Governo de RO fomenta produção de café nas comunidades indígenas
O incentivo à produção sustentável vem transformado a realidade dos povos indígenas de Rondônia. O resultado é o fortalecimento da produção e desenvolvimento ambiental dentro das comunidades indígenas no estado
A Emater-RO trabalha com as comunidades indígenas de forma contínua, visando aumentar a produção de cafés de qualidade com sustentabilidade
O projeto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) Indígena traz uma nova perspectiva de inclusão social e produtiva para os povos de comunidades tradicionais, em especial os povos indígenas produtores de café. Fomentado pelo governo de Rondônia e executado pela Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater-RO), os serviços de ater indígena procuram oferecer uma política diferenciada, específica às demandas da comunidade, que levam em considerações seus conhecimentos, tradições e práticas culturais. Ações como essas têm dado visibilidade ao café produzido na floresta, com destaques entre os melhores cafés produzidos em Rondônia.
A Emater-RO sempre trabalhou dando assistência por demanda às comunidades indígenas, mas os serviços de Ater voltados especificamente aos povos da floresta foram intensificados no início deste ano (2024). Segundo o diretor-presidente da Emater-RO, Luciano Brandão, o projeto visa atender as demandas específicas das etnias e de cada aldeia, compreendendo o perfil de cada comunidade e assim, contribuir para as suas necessidades produtivas. “Estamos trabalhando em três regiões que envolvem os povos indígenas Gavião e Arara, em Ji-Paraná; Aruá, na Aldeia Rio Branco em Alta floresta d’Oeste, e Paiter Suruí, de Cacoal”, explicou.
O engenheiro agrônomo da Emater-RO, Francis Rafael Cidade, relatou que, vários projetos estão sendo desenvolvidos nas aldeias com incentivo do governo estadual e conta com parceiros importantes para o desenvolvimento da cafeicultura indígena, especialmente na região de Cacoal, onde há muitos casos de sucesso. “Os suruís sempre produziram café, mas nos últimos cinco anos eles se transformaram, se dedicaram a produzir um café de qualidade e tem se destacado em diversos concursos como o Concafé e o Tribus, referindo-se ao concurso realizado pelo governo de Rondônia, em que consagraram-se vencedores, e a linha direta de comercialização com uma empresa privada, onde são comercializados os cafés, tanto da etnia Paiter Suruí quanto da Aruá.”
As comunidades indígenas já receberam cerca de 200 mil mudas de café melhorada do programa Plante Mais
INCENTIVO DO GOVERNO
O governo de Rondônia tem investido no fomento da cafeicultura rondoniense, inclusive com ações votadas às comunidades indígenas, e a abordagem personalizada reconhece as características únicas de cada etnia e cada município atendido. Essa iniciativa representa o empenho do governo do estado em proporcionar assistência técnica especializada, com ações que vão desde o manejo sustentável, aplicação correta dos insumos e uso racional dos recursos naturais, que é peculiar dos povos indígenas.
As políticas públicas de desenvolvimento do setor agropecuário, também chegam às comunidades indígenas que já receberam, desde 2022, cerca de 200 mil mudas de café melhorada, do programa Plante Mais. Para o governador de Rondônia, Marcos Rocha, é importante que o governo do estado fomente a produção nessas comunidades, pois os povos indígenas possuem culturas e tradições específicas. “Esse incentivo à produção sustentável vem transformando a realidade dos povos indígenas de Rondônia, e o resultado que queremos é o fortalecimento da produção e desenvolvimento ambiental dentro das comunidades indígenas da região”, salientou.
CRÉDITO SUSTENTÁVEL
A Emater-RO vem trabalhado com as comunidades indígenas de forma a consolidar e aumentar a produção de cafés de qualidade, mas ressalta que, a cafeicultura indígena é produzida de forma diferente da tradicional. O engenheiro agrônomo da Emater-RO explica que, a produção do café ocorre dentro da floresta de forma sustentável e é preciso adequar as técnicas aos seus costumes. “Por exemplo, se a lavoura precisa de água, nós procuramos indicar uma tecnologia mais racional, como gotejamento ou aspersão, que utiliza menos água, mas é eficiente. Então, estamos sempre orientando de forma contínua, a fim de obtermos bons resultados.”
O engenheiro enfatizou, ainda que, já está sendo executado pela Emater-RO; a elaboração de projetos de créditos sustentáveis. Trata-se de uma linha de crédito disponível para indígenas, o Pronaf A, cujo processo é o mesmo para o produtor enquadrado na agricultura familiar, que deseja ampliar ou modernizar seu negócio. “A Fundação Nacional do Índio (Funai) firmou um termo de compromisso com a Emater-RO, nos autorizando a elaborar esses projetos aos povos indígenas. Com essa linha de crédito e as políticas de desenvolvimento do governo, a cafeicultura dos povos indígenas das três regiões onde a Emater-RO está atuando, poderá ser fortalecida e atrair novos produtores da comunidade.”
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