Descartada suspeita de febre aftosa
A Idaron, com apoio dos produtores rurais, veterinários e outros profissionais, tem se mantido vigilante contra a febre aftosa
Com a retirada da vacinação, as outras medidas de prevenção, como o controle de trânsito e vigilância de animais susceptíveis, serão ainda mais importantes
Após análise clínica em três animais, todos bovinos, com amostras encaminhadas ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA) de Pedro Leopoldo (MG), a Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron) descartou a suspeita de febre aftosa registrada no último mês de outubro no município de Nova Brasilândia D’Oeste, região da Zona da Mata.
No mesmo dia que as amostras deram entrada no laboratório, obteve-se o diagnóstico laboratorial de não reagentes para febre aftosa e estomatite vesicular em todas as amostras, segundo informou Márcio Alex Petró, coordenador estadual do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (Pnefa). “Desta forma, descartou-se a presença das duas doenças”, destacou.
Em complementação, o LFDA fez exames diferenciais utilizando técnicas moleculares em busca de doenças causadas por poxvírus, todos os exames tiveram resultado negativos, ou seja, não reagentes. “As poxviroses são popularmente chamadas de varíola bovina e podem causar lesões vesiculares confundíveis com febre aftosa. Têm sido comumente identificadas em diversos municípios de Rondônia”, explica Márcio Petró.
Mesmo com os resultados negativos para aftosa, estomatite vesicular e poxviroses, em continuidade à vigilância epidemiológica, os animais das propriedades com caso suspeito de doença vesicular serão examinados periodicamente nos próximos 15 dias, para acompanhamento da evolução clínica das lesões.
VIGILÂNCIA
A Idaron ressalta que todo o serviço veterinário oficial, em conjunto com os produtores rurais, médicos veterinários e outros profissionais da área de ciências agrárias, tem promovido constante vigilância para a Febre Aftosa. Uma das estratégias adotadas pela Agência é a inspeção dos animais susceptíveis à doença, em busca de sinais clínicos e lesões sugestivas de doenças vesiculares, com direcionamento às propriedades rurais com maior risco de introdução ou de circulação do agente causador da doença.
Com a intensificação da vigilância dos animais susceptíveis, é esperado um aumento na frequência da suspeita de doenças vesiculares, uma vez que várias doenças, em alguma fase do seu curso, podem ser confundidas com as lesões de Febre Aftosa ou estomatite vesicular. “Esse incremento demonstra que o serviço veterinário estadual e a iniciativa privada estão em consonância, fortalecidos e aptos para identificar e conter precocemente a doença, caso ela ocorra”, destaca o presidente da Idaron, Júlio Cesar Rocha Peres.
Desta forma, acrescenta ele, o setor produtivo deve entender que a ocorrência de suspeitas de doença vesiculares representa um sistema veterinário sensível à ocorrência de doenças e capacitado para agir, assim como compreender e aceitar as medidas estabelecidas para controle e prevenção durante essas atividades. “Um dos objetivos mais práticos de um eficiente sistema veterinário é a detecção precoce das doenças, e ela só é alcançada com a conscientização de todos os proprietários de animais em notificar qualquer alteração na saúde de seus rebanhos, pois são eles que vistoriam seus animais diariamente”, acentua Júlio Cesar.
LIVRE DE AFTOSA
Rondônia está há 20 anos livre da Febre Aftosa, sendo que a vacinação sistemática contra febre aftosa de bovinos e bubalinos ajudou para que a doença fosse prevenida e para que Rondônia conquistasse e mantivesse o reconhecimento internacional de livre com vacinação. Buscando a evolução dessa condição sanitária, o estado está no processo de implantação do Plano Estratégico Pnefa 2017-2026, no qual o Brasil passará por uma progressiva suspensão da vacinação contra a doença, com o objetivo de tornar o país internacionalmente reconhecido como livre de Febre Aftosa sem vacinação até o ano de 2023.
Com a retirada da vacinação, as outras medidas de prevenção, como o controle de trânsito e vigilância de animais susceptíveis, serão ainda mais importantes. Por isso, todos os atores do setor pecuário devem continuar empenhados em fortalecer a sanidade do rebanho rondoniense, cumprindo as legislações zoossanitárias e estando vigilante a saúde dos animais, para tanto qualquer caso suspeito de doença deve ser notificado a Idaron.
A comunicação de caso suspeito de doenças ou de denúncias pode ser feita por diversos canais: Disque Idaron (0800 643 4337), Disque denúncia (0800 704 9944), pelo site da Idaron através do Formulário de Notificação de Suspeita de Doenças, por ligação para a Unidade Local da Idaron (os telefones estão disponíveis no site da Idaron) e na GTA ou comparecendo a uma Unidade Local.
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