Em meio ao caos na saúde e denúncias de arapongagem política, governador está em Israel e longe dos problemas de Rondônia

Enquanto crise explode no Hospital João Paulo II e ex-chefe da Casa Civil denuncia esquema de espionagem no governo, Rocha enfrenta guerra no Oriente Médio e pode ter viagem estendida – já foram R$ 430 mil em recursos públicos gastos

Fonte: Tudorondonia - Publicada em 13 de junho de 2025 às 11:18

Em meio ao caos na saúde e denúncias de arapongagem política, governador  está em Israel e longe dos problemas de Rondônia

Depois da onça morta todo mundo é caçador: o governador posa com sua farda depois que a crise de segurança foi debelada em Rondônia. Na época em que as facções decretaram toque de recolher na cidades rondonienses, ele permaneceu no Nordeste. Só voltou depois que a PM resolveu o problema

Porto Velho (RO) – Rondônia mergulha em uma nova e grave crise institucional. De um lado, a população sofre com a precariedade da saúde pública, com mortes sendo registradas nos corredores do Hospital João Paulo II, símbolo do colapso da rede hospitalar estadual. De outro, o ex-chefe da Casa Civil, Junior Gonçalves, rompe o silêncio e denuncia um suposto esquema de arapongagem política dentro do próprio governo estadual, envolvendo integrantes da Polícia Civil, com o objetivo de espionar adversários, silenciar críticos e preparar terreno para os planos eleitorais do governador Marcos Rocha (União Brasil).

No epicentro dessa crise, o governador está fora do Brasil – em Israel – e, segundo informações oficiais, encontra-se temporariamente “preso” naquele país por conta da escalada militar entre israelenses e iranianos. Com voos cancelados e segurança aérea comprometida, Rocha pode ter sua viagem forçada a se prolongar além deste sábado (14), data inicialmente prevista para o seu retorno.

A missão oficial, autorizada pela Assembleia Legislativa, levou uma comitiva de seis pessoas e já consumiu mais de R$ 430 mil em recursos públicos, entre diárias (R$ 300 mil) e passagens aéreas (R$ 130 mil), para apenas nove dias de viagem.

Denúncias de arapongagem e perseguição política no Governo Rocha

Em entrevista coletiva concedida em um hotel de Porto Velho, Junior Gonçalves, ex-homem forte do Palácio Rio Madeira, afirmou que o Governo de Rondônia teria instalado um sistema clandestino de monitoramento político adversário, operado de dentro da Casa Civil com apoio de membros da Polícia Civil.

Segundo ele, o esquema teria como um de seus principais articuladores o deputado estadual Ribeiro do Sinpol, policial civil licenciado e atual vice-líder do governo na Assembleia Legislativa. Gonçalves afirmou que Ribeiro tem forte influência sobre o governador, a ponto de articular a nomeação da nova cúpula da Polícia Civil. A operação envolveria ainda o secretário-chefe da Casa Civil, Elias Resende, e o delegado de polícia Marcos Corrêa, atualmente lotado na própria Casa Civil.

O objetivo, segundo as declarações do ex-secretário, seria espionar adversários políticos, chantagear lideranças, calar críticos e minar qualquer ameaça ao projeto político de Rocha de chegar ao Senado em 2026, além de viabilizar a nomeação de sua esposa, Luana Rocha, para uma vaga no Tribunal de Contas do Estado ou na Câmara Federal.

Gabinete do ódio e blogueiros pagos com dinheiro público

Junior Gonçalves também revelou a existência de um “gabinete do ódio” atuando diretamente nas redes sociais para assassinar reputações de opositores. Segundo ele, blogueiros e influenciadores digitais seriam pagos com salários de até R$ 10 mil por meio de cargos comissionados no governo, ou com nomeações de parentes. Estes profissionais estariam incumbidos de difamar, caluniar e atacar publicamente qualquer um que contrariasse os interesses do núcleo duro do governo.

Em sua fala, Gonçalves não poupou nem a primeira-dama. “Se o governador e a Luana realmente querem investigar corrupção no Governo deles, comecem pelo Detran”, declarou, apontando diretamente para Sandro Rocha, irmão do governador e atual diretor-geral do órgão, vindo do Rio de Janeiro.

Crises recorrentes e ausências estratégicas

Esta não é a primeira vez que Marcos Rocha se ausenta do estado em momentos de tensão. Em janeiro deste ano, no auge da crise de segurança pública que levou facções criminosas a imporem toques de recolher em cidades de Rondônia, o governador também estava longe: foi flagrado no Nordeste, só reaparecendo depois que a situação havia sido controlada pelas forças policiais.

Na ocasião, Rocha chegou a posar com uma antiga farda da Polícia Militar, que estava guardada há anos, em uma encenação midiática para tentar recuperar protagonismo após a debandada popular nas redes sociais.

Agora, em 2025, a situação se repete. O governador encontra-se ausente enquanto o sistema de saúde entra em colapso e denúncias de graves crimes de responsabilidade política vêm à tona. Com o agravamento do conflito no Oriente Médio, o retorno de Rocha é incerto, e os problemas em Rondônia continuam se acumulando.

Em meio ao caos na saúde e denúncias de arapongagem política, governador está em Israel e longe dos problemas de Rondônia

Enquanto crise explode no Hospital João Paulo II e ex-chefe da Casa Civil denuncia esquema de espionagem no governo, Rocha enfrenta guerra no Oriente Médio e pode ter viagem estendida – já foram R$ 430 mil em recursos públicos gastos

Tudorondonia
Publicada em 13 de junho de 2025 às 11:18
Em meio ao caos na saúde e denúncias de arapongagem política, governador  está em Israel e longe dos problemas de Rondônia

Depois da onça morta todo mundo é caçador: o governador posa com sua farda depois que a crise de segurança foi debelada em Rondônia. Na época em que as facções decretaram toque de recolher na cidades rondonienses, ele permaneceu no Nordeste. Só voltou depois que a PM resolveu o problema

Porto Velho (RO) – Rondônia mergulha em uma nova e grave crise institucional. De um lado, a população sofre com a precariedade da saúde pública, com mortes sendo registradas nos corredores do Hospital João Paulo II, símbolo do colapso da rede hospitalar estadual. De outro, o ex-chefe da Casa Civil, Junior Gonçalves, rompe o silêncio e denuncia um suposto esquema de arapongagem política dentro do próprio governo estadual, envolvendo integrantes da Polícia Civil, com o objetivo de espionar adversários, silenciar críticos e preparar terreno para os planos eleitorais do governador Marcos Rocha (União Brasil).

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No epicentro dessa crise, o governador está fora do Brasil – em Israel – e, segundo informações oficiais, encontra-se temporariamente “preso” naquele país por conta da escalada militar entre israelenses e iranianos. Com voos cancelados e segurança aérea comprometida, Rocha pode ter sua viagem forçada a se prolongar além deste sábado (14), data inicialmente prevista para o seu retorno.

A missão oficial, autorizada pela Assembleia Legislativa, levou uma comitiva de seis pessoas e já consumiu mais de R$ 430 mil em recursos públicos, entre diárias (R$ 300 mil) e passagens aéreas (R$ 130 mil), para apenas nove dias de viagem.

Denúncias de arapongagem e perseguição política no Governo Rocha

Em entrevista coletiva concedida em um hotel de Porto Velho, Junior Gonçalves, ex-homem forte do Palácio Rio Madeira, afirmou que o Governo de Rondônia teria instalado um sistema clandestino de monitoramento político adversário, operado de dentro da Casa Civil com apoio de membros da Polícia Civil.

Segundo ele, o esquema teria como um de seus principais articuladores o deputado estadual Ribeiro do Sinpol, policial civil licenciado e atual vice-líder do governo na Assembleia Legislativa. Gonçalves afirmou que Ribeiro tem forte influência sobre o governador, a ponto de articular a nomeação da nova cúpula da Polícia Civil. A operação envolveria ainda o secretário-chefe da Casa Civil, Elias Resende, e o delegado de polícia Marcos Corrêa, atualmente lotado na própria Casa Civil.

O objetivo, segundo as declarações do ex-secretário, seria espionar adversários políticos, chantagear lideranças, calar críticos e minar qualquer ameaça ao projeto político de Rocha de chegar ao Senado em 2026, além de viabilizar a nomeação de sua esposa, Luana Rocha, para uma vaga no Tribunal de Contas do Estado ou na Câmara Federal.

Gabinete do ódio e blogueiros pagos com dinheiro público

Junior Gonçalves também revelou a existência de um “gabinete do ódio” atuando diretamente nas redes sociais para assassinar reputações de opositores. Segundo ele, blogueiros e influenciadores digitais seriam pagos com salários de até R$ 10 mil por meio de cargos comissionados no governo, ou com nomeações de parentes. Estes profissionais estariam incumbidos de difamar, caluniar e atacar publicamente qualquer um que contrariasse os interesses do núcleo duro do governo.

Em sua fala, Gonçalves não poupou nem a primeira-dama. “Se o governador e a Luana realmente querem investigar corrupção no Governo deles, comecem pelo Detran”, declarou, apontando diretamente para Sandro Rocha, irmão do governador e atual diretor-geral do órgão, vindo do Rio de Janeiro.

Crises recorrentes e ausências estratégicas

Esta não é a primeira vez que Marcos Rocha se ausenta do estado em momentos de tensão. Em janeiro deste ano, no auge da crise de segurança pública que levou facções criminosas a imporem toques de recolher em cidades de Rondônia, o governador também estava longe: foi flagrado no Nordeste, só reaparecendo depois que a situação havia sido controlada pelas forças policiais.

Na ocasião, Rocha chegou a posar com uma antiga farda da Polícia Militar, que estava guardada há anos, em uma encenação midiática para tentar recuperar protagonismo após a debandada popular nas redes sociais.

Agora, em 2025, a situação se repete. O governador encontra-se ausente enquanto o sistema de saúde entra em colapso e denúncias de graves crimes de responsabilidade política vêm à tona. Com o agravamento do conflito no Oriente Médio, o retorno de Rocha é incerto, e os problemas em Rondônia continuam se acumulando.

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