Delegado preso pagou US$ 9.900 a detetives para vigiarem amante em Miami e levava vida de luxo

Os promotores descobriram, com a quebra do sigilo telefônico, que o policial fez com toda a família rotineiras viagens internacionais em classe executiva pagas em espécie

Brasil 247
Publicada em 28 de dezembro de 2021 às 08:40
Delegado preso pagou US$ 9.900 a detetives para vigiarem amante em Miami e levava vida de luxo

247 - Com a análise de três dos 12 telefones celulares apreendidos na casa do delegado da Polícia Civil Maurício Demétrio Afonso Alves, preso desde junho, os promotores do Ministério Público do Estado (MPRJ) descobriram que o policial levava uma vida de luxo, não compatível com sua renda, ostentava riqueza — inclusive contratando seguranças particulares para protegê-lo em viagens. Ele também chegou a pagar a uma agência de detetives particulares americana para investigar a vida de sua amante, em Miami, nos Estados Unidos. A reportagem é do jornal O Globo. 

Os promotores descobriram, com a quebra do sigilo telefônico, que o policial fez com toda a família rotineiras viagens internacionais em classe executiva pagas em espécie. Também foram constatados, durante a investigação, hospedagens em hotéis de luxo, aluguel de mansões na Costa Verde e carros de luxo no Brasil e no exterior.

Foi numa dessas viagens para fora do país que Demétrio teria contratado três detetives para vigiar e investigar, por oito dias, uma amante na Flórida. No contrato, encontrado em um dos celulares do delegado, consta o pagamento de U$ 9.900 (em valores atuais, cerca de R$ 56 mil) para que a amante fosse monitorada 24 horas por dia. O acordo teria sido firmado com a Salazar Investigations em dezembro de 2019. A mulher teria tido a vida investigada entre 3 e 8 de dezembro daquele ano.

O documento foi assinado por Demétrio e Eduardo "Eddy" Salazar, dono da empresa. O detetive particular ainda informou os dados de duas contas bancárias ao então delegado da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) para que os valores fossem transferidos. O montante seria usado para pagar a investigação e cobrir todas as despesas. No contrato, Salazar declarou que o valor poderia sofrer acréscimos caso os detetives precisassem prosseguir nas buscas.

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