Em Rondônia, 93,3% dos estudantes de 13 a 17 anos estudavam em escolas públicas
Em Porto Velho, 87% dos escolares nesta faixa etária estavam na escola pública e as mulheres também eram maioria
A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) estima que em 2019 havia 116 mil estudantes com idades entre 13 e 17 anos, sendo que 93,3% estavam em escolas públicas. Do total de alunos, as garotas representavam 51,5%. Em Porto Velho, 87% dos escolares nesta faixa etária estavam na escola pública e as mulheres também eram maioria. Elas representaram 52,5% dos 31 mil escolares nesta faixa etária.
A pesquisa foi realizada em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Ministério da Saúde e com apoio do Ministério da Educação. Ela abrangeu estudantes brasileiros de 13 a 17 anos, do 7º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio das redes pública e privada de ensino. A pesquisa tem intervalo de confiança de 95%.
A coleta de dados ocorreu entre abril e setembro de 2019 com questionários destinados aos estudantes e às instituições de ensino. Em todo o Brasil, mais de 159 mil questionários foram considerados válidos. Em Rondônia, foram quase seis mil questionários, com alunos de 116 escolas.
Por cor ou raça, a PeNSE apontou que 53,7% dos estudantes rondonienses são pardos, 26,1% brancos, 12% pretos, 4,6% amarelos e 3,6% indígenas. Em Porto Velho, as proporções são parecidas: 55,1% pardos, 25,3% brancos, 11,4% pretos, 4,8% amarelos e 3,5% indígenas.
Quando questionados sobre a expectativa quando concluir o ensino fundamental, 59,1% dos estudantes rondonienses disseram que pretendem continuar estudando e trabalhar; 21,7% declararam que esperam apenas continuar estudando e 4% somente trabalhar. Os demais não sabem (9,1%) ou vão seguir outro plano (6%).
Em relação aos estudantes do ensino médio, 65% queriam continuar estudando e trabalhar; 10,7% desejavam somente estudar; 7,9% pretendiam somente trabalhar; 7,3% iriam seguir outro plano e 9,1% não sabiam.
Sobre posse de bens e/ou a serviços no domicílio, nota-se uma importante diferença entre os estudantes de escolas públicas e os de escolas privadas. Enquanto 90,1% dos alunos de escolas privadas têm computador ou notebook, 47,1% dos estudantes de escolas públicas têm o equipamento.
A diferença também está presente no que se refere ao serviço de empregado doméstico em três ou mais dias da semana. Entre os escolares de escolas particulares, o índice ficou em 32,3%. Já entre os de escolas públicas, a taxa foi de 6,5%.
7,6% das estudantes rondonienses de 13 a 17 anos, entre as que têm vida sexual ativa, já engravidaram alguma vez
Quanto à vida sexual, 36,6% dos escolares rondonienses com idades entre 13 e 17 anos responderam que já haviam tido relação sexual, sendo a menor taxa na Região Norte. Dos que já tiveram relação sexual, 40% informaram que foi com 13 anos ou menos anos.
Dentre as garotas rondonienses nesta faixa etária que já tiveram relação sexual, 7,6% engravidaram alguma vez na vida. A taxa é a segunda menor da Região Norte, junto com o Amazonas. O menor índice de gravidez entre as estudantes nortistas foi registrado no Pará (5,2%) e o maior ocorreu no Acre (12,8%).
Questionados sobre uso de preservativo, 61,2% dos que já tiveram relação sexual responderam que usaram a camisinha na primeira relação sexual. Dentro do intervalo de confiança da pesquisa, o índice é igual ao dos que responderam que usaram o preservativo na última relação sexual (60,5%).
Excluindo a camisinha, o método contraceptivo mais utilizado pelos escolares que já tiveram relações sexual foi a pílula anticoncepcional (48,4%), seguido do uso de pílula do dia seguinte (19,3%); outros métodos (11,2%), como DIU e tabelinha; anticoncepcional injetável (10,5%) e 9,9% não souberam responder.
A PeNSE apontou ainda que São Paulo e Rondônia tiveram a terceira maior taxa de garotas, dentre as que já tiveram relação sexual, que já usaram pílula do dia seguinte (51,4%), ficando atrás de Tocantins (53,9%) e Distrito Federal (51,8%).
95,5% dos estudantes rondonienses ingerem alimentos ultraprocessados
Averiguando sobre consumo de alimentos ultraprocessados, a PeNSE constatou que 95,5% dos escolares rondonienses com idades entre 13 e 17 anos consumiram este tipo de produto no dia anterior à pesquisa. A taxa é um pouco menor que o índice brasileiro (97,3%).
Entre os alimentos ultraprocessados, 35,9% dos estudantes tinham consumido produto cárneo; 36,9% consumiram margarina; 24,1% molho industrializado e 18,2% refeição pronta industrializada. Detectou-se ainda que 45,7% tinham consumido biscoito salgado; 40,9% consumiram biscoito doce e 29,3% sobremesa industrializada.
Já em relação ao consumo de bebidas ultraprocessadas, 40% dos escolares rondonienses responderam que tinham consumido refrigerante no dia anterior à pesquisa; 18,3% consumiram suco de fruta em caixinha; 18% refresco em pó; 25,9% bebida achocolatada e 16,9% iogurte com sabor.
Em contrapartida, a pesquisa identificou que 32% dos escolares rondonienses consumiram legumes e/ou verduras em cinco ou mais dias nos sete dias anteriores à pesquisa e 24,8% não tinham consumido em nenhum dos dias da semana. Nota-se uma diferença entre os estudantes de escolas públicas e privadas: enquanto 40,2% dos adolescentes de escolas privadas consumiram este tipo de alimento em cinco ou mais dias, o índice das escolas públicas foi de 31,4%.
Observou-se também que 26,6% dos estudantes rondonienses tinham consumido frutas frescas ou salada de frutas em cinco ou mais dias nos sete dias anteriores à pesquisa. Na outra ponta, 28,9% não ingeriram este tipo de alimento em nenhum dos dias da semana. Também ocorreu uma diferença entre escolas públicas e privadas quanto aos estudantes que consumiram frutas em cinco ou mais dias: 31,7% dos alunos de escolas privadas estavam neste grupo contra 26,2% das instituições públicas.
A PeNSE evidenciou ainda que 87,6% dos estudantes de instituições públicas estavam em escolas que ofereciam merenda escolar e que apenas 18,2% dos estudantes de escolas particulares tinham este tipo serviço. Porém, quando observado o percentual de alunos que consumiam a merenda oferecida, observa-se que 81% dos alunos de instituições públicas e 88,3% dos alunos de escolas particulares ingeriam o alimento.
Rondônia tem a maior taxa da Região Norte de estudantes que fazem atividades sentados por mais de três horas
Quando analisado o tempo gasto com atividade física nos sete dias anteriores à pesquisa, a PeNSE mostra que 7,3% dos escolares rondonienses eram considerados inativos; 36,1% despenderam até 149 minutos na semana em atividades físicas; 26,5% fizeram atividade física por 150 a 299 minutos e 29,2% fizeram mais de 300 minutos de atividade física.
A pesquisa ainda traz a informação que 19% dos escolares rondonienses estavam em escolas que não tinham aula de educação física em nenhum dia da semana e que 43,1% tinham este tipo de atividade uma vez na semana. O índice de estudantes de instituições públicas que não tinham aula de educação física foi de 19,5% e de escolas particulares foi de 11%.
Verificou-se também que Rondônia apresenta a maior taxa da Região Norte de escolares que costumam fazer atividades sentados mais de três horas por dia: 49,6%. Os estados nortistas com o menor índice foram Roraima e Pará, com 41,4%. Os estudantes rondonienses de escolas privadas apresentaram taxa de 60,4% e os de escolas públicas 48,9%.
66,3% dos estudantes autoavaliam que têm bom estado de saúde
Em investigação sobre a autopercepção da imagem corporal dos adolescentes, a PeNSE apontou que 53,5% dos estudantes rondonienses consideram que têm um corpo normal, 26,7% consideravam-se magros ou muito magros e 19,4% consideravam-se gordos ou muito gordos. Os índices rondonienses são semelhantes aos da Região Norte.
Questionados sobre a atitude em relação ao peso corporal, 45% disseram que não tomaram nenhuma atitude, 23,8% tentaram perder peso, 17,1% tentaram ganhar peso e 13,5% disseram que mantiveram o peso.
Já acerca da autoavaliação do estado de saúde, 66,3% consideravam muito bom ou bom; 27,7% consideravam regular e 5,6% consideravam ruim ou muito ruim. Há uma diferença relevante entre os gêneros: 76,8% deles consideravam que o estado de saúde era muito bom ou bom enquanto que 56,4% delas tinham esta percepção.
É importante observar que, segundo a PeNSE, 51,1% dos escolares não foram à escola por motivos relacionados à própria saúde alguma vez nos 12 meses anteriores à pesquisa.
Quando o assunto é vacinação contra o Papilomavírus Humano (HPV), 71,6% das garotas informaram que foram vacinadas e 46,1% dos meninos declararam a imunização. Tendo a média de 59,3% de vacinados contra o vírus, Rondônia possui a segunda pior taxa da Região Norte, ficando atrás apenas do Acre (56%).
Dos que não foram vacinados, 49,7% alegaram que não sabiam que tinham que tomar; 8,4% tinham medo de reação à vacina; 5% disseram que o responsável legal não quis vaciná-los(as); 3,6% não sabiam para que servia a vacina; 3,1% apontaram a distância ou dificuldade para ir à Unidade de Saúde; 1% não acreditava no efeito da vacina e 27,4% declaram que seriam outros motivos.
Quase 13% dos estudantes não lavam as mãos antes de comer
Um dos temas da PeNSE é higiene e saúde bucal. O estudo demonstrou que 12,7% dos escolares rondonienses nunca ou raramente lavavam as mãos antes de comer. A proporção entre as garotas é maior que entre os meninos: 14,5% e 10,8% respectivamente. Já em relação à lavagem de mãos após usar banheiro, 5,1% dos estudantes declararam nunca ou raramente lavavam. A proporção por gênero neste quesito é igual.
Em relação à escovação de dentes, 69,9% informaram que escovavam os dentes três ou mais vezes por dia. Ainda sobre saúde bucal, 39,5% disseram que não foram nenhuma vez ao dentista nos 12 meses anteriores à pesquisa, 13,2% foram uma vez e 46,8% foram duas vezes.
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