Mais da metade dos brasileiros tornou-se inadimplente na pandemia
Entre cidadãos com menor ganho de renda, inadimplência chega a 79%
Mais da metade dos brasileiros tornou-se inadimplente por conta da pandemia. Entre as famílias com renda até R$ 2.100, o número chega a 79%. Os dados fazem parte da sondagem inédita realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), realizada de 1º a 24 de março, com 1.644 consumidores.
A perda de emprego de algum membro do lar é citada como motivo para o atraso nos pagamentos por 29% dos entrevistados, sendo o principal fator para 50% na faixa de baixa renda. Já a redução de salários é apontada por 19% dos participantes, seguida pelo aumento nas despesas por 13%. A perda de faturamento nas empresas familiares e o impedimento de trabalho aparecem com 12% cada, enquanto a interrupção do auxílio emergencial é a motivação principal para 2,4% – índice que sobe para 4,7% entre as famílias com renda mais baixa.
Segundo Viviane Seda Bittencourt, superintendente-adjunta de Ciclos Econômicos do FGV Ibre, o desemprego e a impossibilidade de trabalhar foram os fatores mais citados pelos entrevistados com a renda mais baixa – na classificação, foram usadas as faixas até R$ 2.100,00; de R$ 2.100,01 a R$ 4.800,00; de R$ 4.800,01 a R$ 9.600,00; e mais de R$ 9.600,01 –, enquanto a redução dos salários e a baixa arrecadação em empresas familiares foram apontados pelos participantes com as maiores rendas.
“A grande massa de trabalhadores não tem possibilidade de trabalhar remotamente, principalmente nos serviços que empregam bastante e em que existe a necessidade do trabalho presencial”, afirma Viviane.
O levantamento aponta que, na maior parte dos casos, 14% dos atrasos são de até 30 dias. Outros 37% são de dois ou três meses; 10%, de quatro a seis meses; e 28% acima disso. De acordo com dados do Banco Central, o endividamento das famílias era equivalente a 56% da renda anual ao final de 2020, maior média desde 2005. Em 2019, o índice era de 49%.
Outro dado recorde é o de comprometimento da renda mensal com prestações, que passou de 29% para 31%. Se analisadas apenas as dívidas bancárias, a inadimplência por 30 dias ou mais tem oscilado nos últimos meses, como aumento para 2,97% em fevereiro. Em abril de 2020, o indicador atingiu seu pico mais recente, com 4,1%.
“Quando o consumidor começa a pegar os recursos que ele tem guardado para pagar despesas correntes, isso pode se tornar inadimplente nos próximos meses. É uma sinalização de que a situação financeira está ficando ruim”, explica Viviane.
Por conta disso, especialistas recomendam negociar dívidas mais antigas para tentar reduzir a taxa de juros sobre o valor, deixando-o mais vantajoso ao consumidor, que possui formas de quitar o valor neste momento.
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