurança no suprimento de energia
Pelo lado da oferta de energia, estamos pedindo, via ofício, a antecipação da entrega de obras de transmissão e geração de energia
ANEEL prorroga decisão de suspender cortes de energia de famílias de baixa renda
A prorrogação da medida por mais 90 dias vale para os consumidores da tarifa social de energia elétrica, contemplando aproximadamente 12 milhões de famílias
Comentários
Seja o primeiro a comentar
Envie Comentários utilizando sua conta do Facebook