Falar bem de Rondônia só por causa de um prato de comida de 2 reais?

Eu gostaria de ter motivos palpáveis para elogiar o meu estado, mas, infelizmente, as evidenciam não deixam

Fonte: Valdemir Caldas - Publicada em 22 de abril de 2025 às 11:40

Falar bem de Rondônia só por causa de um prato de comida de 2 reais?

Se não me engano, a propaganda oficial orienta a falar bem de Rondônia só porque o governo, em parceria com restaurantes credenciados, implantou um programa destinado a fornecer um prato de comida a pessoas em situação de rua ao preço de dois reais. É isso mesmo? Não quero desmerecer a importância do “Programa Prato Fácil”, mas, convenhamos, é um grão de areia no mar revolto de problemas contra os quais o estado de Rondônia se debate há muito tempo.

O sistema de saúde estadual está na UTI. Isso não é novidade para ninguém, tampouco é de agora. Até mesmo quem mora fora de Rondônia conhece a realidade do Hospital Estadual João Paulo II, que já apareceu várias vezes em rede nacional como o pior do Brasil. Mesmo assim, ainda tem gente que acha que a população rondoniense tem motivo para sair exaltando o estado como o melhor dos mundos por causa de um prato de comida grátis.

E não é somente a área da saúde que vai de mal a pior. Uma das principais fontes de peleja no período eleitoral, a segurança pública tem sido um dos setores vulneráveis de sucessivos governos, inclusive do atual. Ao lado da saúde, a segurança tem sofrido críticas severas por parte de parcela importante da população, exigindo das autoridades medidas concretas, que vão além de discursos e propostas vazias de campanha eleitoral. Apesar disso, o povo tem que falar bem de Rondônia, como recomenda a comunicação oficial?

Sinceramente, é possível falar bem de um estado onde mais da metade da população não tem acesso a água encanada e quase noventa e seis por cento de seus moradores não lançam seus esgotos em rede coletora?  E repare que eu citei apenas três importantes setores da administração, mas há outros, que não vêm dando conta do recado. É certo que algumas pastas do governo são relativamente boas ou sofrivelmente regular, porém, a grande maioria vem deixando a desejar, decepcionando cada vez mais a população. Seria, no mínimo, paradoxal, falar bem de Rondônia com tantas coisas fora do eixo, com tantos serviços ruins prestados à população. Eu gostaria de ter motivos palpáveis para elogiar o meu estado, mas, infelizmente, as evidenciam não deixam.

Falar bem de Rondônia só por causa de um prato de comida de 2 reais?

Eu gostaria de ter motivos palpáveis para elogiar o meu estado, mas, infelizmente, as evidenciam não deixam

Valdemir Caldas
Publicada em 22 de abril de 2025 às 11:40
Falar bem de Rondônia só por causa de um prato de comida de 2 reais?

Se não me engano, a propaganda oficial orienta a falar bem de Rondônia só porque o governo, em parceria com restaurantes credenciados, implantou um programa destinado a fornecer um prato de comida a pessoas em situação de rua ao preço de dois reais. É isso mesmo? Não quero desmerecer a importância do “Programa Prato Fácil”, mas, convenhamos, é um grão de areia no mar revolto de problemas contra os quais o estado de Rondônia se debate há muito tempo.

O sistema de saúde estadual está na UTI. Isso não é novidade para ninguém, tampouco é de agora. Até mesmo quem mora fora de Rondônia conhece a realidade do Hospital Estadual João Paulo II, que já apareceu várias vezes em rede nacional como o pior do Brasil. Mesmo assim, ainda tem gente que acha que a população rondoniense tem motivo para sair exaltando o estado como o melhor dos mundos por causa de um prato de comida grátis.

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E não é somente a área da saúde que vai de mal a pior. Uma das principais fontes de peleja no período eleitoral, a segurança pública tem sido um dos setores vulneráveis de sucessivos governos, inclusive do atual. Ao lado da saúde, a segurança tem sofrido críticas severas por parte de parcela importante da população, exigindo das autoridades medidas concretas, que vão além de discursos e propostas vazias de campanha eleitoral. Apesar disso, o povo tem que falar bem de Rondônia, como recomenda a comunicação oficial?

Sinceramente, é possível falar bem de um estado onde mais da metade da população não tem acesso a água encanada e quase noventa e seis por cento de seus moradores não lançam seus esgotos em rede coletora?  E repare que eu citei apenas três importantes setores da administração, mas há outros, que não vêm dando conta do recado. É certo que algumas pastas do governo são relativamente boas ou sofrivelmente regular, porém, a grande maioria vem deixando a desejar, decepcionando cada vez mais a população. Seria, no mínimo, paradoxal, falar bem de Rondônia com tantas coisas fora do eixo, com tantos serviços ruins prestados à população. Eu gostaria de ter motivos palpáveis para elogiar o meu estado, mas, infelizmente, as evidenciam não deixam.

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