É hora de desarmar o palanque
A campanha já passou. Deixemos, pois, de lado as eventuais diferenças ideológicas e partidárias e passemos a cuidar dos interesses da população
Oficialmente, a campanha eleitoral encerrou-se faz um tempinho. Reconhecidamente, chegamos ao fim de um período da mais alta importância para o processo político
e, mais propriamente, para a democracia. O importante era que todos os candidatos, vencedores e vencidos, não importa o cargo que disputaram, pautassem sua conduta pelo absoluto respeito aos resultados das urnas, especialmente, ao eleitor, que compareceu à seção eleitoral e deixou marcado sua posição.
A partir de agora, é procurar enfrentar os problemas reais contra os quais se debate a população e, consequentemente, apresentar propostas capazes de tornar tais problemas menos graves, ou então removê-los, definitivamente, mas não é isso o que se tem visto e ouvido. Pelo contrário, registra-se ações condenáveis,
sobretudo pelo oportunismo de que se revestem. É fácil autoproclamar-se democrático, difícil, porém, é respeitar a opinião do outro. E o que dizer daquele candidato que
passou campanha inteira reiterando a sua honestidade, esquecendo-se de que ser honesto não é uma qualidade na pessoa que se propõe a ocupar uma função pública. A honestidade é algo inato e precisa ser reconhecida e não autoproclamada. Erra feio, portanto, o candidato a homem público que enche a boca para dizer que é honesto, quando isso deve ser sabido por aqueles que o conhecem e não ser dito por ele próprio.
Por acaso, alguém já viu a necessidade de uma mulher proclamar, aos gritos, a sua virtude? A mulher, como se sabe, é virtuosa pela sua formação e é pela qualificação intrínseca de seus dotes morais que se torna merecedora da admiração e do respeito geral como uma verdadeira dama. Assim é o político. Desgraçadamente, nem sempre a teoria chega à prática na arte difícil de lidar com os negócios públicos. Não sem motivo que a atividade política se tornou uma espécie de maldição. Muita gente passou a nivelar o político por baixo, com os indivíduos de má conduta que se servem desse meio, o que é um tremendo equívoco. O político é necessário para que haja quem lide com as coisas da política e por esse caminho encontre a saída de como tratar a atividade pública. A campanha já passou. Deixemos, pois, de lado as eventuais diferenças ideológicas e partidárias e passemos a cuidar dos interesses da população.
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