Grávidas e puérperas sem comorbidades também devem ser vacinadas em Rondônia

A decisão foi adotada durante reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), após a Agência de Vigilância em Saúde (Agevisa) detectar mudança no perfil de mortalidade materna em decorrência da doença

Mineia Capistrano Fotos: Daiane Mendonça Secom - Governo de Rondônia
Publicada em 28 de maio de 2021 às 15:24
Grávidas e puérperas sem comorbidades também devem ser vacinadas em Rondônia

A decisão de vacinar as grávidas independente de comorbidades foi pactuada durante CIB envolvendo gestores que atuam na Saúde

Todas as grávidas e puérperas com e sem comorbidades de Rondônia serão vacinadas contra a covid-19. A decisão foi adotada durante reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), após a Agência de Vigilância em Saúde (Agevisa) detectar mudança no perfil de mortalidade materna em decorrência da doença.

Em 2020, dos 18 óbitos maternos registrados, quatro, que representa 22,2% tiveram como causa, a covid-19. Em 2021, só no primeiro quadrimestre, ou seja, entre os meses de janeiro a abril, foram notificados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), 21 mortes maternas no Estado, um número superior à mortalidade materna ocorrida em todo o ano de 2020, e destes 17, que corresponde a 81% tiveram como causa básica, a covid-19.

“A detecção de mudanças no perfil de mortalidade materna no estado de Rondônia, relacionadas ao aumento da magnitude e alteração nas causas relacionadas ao óbito materno com predominância da covid-19 motivou a elaboração do alerta epidemiológico, como forma de divulgar a atual situação e mobilizar o Estado para identificar estratégias para o efetivo enfrentamento e solução desse problema de saúde pública”, destaca a gerente de Epidemiologia da Agevisa, Maria Arlete Baldez.

A decisão de vacinar todas as grávidas independente de comorbidades foi pactuada durante CIB envolvendo gestores que atuam na área de Saúde em todo o Estado.

“A vacinação tem como base o atual cenário epidemiológico. A recomendação está de acordo com o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a covid-19 (PNO)”, reforça a diretora-geral da Agevisa, Ana Flora Gerhardt.

O PNO orienta aos gestores municipais que as recomendações sejam seguidas, sem inclusão ou inversão da ordem de prioridades de outros grupos, a menos que existam justificativas baseadas em evidências científico epidemiológicas.

Em 2020, dos 18 óbitos maternos registrados, quatro tiveram como causa, a covid-19 confirmados laboratorialmente pela técnica RT-PCR, sendo três residentes em Porto Velho e uma em Guajará-Mirim.

Os 17 óbitos maternos notificados em 2021 ocorreram em 10 municípios, e com maior ocorrência em Porto Velho (5); Ji-Paraná (2); Rolim de Moura (2) e Vilhena (2). Também foram registrados óbitos em: Seringueiras (1), Presidente Médici (1); Nova Mamoré (1); Ouro Preto do Oeste (1); Jaru (1) e Ariquemes (1).

Em relação à faixa etária, em 2021 foram registradas a ocorrência de dois óbitos em adolescentes (11,7%) e tendência de aumento nas faixas etárias de 20 a 29 anos, com cinco óbitos (29,41%) e mulheres de 30 a 39 anos, com 10 óbitos (58,82%).

PRÉ-NATAL

A orientação da gerência de epidemiologia da Agevisa, todas as equipes envolvidas com o acompanhamento do pré-natal devem ficar atentas para a detecção precoce da Síndrome Gripal (SG) e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em gestantes e puérperas, com o objetivo de proceder às normas e recomendações previstas em manuais, normas e protocolos do Ministério da Saúde (MS).

ÓBITOS

No período de 2016 a 2020 foram notificados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), um total de 2.679 óbitos de mulheres em idade fértil e destes, 75, ou seja, 2,8% dos casos foram confirmados como mortes maternas, sendo que hemorragias, doenças hipertensivas e as embolias foram as principais causas.

Ano Óbitos
2016 15
2017 19
2018 10
2019 13
2020 18

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