DeFi: tendência que pode revolucionar o mercado financeiro

DeFi: tendência que pode revolucionar o mercado financeiro

Da redação/ Foto: Divulgação
Publicada em 21 de agosto de 2021 às 11:34
DeFi: tendência que pode revolucionar o mercado financeiro

Nos últimos anos, comprar criptomoedas se mostrou como uma possibilidade bastante rentável para quem entende do assunto. Porém, por ser uma moeda digital, esse tipo de transação precisa de uma estrutura própria — as burocracias dos bancos tradicionais já não cabem nessa nova forma de pensar e trabalhar com dinheiro. Para isso nasceu a DeFi, tendência que cresceu mais de 20 vezes em apenas um ano.

Em 2020, as aplicações bloqueadas em DeFi saltaram de US$ 652 milhões para US$ 14,7 bilhões. Seus algoritmos, aliás, são mais maleáveis que os dos bitcoins, o que mostra que essa tecnologia pode ser ainda mais revolucionária. Entenda mais sobre o assunto!

Afinal, o que é DeFi?

É uma abreviação para descentralized finances — “finanças descentralizadas” em português. DeFi é uma forma ainda experimental de finanças em que não há intermediários para a transação, como corretoras, bancos ou exchanges. Em vez deles, são utilizados contratos inteligentes (smart contracts), ou seja, protocolos virtuais criados para deixar as transações online mais seguras e confiáveis. O segmento de DeFi pode ser dividido em quatro vertentes:

Per-to-peer (P2P) lending

Tipo de empréstimo em que uma instituição financeira atua como intermediária entre as partes interessadas (credor e solicitante), sem ser a responsável por ceder o dinheiro. Assim como todas as tecnologias que fazem parte do DeFi, a intenção é reduzir custos, cortar burocracias e agilizar as transações.

Dexes

Acrônimo para exchanges descentralizadas (descentralized exchanges), são contratos que trocam automaticamente uma cripto por outra, mas com uma taxa mais baixa que a cobrada por uma empresa do mercado tradicional centralizado. O Dexes segue a mesma lógica do lending, mas é voltado para operações de trading.

Assets

São ativos financeiros tokenizados, ou seja, com chave eletrônica (token) que funciona como um contrato digital.

Payments

São os meios de pagamento em DeFi, como aplicativos, protocolos e soluções, mas todos descentralizados.

Como funciona

O DeFi utiliza aplicativos descentralizados, chamados DApps, para executar funções financeiras na blockchain, livro-razão imutável e explorador de criptomoedas que registra cada uma das transações feitas dentro dele. Então, em vez de as negociações serem feitas por empresas centralizadas, como uma corretora ou um banco, todo o processo ocorre entre os participantes, sem intermediários.

Ethereum

Os smart contracts mais comuns em DeFi são os da ethereum, já que a tecnologia surgiu justamente com essa criptomoeda. Diferentemente do que ocorre com o bitcoin, a moeda digital mais conhecida, a Ethereum permite o desenvolvimento de aplicações descentralizadas.

Quando surgiu, em 2015, a ethereum possibilitou a criação de sistemas financeiros — empréstimos, seguros e até bolsas de valores — sem que houvesse interferência de terceiros. Atualmente, a criptomoeda processa bilhões de transações por dia sem precisar que uma empresa certifique que cada uma delas foi completada.

A garantia de que tudo vai ocorrer como desejado vem da qualidade do código, que costuma ser auditado por mais de uma instituição de software. Além disso, o código é público, ou seja, qualquer um pode baixá-lo e verificar sua eficácia.

Principais DeFis da atualidade

Confira os sistemas mais famosos baseados na tecnologia:

Dai

É uma stablecoin (moeda estável), ou seja, uma criptomoeda pareada com algum ativo estável para diminuir as chances de volatilidade. No caso da Dai, o ativo estável é uma moeda de grande valor internacional, como o dólar e o euro. Utilizada em pagamentos, é negociada por grandes exchanges no Brasil, como a NovaDAX, por exemplo. Atualmente, tem mais de US$ 2,64 bilhões em criptos bloqueadas.

Uniswap

É uma exchange que permite a negociação de diferentes tokens emitidos pela blockchain da ethereum. Em vez de contar com agentes de liquidez, o protocolo incentiva o usuário a formar pools — contratos inteligentes que bloqueiam tokens em uma exchange descentralizada — e emite taxas de negociação para quem fornece liquidez. Recentemente, o Uniswap fez história: foi o primeiro protocolo DeFi a atingir US$ 1 bi em geração de taxas.

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