Médicos das Unidades de Urgência e Emergência são capacitados para determinação de morte encefálica

Com o objetivo de ter cada vez mais, médicos capacitados no diagnostico de morte encefálica e propor mudança de cultura em relação à notificação, diagnóstico e ao transplante de órgãos, 32 médicos participaram do curso de capacitação, ministrado por profissionais do Hospital Albert Einstein.

Sângela Oliveira Fotos: Ítalo Ricardo
Publicada em 02 de julho de 2019 às 09:48
Médicos das Unidades de Urgência e Emergência são capacitados para determinação de morte encefálica

32 médicos participaram do curso de capacitação, ministrado por profissionais do Hospital Albert Einstein

“Morte encefálica não existe para a família”, foi com essa frase que o médico especialista em diagnostico de morte encefálica começou o curso. Com o objetivo de ter cada vez mais médicos capacitados no diagnostico de morte encefálica e propor mudança de cultura em relação à notificação, diagnóstico e ao transplante de órgãos, 32 médicos participaram do curso de capacitação, ministrado por profissionais do Hospital Albert Einstein.

A médica Intensivista Naiara Vasconcelos, natural de Porto Velho, mas hoje trabalhando no Hospital Albert Einstein é uma das profissionais que ministrou a capacitação e falou sobre a Comunicação de más notícias. “É uma limitação que parte primeiramente do profissional de saúde, porque quando a gente não entende o que é o diagnostico de morte encefálica, a gente não sabe se comunicar. Esse é um dos objetivos do curso, fazer com que os profissionais de saúde, especificamente os médicos consigam entender melhor o que é a morte encefálica, para com isso conseguir também se comunicar melhor com as famílias e que elas possam entender”, disse a médica intensivista.

Ainda segunda Naira Vasconcelos, as famílias entendendo melhor, elas conseguem ser mais favoráveis ao transplante de órgãos. “Não que isso seja um objetivo nosso, respeitamos a decisão de todas as famílias, mas se comunicar melhor, faz toda a diferença, a gente vê que as famílias rejeitam porque não entendem, e não entendem porque ninguém explicou direito”, destacou  a médica.

Para a Coordenadora Estadual de Transplante de Rondônia, Edcléia Gonçalves, em nível de Brasil o que se tem visto é que a educação de profissionais de saúde é o que tem mudado na doação de transplante. “A sociedade precisa de um envolvimento sim, mas ter um profissional que olha a morte encefálica que determina ela e que notifica ao Sistema Nacional de Transplante é o que faz toda diferença, não adianta a população querer doar, e esse paciente está em morte encefálica e nenhum profissional médico detectar, o que tem que ser detectada de forma precoce, quanto mais profissional formado a gente tiver melhor é o sistema de transplante”, destacou a coordenadora.

Resolução do Conselho Federal de Medicina  

Médica Intensivista Naiara Vasconcelos natural de Porto Velho

O curso surgiu através de uma reunião das Centrais Estaduais de Transplantes de todo o Brasil, com o Ministério da Saúde, explicando a necessidade dessa capacitação, já que a nova resolução do Conselho Federal de Medicina lançou que para determinar a morte encefálica, o médico deve ter no mínimo um ano de experiência de tratamento com pacientes em coma e ter feito um curso desses para poder determinar a morte encefálica. Foi então que Sistema Nacional de Transplante se posicionou junto ao Hospital Albert Einstein para treinar os médicos do Brasil, sendo que a cada 2 milhões de habitantes, o Estado recebe um treinamento com 32 médicos. Rondônia foi um dos estados a receber esse curso para os médicos que trabalham nos Hospitais de Urgência e Emergência (Hospital Regional de Cacoal, Hospitais privados de Ji-Paraná, Heuro Cacoal, Pronto Socorro joão Paulo II, Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro, e alguns Hospitais privados da Capital).

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