Elas podem voltar!

Olho vivo, eleitor, elas podem voltar!

Valdemir Caldas
Publicada em 20 de julho de 2022 às 16:34

Criada na década de 40, a pretexto de fortalecer o movimento sindical, uma vez que sessenta por cento do valor arrecadado destinava-se às representações classistas, a Contribuição Sindical, prevista na Constituição Federal e na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), vigorou até a Reforma Trabalhista de 2017. Sua morte foi comemorada por trabalhadores tanto da iniciativa privada como do setor público, pois a obrigatoriedade alcançava todo mundo, sindicalizado ou não.

Transformada em importante fonte de receita para o Tesouro Nacional, a Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira, a maldita CPMF, foi criada sob a justificativa de melhorar o atendimento à saúde dos brasileiros. Aprovada em 1993, no governo Itamar Franco, a CPMF - um tributo de 0,25% incidente sobre transações financeiras de pessoas físicas e jurídicas - atravessou os governos do tucano FHC, que cuidou de prorrogá-la sucessivamente, até ser sepultada em 1994, mas não fez nada para evitar os desvios de que a dinheirama arrecada, ano após anos, foi vítima, tampouco procurou acionar com todo o rigor possível os mecanismos legais disponíveis para punir os sonegadores, preferindo colocar o ônus nos ombros da sociedade.

Como dito acima, esses dois monstrengos legislativos foram devidamente mortos e enterrados, sendo motivo de alegria para trabalhadores, empresários e contribuintes de modo geral, mas informações dão conta de que pessoas próximas ao ex-presidente Lula o estariam pressionando para, numa eventual vitória do petista, revigorar as duas contribuições: Sindical e sobre Movimentação Financeira. Difícil é saber se Lula resistirá à tentação – diga-se de passagem, mais uma. Isso porque, dias atrás, uma conhecida cantora de funk teria condicionado seu apoio à candidatura do petista em troca da liberação da maconha. Olho vivo, eleitor, elas podem voltar!

Comentários

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Gérson Furtado 21/07/2022

Ele voltou !!! Após um breve período copiando versículos bíblicos, o bolsominion Caldas voltou a atacar Lula e os trabalhadores.
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Kleiton Ayala 21/07/2022

A extinção do Imposto Sindical teve dois impactos: Entre os trabalhadores, as estruturas sindicais praticamente faliram, pois sem o Imposto Sindical e sem a liberação de líderes sindicais para atuarem exclusivamente no sindicato, a defesa dos interesses dos trabalhadores ficou muito enfraquecida. E quem está rindo à toa é a classe patronal (sempre defendida pelo colunista), que hoje paga o salário que quer, trata o trabalhador como escravo, e quase ninguém defende as causas trabalhistas. Sindicatos fracos de um lado, empresários exploradores de outro lado.
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edgard feitosa 21/07/2022

Indiscutível que o Imposto Sindical, quando foi criado, na época do presidente Getúlio Vargas, tinha destinação no sentido de estruturar financeiramente os Sindicatos; mesma destinação nobre tinha o mesmo Imposto que era cobrado, também, pelas Federações dos Empresários; houve desvios bilionários tanto por parte dos Sindicatos de Trabalhadores, quanto dos Empresários; interessante é que hoje temos o famigerado FUNDO ELEITORAL, que faz a alegria dos dirigentes dos partidos políticos, que utilizam a DINHEIRAMA, para satisfazer todos os seus prazeres alheios às questões políticas; hoje temos o NABABESCO ORÇAMENTO SECRETO, onde os políticos se esbaldam, pois ninguém sabe para quem se destina e nem para que bolsos irá; as empresas contribuem com um percentual da folha de pagamento (FOPAG) para o chamado Sistema S (SENAI; SESC; SENAC,etc.,), mas quando precisamos fazer um curso em uma daquelas Instituições, são CURSOS CARÍSSIMOS, sendo que pelo que recebem milhões das empresas, deveriam ser mais acessíveis aos comerciários e ao público em geral; enfim, quando o articulista criticar uma questão, deve limpar seus olhos de toda massa asfáltica IDEOLÓGICA, e analisar a questão em sua magnitude ampla, isto é, sem amarras de viés de direita ou esquerda......