Fabrício Queiroz e ex-assessores de Flávio Bolsonaro são alvos de busca em investigação sobre rachadinha

Suspeita é sobre época em que o hoje senador era deputado estadual do RJ

Por G1 Sul do Rio e Costa Verde
Publicada em 18 de dezembro de 2019 às 09:05
Fabrício Queiroz e ex-assessores de Flávio Bolsonaro são alvos de busca em investigação sobre rachadinha

Casa na Taquara, em Jacarepaguá, onde mora José Cândido Procópio da Silva, pai da Ana Cristina Siqueira Valle, ex de Jair Bolsonaro — Foto: Carlos Brito/G1

Ex-assessores do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), entre eles Fabrício Queiroz, são alvo de mandados de buscas e apreensão na manhã desta quarta-feira (18).

Também são investigados Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro (sem partido-RJ), e parentes dela que foram empregados no gabinete de Flávio.

Casa na Taquara, em Jacarepaguá, onde mora José Cândido Procópio da Silva, pai da Ana Cristina Siqueira Valle, ex de Jair Bolsonaro — Foto: Carlos Brito/G1

As medidas fazem parte da investigação da suspeita de que havia a "rachadinha" -- um esquema de repartição de salários -- no gabinete do parlamentar na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), onde ele foi deputado estadual por quatro mandatos.

G1 falou com Ana Cristina às 7h57. Ela disse que não poderia falar no momento e pediu para que a reportagem ligasse mais tarde.

A assessoria de Flávio Bolsonaro informou, às 7h56, que não tinha posicionamento naquele momento.

Em nota, a defesa de Fabrício Queiroz informou ter recebido a notícia da busca "com tranquilidade e ao mesmo tempo surpresa". "É absolutamente desnecessária, uma vez que ele sempre colaborou com as investigações, já tendo, inclusive, apresentado todos os esclarecimentos à respeito dos fatos", disse.

G1 ainda não falou com a defesa dos demais citados.

Coaf cita pagamento de título bancário de R$ 1 milhão em relatório sobre Flávio Bolsonaro — Foto: Reprodução/JN

A força-tarefa obteve na Justiça, em maio, a quebra dos sigilos fiscal e bancário de 96 pessoas e empresas -- incluindo Queiroz e Flávio.

A investigação foi instaurada em 31 de julho do ano passado, meses depois que o antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf, hoje Unidade de Inteligência Financeira) enviou um relatório ao MP com movimentação atípica de Queiroz num total de R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.

O caso ficou parado de julho até novembro, aguardando decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a legalidade do compartilhamento dessas informações sem autorização judicial.

O STF aprovou no mês passado a tese para o compartilhamento.

As medidas cautelares desta quarta atingem sobretudo ex-assessores que também tiveram quebrado pelo Tribunal de Justiça do Rio em abril. Ao todo, na ocasião, 96 pessoas e empresas foram alvo da decisão da 27ª Vara Criminal do Rio, Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau.

Durante os anos 2000, Fabrício trabalhou por mais de dez anos como segurança e motorista de Flávio Bolsonaro, o filho mais velho do presidente. Queiroz recebia da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) um salário de R$ 8.517 e acumulava rendimentos mensais de R$ 12,6 mil da Polícia Militar. Ele foi exonerado do gabinete de Flávio na Alerj em outubro de 2018.

Quem são os investigados

No Rio

  • Fabrício Queiroz, ex-motorista e ex-chefe de segurança de Flávio Bolsonaro;
  • Evelyn Queiroz, filha do ex-assessor;
  • José Procópio Valle, ex-sogro de Bolsonaro;
  • Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada de Bolsonaro;
  • Francisco Diniz, primo de Ana Cristina;
  • Daniela Gomes, prima de Ana Cristina;
  • Juliana Vargas, prima de Ana Cristina;
  • Maria José de Siqueira e Silva, tia de Ana Cristina;
  • Marina Siqueira Diniz, tia de Ana Cristina.

Em Resende

Nove parentes de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher de Bolsonaro, que foram lotados no gabinete de Flávio entre 2003 e o ano passado:

  • Guilherme dos Santos Hudson, tio de Ana Cristina;
  • Ana Maria Siqueira Hudson, tia de Ana Cristina.

MP faz buscas na casa de Ana e Guilherme Hudson, ex-assessores de Flávio Bolsonaro, em Resende (RJ) — Foto: Giovani Rossini/TV Rio Sul

A reportagem tocou a campainha na casa de Guilherme e Ana Hudson, em Resende, pouco antes das 9h. Guilherme disse que, inicialmente, não tem nada a declarar.

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