Justiça no Imposto de Renda: a direita não tem coragem

A direita historicamente evita promover justiça tributária ou social. Por que seria diferente agora?

Fonte: Elvino Bohn Gass - Publicada em 17 de fevereiro de 2025 às 12:10

Edifício do Congresso Nacional, em Brasília - 18/06/2024Edifício do Congresso Nacional, em Brasília - 18/06/2024 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Lula propôs isentar do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil mensais, medida essencial para reduzir a injustiça de um sistema onde os mais pobres pagam proporcionalmente mais impostos, enquanto os super-ricos seguem intocados. Para viabilizar essa mudança, o governo propõe uma compensação justa: aumentar a tributação sobre aqueles que recebem mais de R$ 50 mil por mês.

A proposta, que beneficia cerca de 30 milhões de contribuintes e amplia o imposto de apenas 150 mil pessoas privilegiadas, deve chegar ao Congresso em breve.

Mas, apesar de produzir justiça tributária, deve enfrentar dificuldades para ser aprovada. Isto porque o histórico de votações da direita política vai sempre no sentido de proteger os mais ricos.

Exemplos desse comportamento não faltam: na votação da isenção de impostos sobre a cesta básica, para beneficiar os mais pobres, os 123 votos contrários foram todos da direita bolsonarista.

Na proposta de taxação de grandes fortunas, que alcançaria patrimônios acima de R$ 10 milhões, a oposição, liderada pelo PL de Bolsonaro, garantiu a derrota da medida.

Esse grupo discursa defendendo menos impostos, mas quando se trata de cobrar mais de quem pode pagar e paga pouco em relação à classe média, recuam.

Na reforma da Previdência, impuseram uma idade mínima que prejudica quem começa a trabalhar cedo. No Auxílio Brasil, defenderam cortes que restringiriam o acesso ao benefício. Quando se propôs o reajuste real do salário mínimo, votaram contra.

A direita historicamente evita promover justiça tributária ou social. Falta coragem para enfrentar os endinheirados. Por que seria diferente agora? O mais provável, então, é que eles rejeitem a compensação necessária para viabilizar a isenção do IR aos que ganham menos.

E a única forma de garantir essa conquista é com pressão popular. O povo precisa ocupar as ruas, cobrar seus representantes para que se aprove esta medida justíssima.

O Brasil precisa decidir: continuar refém de privilégios, de bilionários que aumentam suas fortunas sem praticamente pagar imposto, ou avançar rumo a um país menos desigual.

Elvino Bohn Gass

Deputado federal (PT-RS) e líder da Bancada do PT na Câmara

61 artigos

Justiça no Imposto de Renda: a direita não tem coragem

A direita historicamente evita promover justiça tributária ou social. Por que seria diferente agora?

Elvino Bohn Gass
Publicada em 17 de fevereiro de 2025 às 12:10

Edifício do Congresso Nacional, em Brasília - 18/06/2024Edifício do Congresso Nacional, em Brasília - 18/06/2024 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Lula propôs isentar do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil mensais, medida essencial para reduzir a injustiça de um sistema onde os mais pobres pagam proporcionalmente mais impostos, enquanto os super-ricos seguem intocados. Para viabilizar essa mudança, o governo propõe uma compensação justa: aumentar a tributação sobre aqueles que recebem mais de R$ 50 mil por mês.

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A proposta, que beneficia cerca de 30 milhões de contribuintes e amplia o imposto de apenas 150 mil pessoas privilegiadas, deve chegar ao Congresso em breve.

Mas, apesar de produzir justiça tributária, deve enfrentar dificuldades para ser aprovada. Isto porque o histórico de votações da direita política vai sempre no sentido de proteger os mais ricos.

Exemplos desse comportamento não faltam: na votação da isenção de impostos sobre a cesta básica, para beneficiar os mais pobres, os 123 votos contrários foram todos da direita bolsonarista.

Na proposta de taxação de grandes fortunas, que alcançaria patrimônios acima de R$ 10 milhões, a oposição, liderada pelo PL de Bolsonaro, garantiu a derrota da medida.

Esse grupo discursa defendendo menos impostos, mas quando se trata de cobrar mais de quem pode pagar e paga pouco em relação à classe média, recuam.

Na reforma da Previdência, impuseram uma idade mínima que prejudica quem começa a trabalhar cedo. No Auxílio Brasil, defenderam cortes que restringiriam o acesso ao benefício. Quando se propôs o reajuste real do salário mínimo, votaram contra.

A direita historicamente evita promover justiça tributária ou social. Falta coragem para enfrentar os endinheirados. Por que seria diferente agora? O mais provável, então, é que eles rejeitem a compensação necessária para viabilizar a isenção do IR aos que ganham menos.

E a única forma de garantir essa conquista é com pressão popular. O povo precisa ocupar as ruas, cobrar seus representantes para que se aprove esta medida justíssima.

O Brasil precisa decidir: continuar refém de privilégios, de bilionários que aumentam suas fortunas sem praticamente pagar imposto, ou avançar rumo a um país menos desigual.

Elvino Bohn Gass

Deputado federal (PT-RS) e líder da Bancada do PT na Câmara

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