Deputado Laerte Gomes denuncia morte de bebês por dificuldade de acesso a leitos de UTI neonatal
O parlamentar pediu ao governador que troque a médica que está à frente da regulação das UTIs
Durante sessão ordinária na Assembleia Legislativa, o deputado Laerte Gomes (PSDB) se solidarizou com duas famílias de Ji-Paraná e uma de Jaru, devido a bebês que perderam a vida recentemente. O parlamentar lembrou que havia fluxo de pacientes em uma UTI neonatal que funcionava há três anos em Ouro Preto do Oeste, atendendo bebês da Região Central do Estado, mas o serviço não é mais prestado como antes.
“Acontece que a doutora Fátima Sankara, pediatra com especialidade em neonatologia, que estava há 15 anos cuidando da regulação desses leitos de UTIs foi retirada da função, como fizeram com praticamente todo o quadro técnico da Sesau. Pessoas que trabalhavam há anos foram trocadas por gente sem experiência, e pior, sem sensibilidade humana”, acrescentou o deputado Laerte Gomes. Neonatologia é a área da pediatria que trata da criança, do nascimento ao 28º dia de vida.
O parlamentar contou que fez uma audiência com o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Valdivino Crispim, com representantes médicos de Ji-Paraná e Ouro Preto do Oeste, e com a equipe técnica da Sesau. Ele disse ter ficado horrorizado com o que ouviu da médica e da enfermeira que estão responsáveis pela regulação das UTIs.
“A pediatra Luana, que entrou no lugar da doutora Fátima, e a auxiliar dela, uma enfermeira, disseram que agora todos os pacientes são trazidos para o Hospital de Base, e que só são enviados para as UTIs dos municípios se não houver vaga no HB. E a pediatra ainda disse que é obrigação dos municípios transportar os pacientes. As prefeituras não têm condições de fazer esse transporte”, explicou o deputado. Laerte Gomes explicou que a médica Luana não tem especialização para lidar com bebês que precisam de UTI neonatal, portanto não poderia ocupar o cargo, onde se tomam decisões sobre ocupação de leitos de UTI.
O parlamentar perguntou à médica quem encaminha os pacientes. Ela respondeu que são os pediatras de cada município. O deputado Laerte Gomes detalhou que somente sete ou oito prefeituras mantém pediatras todos os dias, e que nos municípios menores esses profissionais atendem somente uma vez por semana.
“Enquanto isso estão acontecendo os óbitos de recém-nascidos. Acredito que não foi só eu quem ficou horrorizado. O conselheiro Crispim também ficou, principalmente quando eu mostrei a foto de um dos bebês que morreu. E não vamos falar em preço de UTI. A médica afirmou que ela precisa olhar o financeiro. Acredito que ela disse isso porque não se tratava do filho dela. O próprio conselheiro avisou que se olha primeiro a vida, porque vida não tem preço”, prosseguiu o parlamentar.
O deputado Laerte Gomes lembrou que anteriormente as mães ficavam mais perto de casa, acompanhando os bebês na UTI. Além disso, é mais rápido levar um paciente de Jaru até Ouro Preto do que transportar para Porto Velho, pois aumenta o risco de a criança falecer no caminho.
“Vou apelar para o governador, que tem um coração sensível à vida humana. É preciso trocar essa pediatra, que não tem a formação necessária para ocupar esse cargo e não pode ficar à frente de funções que têm por objetivo salvar vidas. É preciso olhar o valor da vida dos bebês. São pessoas que não conhecem o interior, não sabem como são os municípios”, concluiu o parlamentar.
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A nova coordenadora do RH da SESAU não tem formação e tão pouco especialização. No entanto, está lá em cargo de comissão cuidando de gestão de pessoas. Na SESAU não importa sua formação, o que importa é a indicação.
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