Gastos com eletricidade e telecomunicações são maiores que com saneamento básico na vida dos brasileiros

O ideal é que a gente tenha a população que pode pagar num custo mais adequado. E assim poder privilegiar as famílias mais pobres com o mesmo serviço de qualidade, mas com tarifas mais adequadas à realidade delas

Assessoria/Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Publicada em 16 de julho de 2021 às 08:31
Gastos com eletricidade e telecomunicações são maiores que com saneamento básico na vida dos brasileiros

Foi realizado um estudo no Instituto Trata Brasil, avaliando os gastos com saneamento básico e outros serviços como energia e telecomunicações. A base do estudo, foram dados sobre os valores de esgoto e agua, entre 2008 e 2018 indicando uma pequena queda de 1%, em contra partida, houve um aumento de 4,3% na eletricidade, chegando a 7,6% nas contas dos serviços de internet, telefone e tv.

Edson Carlos, presidente-executivo do instituto, indica também que os serviços de saneamento chegaram para mais pessoas.  “É uma boa notícia do estudo ver que o saneamento foi a infraestrutura que menos teve aumento real, embora seja uma infraestrutura fundamental”, pondera. 

A desigualdade mostra urgência de avanço em políticas de tarifas sociais para pessoas em situações de vulnerabilidade económica, aponta o Instituto “Essa proximidade das tarifas entre as pessoas mais pobres e quem pode pagar não é uma boa solução. O ideal é que a gente tenha a população que pode pagar num custo mais adequado. E assim poder privilegiar as famílias mais pobres com o mesmo serviço de qualidade, mas com tarifas mais adequadas à realidade delas”, sugere Carlos.

A avaliação do secretário de saneamento da Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU), Pedro Romildo, é que apesar dos números positivos apresentados no estudo, a ampliação dos serviços está ameaçada com a implementação do Novo Marco Legal do Saneamento Básico

“(O novo marco) vai significar aumento de tarifa. Ele representará a exclusão de grande parte da população brasileira que hoje não tem dinheiro nem para comer e comprar um botijão de gás. Imagina pagar uma tarifa que seja reajustada em 30 a 40%, sem subsídios, e essas empresas cobrando valores exorbitantes. (…) Muitas pessoas não poderão ter o serviço de água e esgoto porque não vão ter condições de pagar uma tarifa inacessível”, adverte o secretário.

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