HB realiza encontro entre transplantados e comunidade

O Hospital de Base é credenciado pelo SUS para realizar transplante renal e transplante de córnea, mas as captações de órgãos são realizadas  nas cidades de Porto Velho, Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena

Dislene Queiroz - Fotos: Ítalo Ricardo | Secom
Publicada em 29 de setembro de 2019 às 09:51
HB realiza encontro entre transplantados e comunidade

Central de Transplantes de Rondônia (CET) promoveu o encontro entre transplantados, comunidade e profissionais de saúde

O Dia Nacional da Doação de Órgãos é celebrado em 27 de setembro, mas todo o mês de setembro é lembrado como tempo de conscientização sobre a doação de órgãos e tecidos. Por isso nesta quinta-feira 26, no auditório do Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro (HBAP) em Porto Velho, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) através da Central de Transplantes de Rondônia (CET) promoveu o encontro entre transplantados, comunidade e profissionais de saúde.

No Brasil, quem autoriza ou não a doação é a família após a morte cerebral. Por isso, se a pessoa é doadora precisa deixar expresso a família esse desejo. Em Rondônia atualmente são 110 pessoas em fila fazendo diálise esperando um transplante renal. E mais de 160 pessoas aguardando um transplante de córnea. O Hospital de Base é credenciado pelo SUS para realizar transplante renal e transplante de córnea, mas as captações de órgãos são realizadas  nas cidades de Porto Velho, Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena. São quatro equipes e todos os hospitais são notificantes.

Emocionada, a servidora pública Gisele Sônia Antônia contou aos participantes do encontro sobre o ato da família ao doar as córneas da mãe em um momento difícil. O gesto de solidariedade que superou a dor ao perder a mãe vítima de câncer.

 

“Quando recebemos a notícia que a minha mãe não tinha resistido ao tratamento, a equipe do Hospital nos perguntou se ela era doadora e se a família autorizava. Nós conversamos e vimos na doação das córneas uma forma de  nossa mãe continuar fazendo o bem, logo ela que ajudava a todos”, lembra Gisele.

 

Gisele Sônia Antônia doou as córneas da mãe

Felizmente casos  como este da família de Gisele fazem com que o índice de recusa familiar à doação de órgãos, ainda que gradual, venha diminuindo no Estado que, atualmente, registra a média nacional de 40% de rejeição. Em 2018 a média esteve em torno de 59 % mas já chegou a mais de 70%.

De acordo com a coordenadora da Central Estadual de Transplantes, Edcléia Gonçalves, o trabalho assíduo dos profissionais que realizam a busca ativa de doadores de órgãos na Capital e no interior do Estado tem sido vital.

” Esse encontro hoje é uma forma de sensibilização e além disso estamos sempre trabalhando em prol de aumentar as notificações de potenciais doadores a grande dificuldade é o entendimento do que é a morte cerebral para a família , o que é e a partir daí aceitar a doação. É um momento muito duro e quando bem conversado há o acolhimento. De 2014 até hoje uma pessoa por semana foi inscrita na fila para transplante de rim.Entretanto de 10 famílias entrevistadas para doação 6 recusaram”.

Ambulatório de Transplante de fígado

Desde 2013 foi estruturado no Hospital de Base Dr. Ary o ambulatório de transplante de fígado que faz o acompanhamento dos pacientes no pré e pós transplante explica o coordenador do ambulatório de transplante de fígado, o médico  Leonardo Toledo Mota. “Hoje fazemos o acompanhamento de 30 pacientes  transplantados, que fizeram a cirurgia em outro Estado e residem aqui, mas o próximo passo é que o transplante de fígado seja feito aqui”, anunciou o cirurgião.

Tico Marinheiro é um dos pacientes que há cerca de um ano recebeu um fígado novo e ao se referir ao dr. Leonardo o chama de anjo. ” Eu sou muito grato a todos e em especial ao dr. Leonardo que me acompanha e principalmente a família que disse “sim” a doação e hoje estou vivo graças a eles”, ressaltou.

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