Docentes da UNIR têm projetos aprovados no edital Amazônia +10
Os projetos, com investimento de aproximadamente R$ 42 milhões, irão mobilizar 137 grupos de pesquisa com investimentos das Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) de 19 Estados brasileiros, entre os quais está Rondônia, por meio da UNIR e da Fapero
A Universidade Federal de Rondônia (UNIR) teve três projetos aprovados pelo edital Amazônia +10. Os projetos dos docentes da UNIR estão entre os 39 selecionados pelo Conselho Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa (Confap), que buscou propostas de estudos sobre território, povos da Amazônia e fortalecimento de cadeias produtivas. Os projetos, com investimento de aproximadamente R$ 42 milhões, irão mobilizar 137 grupos de pesquisa com investimentos das Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) de 19 Estados brasileiros, entre os quais está Rondônia, por meio da UNIR e da Fapero.
Iniciativa Amazônia +10 é um projeto do Confap e tem como objetivo apoiar o desenvolvimento tecnológico e a pesquisa científica em instituições de ensino e pesquisa sobre os problemas atuais da Amazônia, com foco no estreitamento das interações natureza-sociedade para um desenvolvimento sustentável da região, além de promover a interação natureza-sociedade e o desenvolvimento sustentável e inclusivo da Amazônia.
Gestão territorial e sustentabilidade - Um dos projetos aprovados pela UNIR é intitulado “Caracterização socioambiental, diagnóstico da gestão territorial e análise do potencial de sustentabilidade na região do Vale do Guaporé, estado de Rondônia: desafios para o desenvolvimento do turismo sustentável, gestão da água e educação ambiental”. Tem como foco a linha de pesquisa “Povos da Amazônia como protagonistas do conhecimento e da valorização da biodiversidade e adaptação às mudanças climáticas”, e será executado em parceria com a Unioeste, Ifap e UFSCar, com fomento da Fapero, Fapesp, Fundação Araucária e Fapeap.
A coordenadora, professora Nara Luisa Reis, destaca a importância da execução do projeto e da participação da UNIR no Amazônia +10 em conjunto com outras instituições de ensino e pesquisa. “O objetivo é melhorar compreensão dos aspectos socioambientais da região do Guaporé e contribuir para a sustentabilidade de comunidades amazônicas”, explicou.
Emissão de carbono e aquicultura - Outro projeto aprovado pela UNIR é o “Pegada de Carbono e Impactos da Expansão da aquicultura na Amazônia”. A professora Carolina Rodrigues da Costa Doria, docente no curso de Biologia da UNIR, é uma das coordenadoras. Para ela, “a partir de parcerias com pesquisadores nacionais e internacionais a UNIR pode se fortalecer e desenvolver projetos de pesquisa de grande importância regional, além de promover a capacitação de recursos humanos locais”.
Neste projeto será avaliado o ritmo e as implicações do rápido crescimento da aquicultura para a pegada de carbono (metodologia para medição da emissão de gases de efeito estufa) em duas regiões amazônicas com indústrias de aquicultura emergentes e contrastante. O projeto visa promover a sustentabilidade do sistema alimentar abordando a trajetória da expansão da aquicultura na Amazônia, o impacto da aquicultura na Amazônia nas emissões e remoções de carbono e como a pegada de carbono da aquicultura na Amazônia se compara a alimentos alternativos de origem animal.
“Nossa proposta avança no desenvolvimento de sistemas rurais-urbanos resilientes e se relaciona com temas de sustentabilidade, incluindo o aumento da produção de alimentos e a redução dos riscos climáticos. As discussões e resultados do projeto trarão importantes contribuições para a elaboração de estratégias para reduzir os custos ambientais da expansão da aquicultura na Amazônia, melhorar as práticas de manejo da aquicultura e também integrar essas atividades com a proteção e manutenção dos serviços ecossistêmicos”, comenta a coordenadora.
Política e sustentabilidade na Amazônia - O terceiro projeto aprovado por pesquisadores da UNIR chama-se “Governança policêntrica, mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável na Pan-Amazônia” e visa atender ao item “Avanços no entendimento das estratégias de governança socioambiental e orientação das políticas públicas governamentais locais”, que consiste numa das diretrizes estipuladas pelo Amazônia + 10.
O docente João Paulo Viana, do Departamento Acadêmico de Ciências Sociais (DACS/UNIR), é um dos coordenadores do projeto, que conta ainda com a colaboração da professora Patrícia Vasconcellos, também do DACS. Ele explica que se trata de uma parceria de três grupos de pesquisa do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ: OPSA, OIMC, LEGAL e seus respectivos parceiros. João Paulo coordena localmente o LEGAL - Laboratório de Estudos Geopolíticos da Amazônia Legal, que possui sede em Macapá e desenvolve atividades em nove estados com o apoio do Instituto Clima e Sociedade (ICS).
Esse projeto conta com a parceria de sete universidades públicas da Amazônia Legal e seu “objetivo fundamental é a criação do Monitor Político de Sustentabilidade na Amazônia (MoPSA), uma plataforma virtual que reunirá informações e análises sobre visões e ações dos diferentes agentes e instituições estaduais, nacionais e estrangeiras sobre a questão do desenvolvimento sustentável na Pan Amazônia. Assim, caberá ao LEGAL o monitoramento da agenda para a Amazônia dos governos federal e dos governos estaduais da região”, detalha.
Além disso, o professor ressalta a importância da disseminação de análises, informações e conhecimento do que vem sendo efetivado em termos de ações para a Amazônia Legal. “Esperamos uma grande visibilidade no conhecimento produzido, principalmente nos estados envolvidos no projeto, especialmente nos temas das mudanças climáticas, defesa da ciência e da democracia. E sendo a UNIR uma das principais universidades públicas da região Amazônica, no contexto de uma concertação de instituições em nosso projeto, nossa participação insere-se como fundamental e imprescindível para uma melhor compreensão da agenda rondoniense para a Amazônia”, conclui o coordenador.
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