Exposição coletiva traz olhares sobre a diversidade humana da Amazônia Legal
‘Sintétika’, a nova exposição do Centro Cultural Vale Maranhão, reúne obras aprovadas no edital Ocupa CCVM – Amazônia em Foco
Até 13 de janeiro de 2024, o Centro Cultural Vale Maranhão recebe a exposição Sintétika, fruto do edital Ocupa CCVM – Amazônia em Foco, que recebeu projetos de fotografia e audiovisual vindos dos estados que compõem a Amazônia Legal. A mostra coletiva reúne os trabalhos dos artistas maranhenses Tairo Lisboa, Letícia Martins, Lucas Ferreira e Márcio Vasconcelos; dos paraenses Evna Moura e Alberto Bitar; do rondonense Gabriel Bicho; e dos amazonenses Alessandro Fracta e Coletivo Picolé de Massa.
Com instalações e imagens que se conectam para criar um retrato do indivíduo amazônico em relação ao seu ambiente, Sintétika é o encontro das diferentes perspectivas sobre a vida em meio à maior floresta tropical do planeta. “O conceito de síntese sofreu um deslocamento com o advento da indústria. Quando ouvimos a palavra ‘sintético’ logo relacionamos ao que é artificial. No entanto, ‘sintético’ refere-se principalmente a tudo aquilo que está pronto para funcionar junto em comunhão. Nesse sentido, os habitantes da Amazônia Legal têm muito a nos ensinar, quando pensamos em cada um deles enquanto seres sintetizadores da complexidade que é viver na e com a maior floresta tropical do mundo. A exposição revela vários olhares sobre a relação entre o sujeito e seu meio, e discute questões que concernem à manutenção desse bioma tão importante para o planeta”, explica Gabriel Gutierrez, diretor do Centro Cultural Vale Maranhão e curador da mostra.
Uma das obras em cartaz é Corte Seco, de Alberto Bitar, uma série fotográfica que aborda a impermanência a partir de cenas de crimes capturadas durante reportagens policiais na cidade de Belém. A obra abre espaço para elucubrações sobre temas como transitoriedade, memória e a fragilidade de nossa existência, ao capturar a atmosfera que se instala instantes após o delito. Além disso, as imagens nos fazem pensar sobre a relação entre pobreza, marginalidade e crime. Três fotografias e um vídeo fazem parte da obra. O título escolhido por Bitar faz uma analogia ao termo usado na linguagem audiovisual para transições de cena com o fluxo da vida interrompido abruptamente pela violência diária.
Quatro artistas maranhenses expõem suas obras
O fotógrafo maranhense Márcio Vasconcelos compõe a mostra com Juradas de Morte, série de fotografias que destaca a força e a fibra de seis quebradeiras de coco maranhenses, mulheres organizadas politicamente por meio do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu – MIQCB, exemplos de liderança e bravura na luta por seus territórios.
A instalação Retratos de Pai Francisco, de Tairo Lisboa, exalta o universo que permeia o personagem do folguedo de Bumba Meu Boi, destacando brincantes de três importantes grupos da cultura popular do Maranhão: Guimarães, Maracanã e Ribamar. Amazônia Legal: Do Verde ao Azul, de Leticia Martins dos Santos e Lucas Ferreira Araújo traz fotografias realizadas com técnicas experimentais, como cianotipia.
Obras representam paisagens e pessoas do Norte do Brasil
Sonhos de uma Amazônia Sem Fim, de Alessandro Fracta, objetiva chamar atenção para a importância das histórias de encantarias da Amazônia e como as mesmas têm o poder de conscientizar e sensibilizar as pessoas a se conectarem com territórios e saberes ancestrais.
A artista visual, arte-educadora e pesquisadora Evna Moura apresenta Olhares Ilhados, resultado de sua pesquisa de mestrado, realizada na Ilha de Cotijuba (PA), com retratos produzidos ao longo de dois anos.
A obra Desvio para o norte, do artista multimídia rondoniense Gabriel Bicho, é composta pela série Têmpora In Ngô Meitire, com intervenções gráficas sobre fotografias de sertanistas pernambucanos e indígenas Munduruku, do Pará, interseccionando a luta desses povos pela água; e o vídeo Que Sua Luta Seja Como a da Floresta, um manifesto pela vida em meio à destruição dos biomas brasileiros.
E o coletivo Picolé da Massa, de Manaus, exporá a instalação Alexandrina - Um relâmpago, uma releitura de uma vida preta existente na Amazônia em tempos tenebrosos, com relevância social para sua comunidade, mas que aparece nos registros oficiais apenas como um vulto histórico.
A exposição coletiva Sintétika estará em exposição no Centro Cultural Vale Maranhão até o dia 13 de janeiro de 2024. A entrada é gratuita, assim como toda a programação do CCVM, que fica localizado na Rua Direita, nº 149, Centro Histórico de São Luís.
Sobre o Centro Cultural Vale Maranhão
O Centro Cultural Vale Maranhão é um espaço cultural mantido pelo Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com o objetivo de contribuir na democratização do acesso à cultura e valorização das mais diversas manifestações e expressões artísticas da região.
Serviço
O quê: Abertura da Exposição Sintétika
Onde: CCVM, localizado à Rua Direita, nº 149, Centro Histórico
Quando: Até 13 de janeiro
Informações: 98 98143-6143 |E-mail: [email protected]
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O prazo para inscrição é até dia 11 de dezembro de 2023
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