Fome, flagelo social

Estima-se que mais de 54 milhões de brasileiros sobrevivem com menos de cem reais por mês

Valdemir Caldas
Publicada em 20 de julho de 2021 às 09:43
Fome, flagelo social

Que existe fome no Brasil todo mundo sabe. E não é de agora. Portanto, não precisa que os ditos conhecedores do assunto, políticos, institutos de pesquisas e dirigentes públicos, venham nos dizer sobre isso. Não é de hoje que entidades sociais e de caráter privado vêm promovendo ações para arrecadação e distribuição de alimentos, diante da ação claudicante de governantes nessa área.

Em todas as regiões do Brasil, a fome ronda a mesa da população, porém, a concentração maior da pobreza estaria situada no Norte e Nordeste. Estudos apontam nessa direção, como também na elaboração de programas e projetos indicando alternativas para enfrentar o flagelo nos médio e longo prazos, uma vez que a solução definitiva passa, necessariamente, pela garantia de trabalho e de renda a todos os brasileiros.

Estima-se que mais de 54 milhões de brasileiros sobrevivem com menos de cem reais por mês. E o que dizer do grande contingente de pessoas que passa o ano inteiro sem receber um centavo sequer, vivendo da caridade alheia. A desigualdade social, no Brasil, é uma das maiores do planeta. Enquanto vemos a miséria se alastrar a cada dia, atingindo a mesa de parcela expressiva da população, uma minoria de privilegiados centraliza verdadeiras fortunas que se acumulam cada vez mais.

Logo que assumiu a presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o seu principal compromisso era acabar com a fome, nem que essa fosse a única conquista de seu mandato. Houve avanços, é verdade, porém, o que mais avançou em seus dois mandatos foi a corrupção. Se os recursos públicos neste país fossem administrados com honestidade e transparência, os resultados em benefícios da população seriam outros, mas, o que se observa, é o dinheiro público ganhando os bolsos de ratazanas gulosas, que não perdem a oportunidade de roubarem até o pão das crianças.

Ao contrário do que alguns imaginam, a justiça social não pode ser feita na base do gotímetro. E a fome não pode mais esperar. O prato de comida é o mínimo que se pode oferecer como princípio e resgaste dos verdadeiros direitos da cidadania. Na ausência de programas governamentais eficientes e duradouras de combate à fome, as vítimas ainda podem contar com a solidariedade de muitos brasileiros, que, quando chamados para tarefas dessa natureza, a experiência demonstra, a resposta tem sido sempre acima das expectativas.

Comentários

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    Antonio Ribamar 20/07/2021

    Valdemir Caldas deve ser um cara pobre que tenta sobreviver honestamente com um empreguinho público ganhando uma miséria de salário. Mesmo assim, é um lambe-botas do capitalismo, das elites e do Bolsonaro. Seus textos cheios de erros de gramática e sem a menor coerência dão-lhe a aparência de ele ser uma espécie de capitão do mato, um puxa-saco do dinheiro alheio e dos poderosos. Nada ganha escrevendo estas bobagens, mas continua fiel à ideologia dos patrões e firme na sua puxação de saco dos endinheirados. Se fosse mais inteligente perceberia que tanto a direita quanto a esquerda destruíram o país e semearam a desigualdade social em que vivemos. A direita e a extrema direita saquearam e saqueiam o país e sua gente por 507 anos e a esquerda saqueou por 14 anos e tudo indica que ganhará as próximas eleições. Aí o Caldas vai se suicidar.

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    edgard feitosa 20/07/2021

    A fome no Brasil é a consequência da ganancia desenfreada do capitalismo; os "coronéis" do agronegócio junto com Bolsonaro berram todos os dias que o "agronegócio salva a economia brasileira"; vejamos: 1) com o real desvalorizado com relação ao dólar, faz nosso produtos baratos e, assim, podemos exportar mais; logo, bamburram com as exportações; 2) recebem os pagamentos em dólares, que ao serem trocados por reais, bamburram novamente em função do câmbio; 3) como exportam para o "mercado" externo, temos como consequência uma brutal diminuição da oferta no "mercado" interno; simplesmente os preços sobem às alturas no "mercado" interno, e assim pela terceira vez os "coronéis" do agronegócio bamburram mais uma vez; e quem paga a conta é o povo; já dizia Geraldo Vandré : "PELOS CAMPOS A FOME EM GRANDES PLANTAÇÕES"; o agronegócio ocupa as maiores áreas cultiváveis, mas há fome no Brasil; o agronegócio se jacta de alimentar mais de um terço da população mundial, MAS HÁ FOME NO BRASIL; consultando o google vemos que o Brasil tem mais cabeça de gado que habitantes; inquestionável que houve corrupção no governo Lula; mas não havia tanta miséria quanto agora no desgoverno de Bolsonaro; basta lembrar que o ministro Guedes (economia) disse que era absurdo que no governo lula as empregadas domésticas iam passear na Disney.... Bolsonaro passará para a lata de lixo da história como presidente genocida, pois sua irresponsabilidade patrocinou a morte de mais de 500 mil brasileiros....

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    Paulo Sérgio Gomes 20/07/2021

    Da atenta leitura do texto do Caldas, depreende-se que no governo Lula roubou-se mais do que aplicou em favor dos menos favorecidos... E o Bolsonaro? Esse deve estar fazendo um ótimo trabalho nesse campo, eis que nenhuma crítica lhe é feita pelo glorioso Valdemir. Alguém mais isento, poderia lembrar que nos anos da administração de Lula, milhões de brasileiros conseguiram emprego, receberam auxílio financeiro do governo federal, bem como foram beneficiados com moradias dignas. O mundo inteiro aplaudia o crescimento social no Brasil. A fome e a miséria foi espancada, mas persistiu em índices bem menores. E o Bolsonaro, o que este fez em seus dois anos e meio de governo, em favor da pobreza? Fez o possível e o impossível para aumentar o desemprego e a miséria no país, e em parceria com seu Posto Ipiranga, aumentou muito a concentração de renda nas mãos de uma nojenta elite dominante. Um pouco de imparcialidade, Senhor Caldas, seria esperado de um colunista sério.

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