Mães de crianças com doenças hereditárias comemoram doação de sangue por militares e servidores da Setur

Outras doenças hereditárias e crônicas são tratadas na Fhemeron. No geral, a cura para essas crianças é o transplante de medula

Montezuma Cruz Fotos: Frank Néry Secom - Governo de Rondônia
Publicada em 16 de outubro de 2021 às 10:51
Mães de crianças com doenças hereditárias comemoram doação de sangue por militares e servidores da Setur

Um grupo de soldados do 5º BEC compareceu nesta sexta-feira à Fhemeron para nova doação de sangue

Três dias de doação de sangue, reanimaram a Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Estado de Rondônia (Fhemeron), órgão da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) do Governo de Rondônia. Desde a festa das crianças, no dia 12, o Banco de Sangue em Porto Velho recebe doadores militares e confirma para brevemente a chegada de um grupo de servidores da Superintendência Estadual de Turismo (Setur).

O soldado Jadson Diniz, 25 anos, do 5º Batalhão de Construção (5º BEC), sangue A+, foi um dos 28 daquela corporação que compareceram na manhã de sexta-feira à sala de captação de sangue. Ele é doador fidelizado. “A gente vem, doa, volta ao quartel e é liberado até meio-dia, porque hoje é sexta-feira”, comentou o soldado, satisfeito.

Acompanhadas pelas mães, crianças foram homenageadas em seu dia 

Na parede da sala da Assistência Social está afixada uma lista com nomes de doadores fenotipados e respectivos receptores. A médica hematologista e hemoterapeuta, Ana Carolina Gonzaga de Melo, explica o funcionamento. A Fhemeron possui dois ambulatórios específicos para coagulopatias hereditárias, principalmente hemofilia, cuja maioria de pacientes são crianças do sexo masculino.

Eles se submetem à infusão de hemoderivados três vezes por semana, em média. Atualmente, 12 crianças com doenças falciformes do interior e da capital, são atendidas ali. Conforme a médica Ana Carolina, a transfusão de hemáceas é feita uma vez por mês. “Há um esforço e dedicação muito grande para evitar que elas tenham o primeiro Acidente Vascular Cerebral (AVC). No momento, temos uma criança de dez meses e outra de um ano, recebendo essa transfusão”, ela informou.

Outras doenças hereditárias e crônicas são tratadas na Fhemeron. No geral, a cura para essas crianças é o transplante de medula. Crianças com anemia falciforme não produzem sangue suficiente para o crescimento adequado, por isso, necessitam das intervenções com sangue doado. 

GRATIDÃO

Daiane Silva Berts, moradora no Bairro Tancredo Neves (zona Leste de Porto Velho), manifestou seu contentamento com o Dia da Criança, “a Maria Eduarda (filha única), 8 aos , sangue A+, tem anemia falciforme e já se sente integrada com as demais crianças; ficar ao lado dos coleguinhas. Foi muito importante para ela”. Diz a mãe se referindo ao tratamento da criança.

Ana Teixeira, do Bairro Aponiã, mãe de Artur, 5, contou que ele frequenta o ambulatório desde março deste ano, para cuidar da anemia falciforme. “Olha, foi tudo muito bem organizado, fiquei muito feliz e nossa família só tem a agradecer por esse maravilhoso atendimento; cada procedimento é uma luta, mas a Fhemeron é de outro mundo”, elogiou agradecida.

O fator emocional é reconhecido entre os profissionais médicos, assistentes sociais e administrativos da Fundação, quando ocorre o esgotamento dos estoques de sangue em família. “Aí, eles não têm para onde ir, e o socorro é aqui”, disse a médica. 

“O diferencial dos doadores de sangue para crianças vítimas dessas doenças é que eles têm os mesmos fenótipos dos receptores e a cada três meses a doação é dirigida para eles”, assinalou Ana Carolina. 

Doações para pacientes oncológicos em fase de quimioterapia, são uma outra demanda que precisa de muito atenção. “Não há como prever urgências, a coleta é restrita, mas o atendimento é permanente”, disse a médica.

A 17ª Base de Logística da 17ª Brigada de Infantaria de Selva do Exército Brasileiro, emprestou tendas para a festividade com as crianças, organizada pelo ambulatório de hematologia. Na manhã desta sexta-feira (15), um grupo de soldados do 5º BEC compareceu ao Banco de Sangue. “Forças militares são pontuais, sempre estão conosco”, comentou Maria Luíza, coordenadora de captação.

Médica Ana Carolina lembra importância dos ambulatórios para doenças hereditárias

Ela elogiou também igrejas, centros espíritas e associações em geral que participam de campanhas em diferentes períodos do ano.

Segundo a coordenadora de captação, Maria Luíza Pereira, as parcerias são essenciais para o resgate da boa vontade das pessoas

“em fazer da doação um ato de amor”

Nos dias 25, 26 e 27 próximos, por exemplo, chega a vez da gincana solidária da Setur, na qual, um das provas é a doação de sangue. Um ônibus vai buscar servidores no Palácio Rio Madeira (PRM) e os levará de volta, após a doação. 

Maria Luíza anunciou que o Banco de Sangue segue com a determinação de receber as pessoas na sede, sugerindo àquelas empregadas no comércio em geral, organizarem a doação no próprio local de trabalho. Ela explica que se houver um quantitativo de, no mínimo, 50 doadores, é maior a possibilidade para o deslocamento da equipe coletora àté o local de captação de sangue. 

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