Funai fornece apoio logístico para escoamento da produção indígena de castanha em Rondônia

Com uma estimativa de produção de 400 toneladas na safra 2021-2022, a coleta deve mobilizar cerca de 1,2 mil indígenas em castanhais nativos de cinco Terras Indígenas

Assessoria de Comunicação / Funai/Fotos: Acervo Funai
Publicada em 21 de dezembro de 2021 às 15:57
Funai fornece apoio logístico para escoamento da produção indígena de castanha em Rondônia

A unidade descentralizada da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Cacoal (RO) tem fornecido apoio logístico para escoar a produção de castanha-da-Amazônia realizada por indígenas da etnia Cinta Larga. Com uma estimativa de produção de 400 toneladas na safra 2021-2022, a coleta deve mobilizar cerca de 1,2 mil indígenas em castanhais nativos de cinco Terras Indígenas: Igarapé Lourdes, Parque Aripuanã, Rio Branco, Roosevelt e Zoró.

Sob a coordenação da Cooperativa Extrativista de Castanhas Indígenas (Coocasin), a coleta e o beneficiamento da castanha geram emprego para cerca de 280 famílias indígenas que garantem sua renda com a comercialização do produto para os estados de São Paulo, Santa Catarina e Goiás, além dos municípios de Rondônia. Em outubro de 2020, pela primeira vez desde sua criação em 2018, a Coocasin forneceu castanha-da-Amazônia para o Programa Estadual de Aquisição de Alimentos (PAA) do estado rondoniense. À época, produtores indígenas venderam cerca de 3 toneladas de castanha ao programa.

De acordo com o coordenador regional da Funai em Cacoal, Sidcley José Sotele, praticamente 70% do escoamento da produção da castanha é realizado pela Funai. “Em algumas aldeias, a produção de castanha é a única fonte de renda das comunidades. Em outras, é uma das principais. Além disso, as aldeias que realizam a coleta da castanha são as que apresentam o menor índice de desmatamento. Se apoiarmos essa atividade produtiva e revertermos isso em renda, estamos ajudando o meio ambiente. Onde há castanhais, os madeireiros não entram”, ressalta Sotele.

Confira o vídeo do presidente da Coocasin, João Paulo Cinta Larga, sobre o apoio da Funai aos produtores indígenas de castanha-da-Amazônia.

Etnodesenvolvimento

Para o presidente da Funai, Marcelo Xavier, a etnia Cinta Larga soube desenvolver a atividade extrativista de forma a conciliar o ganho econômico com a preservação da floresta no território indígena. “É importante reconhecer a integração entre atividade sustentável, geração de emprego e renda e qualidade do produto. A conservação da floresta também agrega valor à castanha, o que confirma a força de projetos sustentáveis realizados pela comunidade indígena”, afirma Xavier.

No início deste mês, a Coordenação Regional de Cacoal realizou o transporte de um secador industrial entre as cidades de Toledo (PR) e Ji-Paraná (RO) para sua instalação na sede da Coocasin. Adquirido pela cooperativa ao custo de R$ 29,9 mil, o equipamento vai beneficiar famílias das etnias Cinta larga, Gavião e Zoró. Sotele reforça que o novo secador deve proporcionar mais praticidade e qualidade na produção da castanha. "A cooperativa vai triplicar o beneficiamento da produção, pois as castanhas serão secas em um período entre 12 e 16 horas. Na estufa, a secagem levava até 12 dias”, pontua.

Apicultura

Em novembro deste ano, cinco famílias da etnia Cinta Larga começaram a participar da fase de testes de um projeto de apicultura desenvolvido na Terra Indígena Parque do Aripuanã, Rondônia. A Funai apoia a iniciativa por meio da aquisição de insumos, instalação das caixas das colmeias, transporte e instalação das melgueiras, com atuação direta da Coordenação Regional da fundação em Cacoal.

José Sotele lembra que a relação dos Cinta Larga com a prática da coleta do mel já ocorria de forma tradicional como fonte de alimento. “Diante do notável entusiasmo dos indígenas com o projeto, vamos aproveitar esse conhecimento ancestral para profissionalizar a atividade produtiva da apicultura nas aldeias. Por isso, iniciamos o projeto na aldeia Tenente Marques com a instalação de 10 caixas de abelhas. Como é um projeto piloto, pretendemos estendê-lo às demais aldeias da etnia Cinta Larga na Terra Indígena Parque do Aripuanã”, afirma.

Cafeicultura indígena

Já a produção de café especial consolida-se como uma das principais atividades produtivas entre as comunidades indígenas de Rondônia. Cerca de 132 famílias indígenas produtoras da variedade robusta amazônico comercializam a sua produção de café por meio do Projeto Tribos, fundamentado em um tripé que engloba protagonismo indígena, produção sustentável de café e proteção da floresta. Realizada dentro do conceito de agricultura familiar, a cafeicultura indígena recebe apoio da Funai, Embrapa Rondônia, Emater-RO, Secretaria de Agricultura de Alta Floresta D'Oeste e Câmara Setorial do Café.

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