Defensoria apura abusos em clínica odontológica de Porto Velho

A empresa é acusada de impor contratos irregulares e prejudiciais a pacientes, em sua maioria pessoas hipossuficientes e em situação de vulnerabilidade

Fonte: Assessoria - Publicada em 26 de setembro de 2025 às 14:27

Defensoria apura abusos em clínica odontológica de Porto Velho

A Defensoria Pública do Estado de Rondônia (DPE-RO), por meio do Núcleo dos Juizados Especiais da Capital (13ª DPE), acompanha um litígio envolvendo uma clínica odontológica localizada na Avenida Mamoré, Zona Leste de Porto Velho. A empresa é acusada de impor contratos irregulares e prejudiciais a pacientes, em sua maioria pessoas hipossuficientes e em situação de vulnerabilidade.

Entre os casos apresentados à Defensoria está o de Maria, que contratou serviços de obturação, limpeza dentária e colocação de prótese. Segundo ela, a prótese quebrou pouco tempo após a colocação e o reparo foi negado pela clínica. Diante disso, Maria deixou de frequentar o local e de pagar o contrato. A clínica, então, ingressou com ação de execução alegando inadimplência.

Situação semelhante ocorreu com Vânia e seu filho, que também procuraram a clínica e tiveram problemas com a qualidade dos serviços. Prejudicada, Vânia buscou outro profissional, que constatou falhas no tratamento anterior. Ainda assim, a clínica ajuizou ação de cobrança contra a paciente.

De acordo com os relatos dos assistidos(as), a clínica adotava um modus operandi recorrente: firmava contratos complexos e extensos, aproveitando-se do desconhecimento técnico dos pacientes, e posteriormente utilizava as cláusulas para acionar judicialmente os consumidores, mesmo oferecendo serviços de baixa qualidade.

O defensor José Alberto Oliveira ressaltou que o volume anormal de processos ajuizados pela clínica pode configurar litigância predatória – prática caracterizada pelo uso abusivo do sistema judicial, com ações massivas, voltadas à obtenção de vantagens financeiras indevidas.

Reunião com o Ministério Público

Na última quinta-feira (25), o defensor público José Alberto Oliveira, coordenador dos Juizados Especiais da Capital, acompanhado do assessor jurídico Felipe Cezar Sousa, esteve na Promotoria do Consumidor do Ministério Público de Rondônia (MP/RO). Eles foram recebidos pela promotora de Justiça Daniela Nicolai, ocasião em que relataram práticas abusivas cometidas pela clínica.

Durante a reunião, foram apresentadas reclamações de pacientes, em grande parte de baixa renda e com pouca escolaridade, que relataram ter sido induzidos a assinar termos de “conclusão de tratamento” antes mesmo do início ou término dos serviços odontológicos, o que gera uma desvantagem contratual.

Ao invés de corrigir as falhas e melhorar os serviços, a clínica passou a ingressar judicialmente com ações de cobrança contra os consumidores. Atualmente, há 1.247 ações em andamento e outras 2.380 já encerradas, todas movidas pela mesma empresa.

Ao final da reunião, a DPE-RO e o MP-RO firmaram o compromisso de adotar todas as medidas cabíveis para apurar as centenas de reclamações registradas, reforçando a prioridade e a urgência da investigação.

Defensoria apura abusos em clínica odontológica de Porto Velho

A empresa é acusada de impor contratos irregulares e prejudiciais a pacientes, em sua maioria pessoas hipossuficientes e em situação de vulnerabilidade

Assessoria
Publicada em 26 de setembro de 2025 às 14:27
Defensoria apura abusos em clínica odontológica de Porto Velho

A Defensoria Pública do Estado de Rondônia (DPE-RO), por meio do Núcleo dos Juizados Especiais da Capital (13ª DPE), acompanha um litígio envolvendo uma clínica odontológica localizada na Avenida Mamoré, Zona Leste de Porto Velho. A empresa é acusada de impor contratos irregulares e prejudiciais a pacientes, em sua maioria pessoas hipossuficientes e em situação de vulnerabilidade.

Entre os casos apresentados à Defensoria está o de Maria, que contratou serviços de obturação, limpeza dentária e colocação de prótese. Segundo ela, a prótese quebrou pouco tempo após a colocação e o reparo foi negado pela clínica. Diante disso, Maria deixou de frequentar o local e de pagar o contrato. A clínica, então, ingressou com ação de execução alegando inadimplência.

Situação semelhante ocorreu com Vânia e seu filho, que também procuraram a clínica e tiveram problemas com a qualidade dos serviços. Prejudicada, Vânia buscou outro profissional, que constatou falhas no tratamento anterior. Ainda assim, a clínica ajuizou ação de cobrança contra a paciente.

De acordo com os relatos dos assistidos(as), a clínica adotava um modus operandi recorrente: firmava contratos complexos e extensos, aproveitando-se do desconhecimento técnico dos pacientes, e posteriormente utilizava as cláusulas para acionar judicialmente os consumidores, mesmo oferecendo serviços de baixa qualidade.

O defensor José Alberto Oliveira ressaltou que o volume anormal de processos ajuizados pela clínica pode configurar litigância predatória – prática caracterizada pelo uso abusivo do sistema judicial, com ações massivas, voltadas à obtenção de vantagens financeiras indevidas.

Reunião com o Ministério Público

Na última quinta-feira (25), o defensor público José Alberto Oliveira, coordenador dos Juizados Especiais da Capital, acompanhado do assessor jurídico Felipe Cezar Sousa, esteve na Promotoria do Consumidor do Ministério Público de Rondônia (MP/RO). Eles foram recebidos pela promotora de Justiça Daniela Nicolai, ocasião em que relataram práticas abusivas cometidas pela clínica.

Durante a reunião, foram apresentadas reclamações de pacientes, em grande parte de baixa renda e com pouca escolaridade, que relataram ter sido induzidos a assinar termos de “conclusão de tratamento” antes mesmo do início ou término dos serviços odontológicos, o que gera uma desvantagem contratual.

Ao invés de corrigir as falhas e melhorar os serviços, a clínica passou a ingressar judicialmente com ações de cobrança contra os consumidores. Atualmente, há 1.247 ações em andamento e outras 2.380 já encerradas, todas movidas pela mesma empresa.

Ao final da reunião, a DPE-RO e o MP-RO firmaram o compromisso de adotar todas as medidas cabíveis para apurar as centenas de reclamações registradas, reforçando a prioridade e a urgência da investigação.

Comentários

  • 1
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    Silvia 04/10/2025

    Sim eu também fiz um tratamento na odonto excelência coloquei uma prótese também uma noite fui dormir levantei di manhã com uma falha na boca o dente havia quebrado eles mi colocaram na justiça pôr duas parcelas quê atrasou quando eu paguei falei do dente quê tinha caído diz quê não podia consertar porquê já tinha passado a garantia.

  • 2
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    Paula Marques 02/10/2025

    A odonto excellence também faz isso péssimo atendimento ainda bloquea nossas contas cobra uma absurdo de juros pra gente pagar de entrada no acordo eu quase perco meus dentes ainda bem que procurei outro dentista rápido

  • 3
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    Cida 01/10/2025

    Parabéns pela ação, lembrando que existem inúmeras empresas cometendo isso, E pessoas sem nenhuma orientação assinam contratos ridículos e viram presas nas mãos dessas pessoas.

  • 4
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    Arlene Gorayeb 30/09/2025

    Parabéns Defensoria Pública RO, por esse serviço á sociedade! 

  • 5
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    INDIRA JÁFIA ALVES PEIXOTO 29/09/2025

    Essa Clínica seria a Ridente por acaso?

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