Marina Silva, o bode da BR-319
Mariana Silva pode até não querer recuperar a rodovia BR-319, mas são os próprios amazonenses que demonstram isso o tempo todo

A Rodovia Álvaro Maia, que liga Porto Velho, capital de Roraima, ao Careiro da Várzea, cidade amazonense próxima a Manaus, voltou mais uma vez ao debate nacional no Senado. Só que dessa vez de maneira lacônica e muito infeliz. Marina Silva, a ministra do Meio Ambiente, que é o bode expiatório da referida BR, foi covardemente agredida por parlamentares bolsonaristas e também governistas, como o senador do Amazonas Omar Aziz. Todos os agressores fizeram ataques misóginos e machistas contra a ministra. Acusaram-na, sem provas, de impedir a reconstrução da BR-319 e não levaram sequer em conta o fato de que Marina Silva deixou o governo Lula ainda em 2008 e só voltou agora em 2023. Por que durante todo esse período de quase duas décadas não asfaltaram a velha estrada? Só Jair Bolsonaro governou o Brasil durante 4 anos. Temer, quase 3 anos.
O senador bolsonarista Marcos Rogério de Rondônia, conhecido como o “Pit Bull” do Bolsonaro, mandou sem meias-palavras, a assustada ministra ficar no seu lugar. “Ponha-se no teu lugar” disse ele. Errou não só a gramática normativa, já que misturou as pessoas dos pronomes usados, como foi grosseiro, mal-educado e misógino. Isso é postura de um senador da República? Já o senador Plínio Valério do PSDB do Amazonas disse naquele triste momento que “respeita a mulher, mas não a ministra”. Valério, em um pronunciamento anterior, já havia falado em “enforcar” a coitada da acreana. Marina Silva é mulher, negra e de origem pobre. Mas não se intimidou ali. Após ser destratada e desrespeitada como mulher e como ministra, ela se retirou da sessão. Ela luta como uma leoa pela natureza do Brasil, função aliás de uma verdadeira ministra de meio ambiente.
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Diferente do ex-ministro de Bolsonaro, Ricardo Salles, que disse em uma reunião ministerial que era “hora de passar a boiada” numa clara alusão a desrespeitar o meio ambiente e a natureza, já que a mídia e a sociedade naquela época estavam focadas na pandemia de Covid-19. Mariana Silva pode até não querer recuperar a rodovia BR-319, mas são os próprios amazonenses que demonstram isso o tempo todo. Eles gastaram mais de 1,3 bilhão de reais em dinheiro de 2010 só para construir uma ponte no rio Negro que liga “o nada a coisa alguma”. Desde quando a vila do Cacau Pirera e Iranduba têm toda essa importância? Se queriam mesmo sair do isolamento, os manauaras deviam ter feito essa mesma ponte ligando Manaus à BR Álvaro Maia e assim forçar o seu asfaltamento. Além do mais, a estrada já existia e por que deixaram ela se acabar e não a preservaram?
Marina Silva está corretíssima! Ela tem mais é que proibir mesmo o garimpo assassino no rio Madeira e também em outros rios da Amazônia e tem que barrar também a construção dessa BR assassina. Asfaltar a 319 entre Manaus e Porto Velho decretará o fim da Amazônia para sempre. É como disse o próprio senador Omar Aziz: “eu quero a BR-319 para poder passear nela, eu tenho esse direito”. E vai ser só para isso que a velha estrada vai servir e para mais nada: passear. Grileiros, madeireiros, invasores de terra, posseiros, desmatadores e afins vão destruir o que ainda resta de preservação ambiental. Vejam o exemplo da BR-364 no início da década de 1980. Por causa dela criaram Rondônia, um dos maiores desastres ambientais da história da humanidade. O que é que esse Estado dá de bom ao Brasil? Qual exemplo que a terra Karipuna tem dado ao futuro? Só se for políticos misóginos, machistas e bolsonaristas. E já chega disso, né?
*Foi Professor em Porto Velho.
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Comentários
Esse senador é um atraso para região norte e Rondônia puxa saco do bolo.nao vejo a hora acabar mandat0 desse senador meia boca é só promessa.
Essa Marina Silva tbm não mostrou educação durante o debate. Apontava o dedo, desrespeitava o presidente da comissão etc... ela quer a Amazônia engessada sem progresso. Quer que todos vivam como índios; mas ela mesma não quer morar aqui, quer estar na paulista ou nos corredores do Planalto vivendo do erário público extorquido do pobre extrativista dessa Amazônia atrasada.
A BR-319, em seu trecho entre Porto Velho e Manaus, é um exemplo de como a infraestrutura pode impulsionar o desmatamento e o avanço da fronteira agrícola, com impactos significativos para a natureza e as populações locais. A pavimentação da estrada, especialmente do "Trecho do Meio", tem impulsionado o desmatamento em uma região de grande biodiversidade, com estudos indicando que a pavimentação pode quadruplicar as taxas de desmatamento e emissões de carbono. Expansão da soja e do gado: O acesso facilitado pela estrada tem atraído a expansão da produção de soja e a criação de gado, com extensas áreas sendo transformadas em pastagens ou plantações de soja. Cinturão verde nas margens daria maior tranquilidade – Por que será que os que defendem a pavimentação desse “trecho do meio”, não querem nenhuma amarra que possa impedir a expansão da soja e do gado na região? Resposta simples: Eles defendem justamente esse setor da economia, que tem sido um dos principais impulsionadores do desmatamento na região
"A rodovia que liga...Porto Velho, capital de Roraima a... Manaus", ou como disse esta semana certo philosófo, em seu canal no YouTube: "a BR que vai de Não Sei o Que a Manaus".
Concordo plenamente com suas colocações. Tem mais: é assustador ler os comentários nas redes sociais de Rondonienses apoiando o comportamento dos deputados e atacando a Ministra Marina, inclusive mulheres. Não precisa gostar da Marina, mas respeito tem que ser obrigatório.
Nem os acreanos, conterrâneos da Marina Silva, gostam dessa mulher. Ninguém a quer como representante na politica do Acre. Tanto é, que foi eleita Deputada Federal por São Paulo, bem longe do Estado de seu nascimento, o Estado do Acre. Faz de tudo pra atrapalhar o desenvolvimento do País, como o asfamento da BR -319, que tanto ajudaria vários Estados do Norte. #FORAMARINA!!!
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