IV Semana de enfrentamento à Alienação Parental terá ação de mobilização no shopping

 Além das atividades internas, voltadas ao aprimoramento de magistrados e servidores que atuam no acompanhamento de casos de alienação, o Serviço de Apoio Psicossocial às Varas de Família de Porto Velho (SAPVF) promoverá atendimento ao público em stand no Porto Velho Shopping

Assessoria de Comunicação Institucional com informações da Emeron
Publicada em 25 de abril de 2019 às 10:50
IV Semana de enfrentamento à Alienação Parental terá ação de mobilização no shopping

Entre os dias 22 a 26 de abril de 2019, o Poder Judiciário promove a IV Semana de Enfrentamento à Alienação Parental, em alusão ao dia 25 de abril, escolhido para marcar o Combate à Alienação Parental em todo o mundo.

 Além das atividades internas, voltadas ao aprimoramento de magistrados e servidores que atuam no acompanhamento de casos de alienação, o Serviço de Apoio Psicossocial às Varas de Família de Porto Velho (SAPVF) promoverá atendimento ao público em stand no Porto Velho Shopping, para divulgação das formas de identificação, prevenção e combate ao fenômeno da Alienação Parental.  

As atividades de mobilização começaram na segunda-feira, dia 23 de abril, com o seminário ocorrido no auditório do TJRO. No abertura do evento, o Secretário-Geral do PJRO, Juiz Sérgio William Domingues Teixeira, destacou a relevância de se discutir a alienação, prática de um familiar em incutir nos filhos o sentimento de desprezo a um dos genitores. “Esta mobilização semana é algo de tamanha importância porque o crescimento saudável de uma criança e de um adolescente é algo fundamental para uma sociedade harmoniosa. Todo debate é pouco e todas as estratégias que podem ser discutidas e desenvolvidas assumem uma relevância fundamental para que haja uma relação harmoniosa entre parentes, principalmente os pais, após uma separação”, afirmou.

Em seguida, o Juiz Auxiliar da Corregedoria, Adolfo Naujorks Neto, ministrou a palestra “Lei da Guarda Compartilhada e a Lei da Alienação Parental”. Adolfo apresentou um histórico da guarda de menores, desde seu início, com o predomínio da guarda unilateral materna, passando para o modelo atual, em que se privilegia a parentalidade igualitária.

Para o magistrado, a mudança no modelo de guarda acompanhou diversas mudanças sociais, principalmente o declínio do sistema patriarcal. Anteriormente, os homens mantinham o poder primário sobre as mulheres, e algumas atividades, principalmente afetas ao âmbito doméstico, eram designadas unicamente às elas, como o cuidado com os filhos. Em casos de separação, a praxe era a concessão da guarda unilateral à mãe, e ao pai, a atribuição de visitas e de responsabilidades financeiras, por meio do pagamento de pensão alimentícia.

Já na sociedade moderna atual, em que se busca um sistema igualitário entre homens e mulheres, o entendimento é que pai e mãe são igualmente responsáveis pela criação de seus filhos, tanto no cuidado básico e afetivo quanto nas obrigações financeiras. Acompanhando este novo pensamento, surgiu o modelo de guarda compartilhada, em que não há preponderância de direitos ou deveres para apenas um dos genitores.

Após a palestra, foi realizado debate com o palestrante, os psicólogos do SAPVF Fredson Batista e Zeno Germano Neto e a Juíza Tânia Mara Guirro. Zeno iniciou a discussão chamou atenção para os debates recentes sobre a manutenção ou extinção da Lei da Alienação Parental e também da criminalização da alienação.

Já Fredson Batista observou que, o foco dos processos de alienação é a proteção dos filhos, mas que também se faz necessário um olhar para os pais e suas posturas alienadoras. Ele destacou a necessidade de que os casos de alienação sejam tratados também com intervenção pedagógica, de forma a conscientizar os pais dos danos causados por este tipo de atitude, evitando que haja reincidência. Ele usou como exemplo a Oficina de Parentalidade, oferecida pelo SAPVF, que apesar de ter outro direcionamento, também aborda a alienação parental em seus encontros, auxiliando os pais a compreender e evitar essa postura.

A Juíza Tânia Mara Guirro complementou que a intervenção pedagógica também se faz necessária aos advogados, exemplificando que, em alguns casos, ao não conhecer a legislação da alienação parental, os profissionais acabam colaborando para o acirramento de ânimos entre o ex-casal. Ela destacou a importância dos advogados como auxiliares aos profissionais do SAPVF e dos juízes na mediação entre as partes e ressaltou que a qualificação dos causídicos trará benefícios a todos os envolvidos. Ela também sugeriu a utilização de ferramentas de mediação, como a constelação familiar, como instrumentos para sanar dúvidas ou mesmo apoiar as famílias a passarem pelo difícil momento da separação.

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