Leis estaduais que criam cadastros de condenados por crimes sexuais e contra mulher invadem competência da União, diz PGR
Em parecer ao STF, Augusto Aras defende inconstitucionalidade formal de normas criadas por iniciativa da Assembleia Legislativa de Mato Grosso
Por entender que a Assembleia Legislativa de Mato Grosso invadiu a competência da União ao legislar sobre direito penal, o procurador-geral da República, Augusto Aras defendeu no Supremo Tribunal Federal (STF) a inconstitucionalidade de duas leis daquele estado, a Lei 10.315/2015 e a Lei 10.915/2019. A primeira cria o “Cadastro Estadual de Pedófilos” e a última determina a divulgação da lista dos condenados por crimes de violência contra a mulher. Para o procurador-geral, os dispositivos violam ainda a iniciativa privativa de governador para propor normas sobre a criação de órgãos da administração pública e organização e funcionamento da administração pública.
O caso (Ação Direta de Inconstitucionalidade 6.620) está sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes. Na ação, o governador mato-grossense pede a declaração de inconstitucionalidade de ambos os atos normativos, editados por iniciativa da Assembleia Legislativa estadual.
Ao analisar a questão, o procurador-geral considerou que o assunto deve ser regulamentado por Lei Federal, por se tratar de tema complexo, que requer tratamento uniforme por lei editada pelo Congresso Nacional, nos moldes da Lei 14.069/2020, que criou o Cadastro Nacional de Pessoas Condenadas por Crime de Estupro. Também alertou que a criação de cadastros estaduais com ampla divulgação de nomes e fotos de condenados por crimes de pedofilia ou de violência contra a mulher pode, inclusive, resultar na migração dos condenados para outros estados, fator que reforça a necessidade de tratamento nacional da matéria.
Além disso, a exposição na internet de nome e foto dos criminosos – bem como o grau de parentesco do agressor, a idade da vítima e as circunstâncias do crime, com previsto na Lei 10.315/2015 – pode impactar negativamente no direito à intimidade, à vida privada à honra e à imagem das vítimas e de seus familiares. “Em pequenas comunidades, a identificação da vítima e de seus familiares seria de fácil constatação pelos elementos disponibilizados [...], considerando ainda que grande parte, senão a maioria, dos crimes de pedofilia e de violência contra a mulher são cometidos no seio familiar”.
Inconstitucionalidade formal – Segundo parecer da PGR, as leis estaduais são formalmente inconstitucionais, pois usurpam a competência da União para legislar sobre direito penal (artigo 22, inciso I, da Constituição) e violam a iniciativa privativa do governador do estado para a propositura de leis que disponham sobre a criação de órgãos da administração pública (artigo 61, parágrafo 1º, inciso II, alínea “e”) e a competência para disposição, mediante decreto, sobre organização e funcionamento da administração pública (artigo 84, inciso VI, alínea “a”).
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Ele era funcionário do Banco da Amazônia desde 1998, onde atuou como supervisor em Rolim de Moura e São Miguel do Guaporé
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