Escola Bilíngue promove a educação inclusiva por meio da Linguagem Brasileira de Sinais
Município proporciona equidade entre alunos ouvintes e surdos
Os alunos (surdos e ouvintes) têm entre 4 e 10 anos de idade
Com 156 alunos matriculados, a Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Bilíngue de Porto Velho é a única em Rondônia a ensinar a Linguagem Brasileira de Sinais (Libras), no contexto da educação inclusiva, especialmente para alunos com deficiência auditiva, proporcionando mais qualidade no ensino.
Os alunos que ali estudam (surdos e ouvintes) têm entre 4 e 10 anos de idade. A escola proporciona as classes de pré I e II, educação infantil e o ensino fundamental do 1º ao 5º ano. Alguns professores são mestres e outros estão fazendo doutorado.
Pedro Padilha, 6 anos, é aluno do 1º ano do ensino fundamental e adora estudar na escola Bilíngue. “Eu me divirto muito aprendendo Libras, gosto muito da minha professora, gosto de brincar com os meus colegas, acho muito legal estudar aqui nessa escola. Já aprendi as vogais, já aprendi a ler e escrever”, disse.
Para Gláucia Negreiros, secretária municipal de Educação, a escola representa a política de educação inclusiva na rede municipal de ensino. “Uma escola bilíngue, que consegue não apenas oferecer a vaga, mas garantir a permanência do aluno com ensino de qualidade, é o que nós buscamos como objetivo”, afirmou.
Prefeitura está buscando o equilíbrio qualitativo do ensino
Ela disse que a gestão municipal não quer apenas oferecer vagas nas escolas, mas também equidade, ou seja, as mesmas oportunidades para alunos não deficientes e para os que têm deficiência auditiva.
“Uma escola bilíngue representa a garantia do direito de todas as crianças, independente de ter ou não algum tipo de deficiência, e essa é uma competência do poder público. E nós, enquanto Prefeitura de Porto Velho, buscamos isso e que realmente exista na rede municipal uma educação inclusiva verdadeiramente”, acrescentou.
Gláucia Negreiros reconhece que a educação no município ainda está se recompondo de um momento de crise mundial, mas a Prefeitura está buscando o equilíbrio qualitativo do ensino ouvindo os principais atores para avançar e incluir eficiência em todos os estudantes da rede municipal de ensino.
NOVA ESCOLA
A boa notícia é que a Prefeitura já conseguiu a regularização de um terreno no bairro 22 de Dezembro e já aprovou o projeto de construção da nova sede da Escola Municipal Bilíngue. “Nos próximos dias será feita a licitação para iniciar a construção no ano que vem e com perspectiva de ampliação de vagas”, completou.
Escola foi inaugurada em 2013 e tem 156 alunos matriculados
A diretora da escola, Sirleia Araújo, informa que as matrículas para alunos que não fazem parte da rede municipal de ensino, a exemplo de outras escolas, é feita via chamada escolar. Entretanto, crianças com algum grau de surdez têm prioridade de vaga na escola Bilíngue.
Ali os professores trabalham com as duas modalidades da Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) denominadas L-1, a primeira língua (sinais) e L-2, que é o português na modalidade escrita.
“O professor planeja as aulas utilizando vídeos, imagens, cria jogos didáticos e adapta materiais. Alguns chegam precisando de apoio e a escola trabalha essa capacitação”, explicou Sirleia. A diretora acredita que o principal desafio é a aceitação do aluno com deficiência auditiva, mas isso os professores tiram de letra. “Se você aceita o surdo você aceita a língua dele e entende a necessidade dele, que é a linguagem para entendê-lo”, completou.
DEMANDA
Em todo o estado, conforme o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem 55 mil pessoas surdas e todas necessitam dessa inclusão por meio da linguagem.
Porém, Sirleia afirma que cada dia mais tem professores preparados, por conta da necessidade. Além disso, a legislação tem amparado as pessoas surdas, com direito a intérprete nas provas do Enem, em concursos públicos, nos hospitais e bancos, embora muitos ainda não ofereçam esse tipo de serviço.
A diretora ainda acrescentou que a Lei nº 12.191/2021 inseriu a educação bilíngue de surdos na Lei Brasileira de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que é a Lei 9.394/1996. A Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Bilíngue de Porto Velho foi inaugurada em 2013 e está localizada à rua Litorânea, nº 4898, bairro Flodoaldo Pontes Pinto, zona Norte da cidade.
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