CPT convida para lançamento do Caderno de Conflitos no Campo
Este material que se encontra em sua 37a edição, infelizmente, mais uma vez faz um raio-x dos conflitos agrários ocorridos no espaço agrário brasileiro
A Comissão Pastoral da Terra do Regional Rondônia, convida a sociedade rondoniense a participar do lançamento do Caderno de Conflitos no Campo Brasil 2021 no dia 17 de junho de 2022, às 09 horas, que ocorrerá de forma presencial no Auditório da Cúria Arquidiocesana, Rua Carlos Gomes n. 964, Bairro: Centro, que contará com a presença e participação de movimentos sociais, de trabalhadores e trabalhadoras que sofreram essas violações, de membro da comunidade científica, de autoridades públicas, órgãos da justiça e membro nacional do programa de proteção a defensores.
Desde o ano de 1985 a Comissão Pastoral da Terra realiza o lançamento do Caderno de Conflitos no Campo Brasil. Movida por seu caráter pastoral direcionado a estimular o protagonismo dos povos e comunidades da terra e das águas, por meio de sua presença solidária, profética, ecumênica, fraterna e afetiva, ao prestar um serviço educativo e transformador à causa dos camponeses e demais trabalhadores do campo, a fim de fortalecer suas organizações e lutas em defesa de seus direitos de luta pela terra e seus modos de vidas.
Este material que se encontra em sua 37a edição, infelizmente, mais uma vez faz um raio-x dos conflitos agrários ocorridos no espaço agrário brasileiro. Em que mais uma vez a Amazônia chora o sangue de seus defensores, e escancara a necropolítica imposta pelo neoliberalismo guiado pela gestão do governo Bolsonaro que sempre esteve empenhado em criminalizar a luta pela terra.
Com o desmantelamento dos órgãos e instituições públicas voltados a questão socioambiental e agrária brasileira, que culminou com um dos resultados sendo a não desapropriação de terras, e com isso consequentemente, no aumento dos conflitos no campo. Dessa maneira, foi registrado um aumento da violência em 418 territórios, sendo destes 23% territórios indígenas, 23% territórios quilombolas e 14% em territórios de posseiros.
Em relação ao percentual de aumento da violência foi registrado 94% de ampliação em relação ao ano anterior (2020). O número de assassinatos orquestrados por fazendeiros, grileiros e empresários rurais, quase chegou ao patamar de 30% no ano de 2021.
Ao verticalizarmos as informações em relação aos estados da Amazônia, o estado de Rondônia novamente, lamentavelmente, foi protagonista com maior número de assassinatos em decorrência de conflitos no campo, dos 35 assassinatos registrados em todo país, 11 ocorreram em Rondônia, sendo que, 3 vítimas estão vinculadas ao massacre ocorrido no ano de 2021 na região de Nova Mutum, distrito do município de Porto Velho, capital do Estado.
Este é o cenário que as dinâmicas agrárias brasileiras movidas pela bancada ruralista atrelada a economia da destruição que leva morte a camponeses e camponesas, povos indígenas e comunidades quilombolas.
Aguardamos a presença da comunidade científica amazônida- rondoniense, parceiros, movimentos e organizações sociais que ao longo dos anos tem contribuído com o fortalecimento da rede de apoio ao povo do campo, das águas e florestas. Assim como membros da mídia regional, visto que promovem um imenso papel na luta contra a violência no campo e ao combate a disseminação da criminalização da luta pela terra em Rondônia.
fonte: CPT
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