E Porto Velho não alaga mais...

Dizer que Porto Velho já não alaga mais, é uma maneira que parte da mídia encontrou para adular o novo prefeito

Fonte: Professor Nazareno - Publicada em 20 de outubro de 2025 às 15:25

Está fazendo quase um ano que o senhor Leonardo Barreto se elegeu prefeito de Porto Velho depois que “dançou” freneticamente em uma poça de água da chuva lá no encontro das ruas Rio de Janeiro e Guaporé, próximas à zona leste da capital mais suja e imunda do país. Essa dança aconteceu na noite anterior às eleições que colocaram este paranaense de Foz do Iguaçu à frente da administração da cidade. Barreto foi eleito prometendo tirar Porto Velho das últimas colocações em IDH dentre as capitais do país. Um ano já se passou e até agora os habitantes locais continuam “bebendo água de bosta”, como observou uma das candidatas naquela campanha eleitoral. Há um ano, a capital tinha apenas 2,8 por cento de saneamento básico e 34 por cento de água encanada, apesar de ser banhada pelo enorme rio Madeira, um dos maiores rios do mundo de água potável.

Dizer que Porto Velho já não alaga mais, é uma maneira que parte da mídia encontrou para adular o novo prefeito. Há, sim, ainda muitas áreas sensíveis que alagam com uma chuva mais intensa. Principalmente nas periferias da problemática cidade. O problema não foi resolvido. Hoje, a capital dos rondonienses ainda continua com os mesmos 2,8 de saneamento básico e quem quiser beber água por aqui tem que se valer dos poços cavados ao lado de fossas sépticas. Bosta líquida em fartura. Muito diferente de Foz do Iguaçu, Maringá e algumas outras cidades limpas, asseadas e com um IDH de fazer inveja a cidades do Primeiro Mundo.  Mas não sejamos tão injustos assim: a sujeira da cidade até que diminuiu um pouco. Mas só onde a vista alcança. Limpa-se em cima das ruas, mas a falta de esgotos encobre a sujeira e as estatísticas sobre qualidade de vida.

Sem saneamento básico, Porto Velho jamais será uma cidade limpa. Além do mais, aqui nós temos ainda o “açougue” João Paulo Segundo, que faz as vezes de hospital de pronto-socorro envergonhando a todos os munícipes, apesar de que fazer um bom hospital não seja uma das atribuições do falante e “influencer” prefeito Barreto. Mas por que não se fala em construir um pronto-socorro municipal? Falemos também da falta de um porto decente no rio Madeira. Ir a Calama e a outros distritos do baixo Madeira é um sacrifício enorme. Não há porto rampeado e por isso tem-se que descer dezenas de degraus inseguros num barranco escorregadio e íngreme. Uma verdadeira via-crúcis. O prefeito não viu isso ainda? Por que o porto rampeado, doado pela Santo Antônio Energia, e que funcionou muito bem durante uns dois anos, tem que ser administrado por Manaus?

Leonardo Barreto tem só um ano administrando a “currutela fedida”, dizem os seus defensores, mas os problemas são tantos e tão urgentes que precisavam ser atacados de imediato. Trazer Joelma para cantar e divertir seus admiradores e fãs não vai mudar em nada a realidade de ninguém. Nem trazer limpeza nas vias públicas. Porto Velho precisa de trabalhos sérios na sua infraestrutura e não só de “pão e circo”. Uma cidade violenta, sem árvores e com pouca ou nenhuma mobilidade urbana precisa deslanchar o mais rápido possível. Aqui até os voos no acanhado aeroporto local são escassos e também caríssimos. Outra vergonha absurda: pessoas viajam para Rio Branco e para Cuiabá se quiserem voos mais baratos. E os 200 milhões do Novo PAC? Dentre as 100 maiores cidades do Brasil, em 2025 somos a última em IDH, mas subimos uma posição em IPS, Índice de Progresso Social. Só ganhamos de Macapá. Coitados dos amapaenses!

 

*Foi Professor em Porto Velho.

E Porto Velho não alaga mais...

Dizer que Porto Velho já não alaga mais, é uma maneira que parte da mídia encontrou para adular o novo prefeito

Professor Nazareno
Publicada em 20 de outubro de 2025 às 15:25

Está fazendo quase um ano que o senhor Leonardo Barreto se elegeu prefeito de Porto Velho depois que “dançou” freneticamente em uma poça de água da chuva lá no encontro das ruas Rio de Janeiro e Guaporé, próximas à zona leste da capital mais suja e imunda do país. Essa dança aconteceu na noite anterior às eleições que colocaram este paranaense de Foz do Iguaçu à frente da administração da cidade. Barreto foi eleito prometendo tirar Porto Velho das últimas colocações em IDH dentre as capitais do país. Um ano já se passou e até agora os habitantes locais continuam “bebendo água de bosta”, como observou uma das candidatas naquela campanha eleitoral. Há um ano, a capital tinha apenas 2,8 por cento de saneamento básico e 34 por cento de água encanada, apesar de ser banhada pelo enorme rio Madeira, um dos maiores rios do mundo de água potável.

Dizer que Porto Velho já não alaga mais, é uma maneira que parte da mídia encontrou para adular o novo prefeito. Há, sim, ainda muitas áreas sensíveis que alagam com uma chuva mais intensa. Principalmente nas periferias da problemática cidade. O problema não foi resolvido. Hoje, a capital dos rondonienses ainda continua com os mesmos 2,8 de saneamento básico e quem quiser beber água por aqui tem que se valer dos poços cavados ao lado de fossas sépticas. Bosta líquida em fartura. Muito diferente de Foz do Iguaçu, Maringá e algumas outras cidades limpas, asseadas e com um IDH de fazer inveja a cidades do Primeiro Mundo.  Mas não sejamos tão injustos assim: a sujeira da cidade até que diminuiu um pouco. Mas só onde a vista alcança. Limpa-se em cima das ruas, mas a falta de esgotos encobre a sujeira e as estatísticas sobre qualidade de vida.

Sem saneamento básico, Porto Velho jamais será uma cidade limpa. Além do mais, aqui nós temos ainda o “açougue” João Paulo Segundo, que faz as vezes de hospital de pronto-socorro envergonhando a todos os munícipes, apesar de que fazer um bom hospital não seja uma das atribuições do falante e “influencer” prefeito Barreto. Mas por que não se fala em construir um pronto-socorro municipal? Falemos também da falta de um porto decente no rio Madeira. Ir a Calama e a outros distritos do baixo Madeira é um sacrifício enorme. Não há porto rampeado e por isso tem-se que descer dezenas de degraus inseguros num barranco escorregadio e íngreme. Uma verdadeira via-crúcis. O prefeito não viu isso ainda? Por que o porto rampeado, doado pela Santo Antônio Energia, e que funcionou muito bem durante uns dois anos, tem que ser administrado por Manaus?

Leonardo Barreto tem só um ano administrando a “currutela fedida”, dizem os seus defensores, mas os problemas são tantos e tão urgentes que precisavam ser atacados de imediato. Trazer Joelma para cantar e divertir seus admiradores e fãs não vai mudar em nada a realidade de ninguém. Nem trazer limpeza nas vias públicas. Porto Velho precisa de trabalhos sérios na sua infraestrutura e não só de “pão e circo”. Uma cidade violenta, sem árvores e com pouca ou nenhuma mobilidade urbana precisa deslanchar o mais rápido possível. Aqui até os voos no acanhado aeroporto local são escassos e também caríssimos. Outra vergonha absurda: pessoas viajam para Rio Branco e para Cuiabá se quiserem voos mais baratos. E os 200 milhões do Novo PAC? Dentre as 100 maiores cidades do Brasil, em 2025 somos a última em IDH, mas subimos uma posição em IPS, Índice de Progresso Social. Só ganhamos de Macapá. Coitados dos amapaenses!

 

*Foi Professor em Porto Velho.

Comentários

  • 1
    image
    Alan Rezende 20/10/2025

    A comparação foi muito boa com a cidade de Foz do Iguaçu PR, pois lá como Porto velho tem hidrelétrica que geram uma fortuna para os cofres municipais que são os royates, mas por lá os recursos são aplicados em infraestrutura para melhoras a vida dos munícipes e Porto Velho onde estão sendo aplicados estes recursos? Olha que já passa de 1 bilhão de reais.

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