Hipocrisia, falso moralismo e nepotismo: o coronel da moral sob mira do TCU
O motivo: suspeita de nepotismo e uso indevido de recursos públicos no próprio gabinete
“Por trás de todo paladino da moral, vive um canalha.” A frase de Nelson Rodrigues, sempre atual, cai como uma luva sobre o novo escândalo que ronda o deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO). O parlamentar, conhecido por sua retórica inflamável e fidelidade quase canina ao ex-presidente Jair Bolsonaro — que já o empurrou em um palanque e o humilhou publicamente — agora será investigado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a pedido do Ministério Público de Contas (MP-TCU). O motivo: suspeita de nepotismo e uso indevido de recursos públicos no próprio gabinete.
De acordo com o portal Metrópoles, responsável por revelar o caso, Chrisóstomo nomeou a companheira, a cunhada e dois concunhados, que juntos receberam mais de R$ 2,1 milhões em salários pagos pela Câmara dos Deputados. A companheira do deputado, Elizabeth Dias de Oliveira, de 32 anos, sozinha recebeu R$ 1,2 milhão desde 2020. Os demais familiares também figuram nas folhas de pagamento com cargos de natureza especial e salários que chegam a quase R$ 19 mil mensais.
O MP-TCU considera as evidências “de extrema gravidade” e afirma que o caso representa “uma afronta direta à moralidade e à impessoalidade” na administração pública. O órgão quer que o TCU apure se houve efetiva prestação de serviços, sob pena de devolução integral dos valores e responsabilização do deputado e dos beneficiados. Caso confirmadas as irregularidades, Chrisóstomo pode enfrentar condenação e inelegibilidade por até oito anos — uma sentença que, aos 66 anos, soaria como o ponto final de sua carreira política.
Nelson Rodrigues também dizia: “Eu me nego a acreditar que um político, mesmo o mais doce político, tenha senso moral.” Chrisóstomo, que se apresenta como arauto da honestidade e crítico feroz dos gastos da primeira-dama Janja Lula da Silva, a quem chama de “paquita”, vê agora sua própria casa ruir sob o peso do falso moralismo.
Enquanto vocifera contra “os privilégios da esquerda”, o parlamentar abrigava parentes no gabinete e transformava o discurso ético em cortina de fumaça. “No Brasil é a imprensa que descobre os crimes”, dizia Nelson. Foi novamente ela — a imprensa livre e vigilante — quem puxou o fio desse novelo.
No fim, o moralismo de ocasião mostra sua face mais previsível: a da hipocrisia remunerada com dinheiro público. E quando o castigo vier, restará apenas o eco das palavras do próprio cronista da alma brasileira — "A hipocrisia é o último refúgio dos que se sentem culpados."— lembrando que, entre berros e slogans, os falsos paladinos da moral acabam sempre descobertos.
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Comentários
A Ditadura Militar já foi jogada ao lixo há muitas décadas. Mas ainda têm fardados que até hoje denigrem a população brasileira, arrastando suas sujas fardas para dentro do Congresso.
A cara do indivíduo nunca negou, ainda mais quando vomita ´´moral´´ demais, o santo desconfia. Muita conversa fiada. Os bobos acreditam.
Na última eleição este Deputado foi reeleito porque a Silvia Cristina que era do PL teve muitos votos e carregou ele com votos da legenda, mas na eleição de 2026 o eleitor vai mandar ele de volta para casa , porque o PL não tem mais puxador de votos para legenda em RO.
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