Manifestações vão além do contigenciamento na educação, diz Plínio Valério

Ele criticou o modo com que o governo tem se relacionado com a sociedade

Agência Senado
Publicada em 16 de maio de 2019 às 17:34
Manifestações vão além do contigenciamento na educação, diz Plínio Valério

O senador Plínio Valério (PSDB-AM) afirmou nesta quinta-feira (16), em Plenário, que as manifestações ocorridas no dia anterior, em mais de 170 cidades do país contra o contingenciamento dos recursos destinados às universidades federais e aos programas de pesquisa científica mobilizaram a população por várias razões. Para o senador, o catalizador dos protestos não foi apenas o corte anunciado pelo governo Bolsonaro na educação. Plínio Valério afirmou que o governo precisa tratar com respeito o Congresso e a população. Por isso, no seu entendimento, as causas das manifestações vão "muito além".

— Pela falta de emprego. Pela falta de dignidade do cidadão. Pelo desrespeito no tratamento que o [Poder] Executivo está dando para todos nós, brasileiros e brasileiras, que merecem respeito e, mais do que respeito, merecem dos homens públicos uma solução para os seus problemas — disse o senador, para quem os ministros da Educação, Abraham Weintraub, e da Casa Civil, Ony Lorenzoni, usaram metáforas chulas para tratar de um tema sério como o corte de verbas para a educação, demonstrando falta de respeito com a população.

Ele criticou o modo com que o governo tem se relacionado com a sociedade e com o Parlamento na busca de soluções para os problemas do país.

— O país quer mais empregos, e a gente está caminhando no sentido contrário. O que este governo fez para criar emprego? O que este governo tem feito para criar mais empregos? Por que se cortou verba das universidades, sem antes analisar, uma a uma, se mereciam ou não? O que este governo tem feito para destravar a economia? Jogar todas as cartas... Todas as cartas estão na mesa e jogadas em cima da reforma da Previdência. A reforma da Previdência deve ajudar a destravar, para que nós possamos seguir adiante. Qual é o segundo passo? Qual é o projeto para criar empregos? Eu bato nessa tecla, porque é muito difícil querer que uma pessoa entenda a nossa boa vontade, entenda o nosso discurso se a barriga está roncando — discursou.

Plínio Valério afirmou que manterá uma postura independente em relação ao governo Bolsonaro, elogiando e criticando quando avaliar que é necessário. E pediu mais diálogo.
— No Parlamento é voto. No Parlamento é discussão. Parlamento é convencimento. (...) Chegou a hora de o governo federal deixar de governar de frente para a rede social e de costas para a nação e para o Congresso Nacional — declarou o senador.

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