Cresce o uso de medicamentos que auxiliam no emagrecimento, como o Ozempic. Um tipo de injeção para controle da diabetes, que provoca o aumento dos hormônios que elevam a produção insulínica, que de fato podem ajudar no emagrecimento.
No entanto, muitos relatos de usuários, indicam que o uso sem controle médico pode trazer consequências inesperadas para o usuário, como: pancreatites, depressão, falência renal, ansiedade generalizada, distúrbios mentais desconexos, demências e a estimulação e surgimento do excesso de compulsões e vícios, entre eles, por sexo, bebidas ou jogos de azar. A compulsão desenfreada, seja pelo que for, causa verdadeiros estragos psicológicos na mente humana. Tudo isso nos leva a refletir sobre como nosso cérebro se comporta diante desse tipo de vício e o que pode ser feito para não cair nessas armadilhas ilusórias.
O primeiro ponto que deve ser analisado é a facilidade que os indivíduos possuem de criar expectativas. Criamos expectativas em relação ao outro e em relação a nossas conquistas futuras. O grande problema é que nem tudo é previsível. Acreditamos em tudo que vemos. E é exatamente esse o nosso maior ponto nevrálgico: sofremos por não controlar tudo. Quando algo foge ao nosso controle, entramos em estado de desequilíbrio que afeta tanto o comportamento, quanto o emocional.
Isso porque a necessidade em ter o controle das situações nas mãos é um sentimento intrínseco de nossa espécie. Tudo o que é externo e nos foge ao controle, gera insegurança e medo e nos faz sentir vulneráveis. E no caso em questão, estamos falando de uma situação de perda, muitas vezes perda de somas consideráveis. Fato é que, ninguém joga e investe para perder, e quando isso ocorre entra em cena sensações incômodas como: a impotência, o fracasso e a culpa.
Emocionalmente falando, o indivíduo que entra em uma dinâmica de compulsão e vícios, sejam quais forem, se vê angustiado ao ponto de não conseguir sentir-se em paz por não estar satisfeito com sua realidade. O que gera transtornos emocionais relevantes, como perda de sono, perda de apetite, estresse generalizado, ansiedade, tristeza profunda, depressão e até síndrome do pânico.
Emoções que retroalimentam o estresse, levando-o a vivenciar sensações de cabeça pesada, irritabilidade, alterações de humor, entre outros gatilhos que justificam a desestruturação mental, em função da compulsão que ele alimenta. Um outro fator bem relevante de todo esse processo é o sentimento de culpa. Uma culpa que distorce a realidade dos fatos e acelera o complexo de inferioridade e a baixa autoestima. O que pode estimular, através de atitudes desesperadoras, a busca da falsa ilusão do alívio e do auto perdão. Visto que, essa impotência também pode estar ligada a vergonha de se expor e mostrar sua fragilidade para parentes e amigos próximos.
A compulsão precisa ser estudada para compreender qual gatilho é o desencadeador do processo. Se não tratado a tempo, essas questões podem levar a consequências mais desastrosas como o envolvimento em outros vícios como cigarro, álcool, comida e drogas ilícitas, na tentativa de descontar a frustração em excessos. A solução não é se culpar e se esconder. Não adianta fugir dos problemas. Devemos encarar de frente para conseguir perceber sua dimensão e desta maneira, verificar de que forma poderão ser solucionados.
Portanto, nossa mente identifica as compulsões através da dependência. O Ozempic ou qualquer outro medicamento controlado, precisa ser utilizado com cautela e sob orientação médica, sempre considerando suas contra indicações e efeitos colaterais. A compulsão, seja qual for, pode surgir de forma inesperada na vida de uma pessoa, porém é totalmente possível vencer e se livrar do abismo que ela instala.
O primeiro passo é ter a consciência de que se está doente, querer e buscar ajuda terapêutica para desenvolver proteções psíquicas, fortalecer a autoestima, o foco e a determinação, além de obter acolhimento de uma rede de apoio.
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