Do silêncio estrondoso à espera ruidosa
"Se ele abrir a boca e disser um quinto, apenas um quinto, do que sabe, Jair Messias explode para sempre", diz Eric Nepouceno sobre Anderson Torres
Anderson Torres e 4º Batalhão de Polícia Militar, no Guará (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil | Valter Campanato/Agência Brasil)
Anderson Torres, a figurinha opaca e diminuta que virou ministro da Justiça com Jair Messias, foi preso no sábado passado, dia 14, quando voltou da mesma Flórida onde está refugiado o ex-mandatário fujão.
Falou rapidamente com os policiais que o prenderam, e na quarta-feira foi fazer o primeiro depoimento formal na Polícia Federal. E, conforme tinha sido anunciado pelo seu advogado, não abriu a boca.
Embora esperado, o silêncio estrondoso deu o que falar. O argumento de Torres – não havia tido acesso aos autos do processo que levaram à sua prisão – é mais do que razoável e lógico, mas ainda assim o silêncio foi assunto de muita discussão. Afinal, há enxurradas de acusações contra ele amplamente divulgadas, e não seria preciso ler os autos para saber o que seria perguntado. Trata-se de um recurso legal que dará tempo para ele e seu advogado pensarem direitinho nas respostas, se é que existirão mesmo.
Segunda-feira, dia 23, conforme anunciado, Anderson será novamente interrogado pela Polícia Federal. E avisa que, desta vez, irá responder tudo que for perguntado. Será?
Ele continua quieto. Informações vindas do cárcere onde espera a hora de falar indicam que Anderson vive dias de tensão e depressão, e que diz não saber o que fez ou deixou de fazer para ter sido preso. Suave inocência. Suave e falsa, totalmente falsa.
Como bem disse o jornalista Leonardo Sakamoto em uma coluna no site UOL, a relação entre Anderson Torres e Jair Messias passou por uma virada: de homem-forte tornou-se homem-bomba.
Se ele abrir a boca e disser um quinto, apenas um quinto, do que sabe, Jair Messias explode para sempre.
Por exemplo: o tal texto de um decreto que imporia o controle militar sobre o Tribunal Superior Eleitoral teve a participação de quem em sua elaboração? Além de Jair Messias, os generais empijamados Braga Netto e Augusto Heleno ajudaram? Foram informados? E outro empijamado, o Mourão, foi posto de lado?
Anderson saiu do ministério de Justiça e foi levado diretamente para a secretaria de Segurança do Distrito Federal. E em seguida entrou de férias, viajando para a mesma terra do Pateta onde o fujão já estava. Teve tempo apenas de desmantelar todo o comando da segurança de Brasília.
Agiu por conta própria? Alguém sugeriu que ele fizesse isso para deixar a capital à mercê dos bolsonaristas que destroçariam tudo que encontrassem pela frente? Alguém disse ou insinuou que haveria um golpe para derrotar Lula e trazer Jair Messias de volta?
Sim, sim, há muito ruído nessa espera. Daqui até segunda-feira os dias terão muito mais do que 24 horas. Para Jair Messias e para todo o país.
Eric Nepomuceno
Eric Nepomuceno é jornalista e escritor
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