Médico veterinário que revelou escândalo e foi demitido ganha na justiça o direito de reassumir cargo
FOLHA DO SUL teve acesso à decisão judicial; veja no final desta reportagem
Em sentença datada do dia 28 de janeiro, o juiz Eli da Costa Júnior, titular da 1ª Vara Civel de Colorado do Oeste, determina que a prefeitura daquele município reintegre ao cargo o médico veterinário José Aparecido de Oliveira.
O profissional, que prestava serviços na Secretaria Municipal de Agricultura, foi exonerado após um Processo Administrativo Disciplinar. A acusação contra José era de que ele teria agredido outro servidor. Ao anular a decisão, o magistrado apontou que o médico veterinário não teve direito à ampla defesa no processo.
Comemorando a decisão que o favorece, José explicou ao site que sua exoneração teve motivação política, e está ligada a um escândalo na prefeitura de Colorado, revelado por ele e hoje sendo investigado pelo Ministério Público.
Em 2018, Oliveira descobriu, por acaso, que uma servidora municipal estava adulterando a folha salarial da prefeitura e aumentando, através de fraude no sistema, o salário dela mesma e de sua mãe, que é professora da rede pública.
Ao abrir no computador, durante a madrugada, e acessar o Portal da Transparência, onde constam os contracheques dos servidores, José descobriu que a responsável por registrar os dados havia elevado o próprio salário de R$ 1.800,00 para incríveis R$ 5.800,00. A mãe dela, que recebia R$ 3.300,00 passou a constar na listagem enviada ao banco como beneficiária de uma remuneração de R$ 9.300,00.
O crime só foi descoberto porque, como ainda era muito cedo, bem antes do horário em que começava a dar expediente no setor de Recursos Humanos da prefeitura de Colorado do Oeste, a autora da fraude não havia tido tempo de “apagar os rastros virtuais” do crime.
De posse das informações, o veterinário denunciou o escândalo ao prefeito Ribamar Oliveira (PSB), mas como ele não demonstrou muito interesse em investigar e punir a servidora suspeita (que depois, junto com a mãe, acabou exonerada), a mesma acusação foi levada ao Ministério Público.
COMO FUNCIONAVA
A mulher que adulterava os salários retirava pequenos valores dos vencimentos dos colegas e colocava em seu próprio contracheque e no da mãe. Como eram quantias pequenas, as vítimas do “desconto” achavam esquisito, mas não denunciavam.
Após alterar os números que iam para a agência bancária responsável por pagar os salários, a mesma servidora fazia a correção, após toda a operação financeira, na folha de salários à qual continuava tendo acesso.
CLIQUE AQUI E leia decisão judicial na íntegra.
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