Durante reunião da Sala de Crise da Região Norte, Defesa Civil Municipal é informada que El Niño deve perder força até o final deste semestre
Segundo semestre de 2023 será marcado pela atuação da La Niña
Atuação de La Niña gera perspectiva de redução do período de seca intensa
Atenta às questões climáticas na Amazônia, em decorrência do fenômeno El Niño que têm provocado intensa seca nos estados da região, a Prefeitura de Porto Velho, por meio da Defesa Civil Municipal, participou na tarde de sexta-feira (22), da 10ª Reunião da Sala de Crise da Região Norte, que também contou com a participação de vários representantes de estados e municípios duramente afetados.
O superintendente de Operações e Eventos Críticos da Agência Nacional de Águas (ANA), Joaquim Gondim, foi quem conduziu os trabalhos. Ele falou do plano de contingência elaborado pelo órgão tão logo foi divulgado a perspectiva da chegada do El Niño e enfatizou a importância das reuniões mensais, onde os técnicos de diversos setores ligados ao clima passam informações e orientações.
A meteorologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Marília Guedes, fez um resumo da situação e explicou que até esta terça-feira (26), a previsão é de chuvas acima do que era esperado na região Norte, principalmente no Amazonas, Rondônia e Pará.
“Do dia 27 de março a 2 de abril, na parte mais a Oeste da região, que abrange os estados do Amazonas, Acre e Rondônia, a previsão é de chuvas dentro do normal. Já para os meses de abril, maio e junho, a maior probabilidade é de chuva abaixo do esperado na parte mais ao Norte da região”, afirmou.
Ainda conforme Marília Guedes, a tendência é que nos próximos meses seja finalizada a atuação do El Niño, passando para uma condição neutra. O segundo semestre de 2024 será marcado pela atuação da La Niña.
Esse anúncio deixou a equipe da Defesa Civil mais animada, com a perspectiva de redução desse período de seca intensa. “A informação que tivemos é que o El Niño está na fase final, com provável término em maio ou junho deste ano”, comentou Elias Ribeiro, coordenador da Defesa Civil do Município.
RIO MADEIRA
Na sexta-feira (22), o nível do rio Madeira continuava abaixo da média, com a régua marcando 12,60 metros. Porém, a equipe recebeu informação que houve chuvas na Bolívia e no Peru, fazendo com que aumentasse a vazão na junção do rio Mamoré com o Beni, que formam o rio Madeira. “E hoje, nesses países, está caindo chuva com bastante intensidade, podendo causar um repiquete e alcançar a cota de 14 metros”, completou Ribeiro.
De acordo com a Defesa Civil Municipal, a bacia do rio Madeira em Porto Velho é influenciada em 74% pelas chuvas que caem na Bolívia, 12% pelas chuvas do Peru e somente 14% pelas águas pluviais que caem em solo brasileiro.
“Ainda não dá para saber qual cota o rio chegará, pois dependemos da vazão em Nova Mamoré, onde é formado o rio Madeira”, finalizou.
Reunião da Sala de Crise da Região Norte tem caráter preventivo, para que a Defesa Civil de cada município afetado possa programar melhor a sua atuação. As informações e orientações projetam um cenário de 15 dias para frente, conforme informou Anderson Luiz, gerente da Defesa Civil do município de Porto Velho.
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