Dor intensa não é normal: 6 sinais de alerta da endometriose
Campanha “Março Amarelo” busca conscientizar sobre a doença que é crônica e atinge cerca de 10% das mulheres, impactando a qualidade de vida

A endometriose atinge cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva, mas, o diagnóstico ainda leva, em média, nove anos para ser confirmado. A campanha Março Amarelo busca mudar essa realidade, chamando a atenção para os sintomas da doença e incentivando o diagnóstico precoce.
Trata-se de uma doença inflamatória crônica em que o tecido semelhante ao endométrio cresce fora do útero, podendo afetar órgãos como ovários, trompas, intestino e bexiga. O problema causa inflamação, dor intensa e pode até levar à infertilidade.
Entre os principais sinais de alerta estão:
· Cólicas menstruais intensas e incapacitantes;
· Dor durante as relações sexuais;
· Dor pélvica crônica;
· Dificuldade para engravidar;
· Sangramentos irregulares;
· Dor ao urinar ou evacuar, especialmente durante o período menstrual.
Por falta de informação, muitas mulheres passam anos sem saber que têm endometriose. “A ideia de que sentir dor intensa na menstruação é normal atrasa a busca por atendimento. Quando uma mulher precisa faltar ao trabalho ou à escola por conta da dor, isso já é um alerta de que algo está errado”, afirma Priscila Cruz, ginecologista do Hospital viValle, da Rede D’Or.
A especialista alerta ainda que existam diversos outros sintomas tanto físicos como psicológicos. “Não conseguir realizar tarefas cotidianas, lidar com as dores constantes e, em alguns casos, com a infertilidade, o que impacta significativamente a qualidade de vida da paciente”, complementa.
Há uma correlação significativa entre endometriose e infertilidade, porém não é uma condição absoluta para todos os casos. Isso ocorre porque a inflamação e as aderências causadas pela doença podem prejudicar a função dos ovários, obstruir as trompas de falópio e dificultar a implantação do embrião no útero.
A endometriose pode surgir desde a primeira menstruação até a menopausa, ou seja, uma ampla faixa etária que vai desde os 10 até 55 anos, em média. Segundo a especialista, um dos principais fatores para o desenvolvimento da doença é genética, mas o estilo de vida também pode influenciar a progressão dos sintomas.
O diagnóstico pode ser feito por meio de consulta ginecológica e exames de imagem, como ultrassonografia e ressonância magnética. “O avanço da tecnologia tem permitido identificar a doença mais cedo, melhorando as opções de tratamento. Mas, para isso é necessário que a paciente busque atendimento médico para iniciar a investigação”, orienta a especialista do viValle, localizado em São José dos Campos.
Apesar de não ter cura, a endometriose tem tratamento que pode aliviar os sintomas, proporcionando mais qualidade de vida. O acompanhamento é individualizado e pode incluir medicamentos hormonais, fisioterapia e, em casos mais graves, cirurgia.
Evento de conscientização
No dia 29 de março, a “2ª Caminhada da Endometriose – a sua dor importa” será realizada em São José dos Campos, com apoio do Hospital viValle. O evento, no Jardim Nova América, busca ampliar a conscientização e incentivar mais mulheres a buscarem diagnóstico precoce.
“Quanto mais falamos sobre endometriose, mais mulheres se sentem encorajadas a procurar ajuda e garantir um tratamento adequado”, finaliza Priscila Cruz.
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